Sócrates terá recebido 21 milhões em “luvas” do GES
23-09-2016 - N.A.
O dinheiro que José Sócrates guarda nas contas do amigo Carlos Santos Silva, segundo a teoria do Ministério Público (MP), terá tido origem em sociedades do Grupo Espírito Santo, tratando-se de uma das novas conclusões da investigação que justifica o adiamento do inquérito por mais seis meses.
Segundo o jornal i, José Sócrates terá recebido 21 milhões de euros de sociedades do Grupo Espírito Santo (GES), montante que terá sido transferido para as contas do amigo do ex-governante, Carlos Santos Silva.
De acordo com a tese do MP, este valor resulta do “pagamento de comissões ao ex-primeiro-ministro” como contrapartidas por “decisões do Estado em negócios e investimentos da PT que favoreceram o grupo de Ricardo Salgado”, refere o i.
Serão estes os novos indícios encontrados pelo MP e que justificam o adiamento da investigação por mais seis meses, anunciado na semana passada pela PGR.
O i também sustenta que foi no âmbito destes novos dados que, em Julho, se realizaram buscas à PT e a sociedades do seu universo, bem como aos seus ex-administradores Henrique Granadeiro e a Zeinal Bava.
A tese do MP é que Sócrates recebeu cerca de 21 milhões de euros do GES em transferências feitas para as contas do amigo na Suíça através do empresário luso-angolano Hélder Bataglia, do BES Angola e da Espírito Santo Enterprise (o chamado “saco azul” do Grupo com sede no Panamá).
As transferências terão começado em 2006, coincidindo com a OPA falhada da Sonae à PT, num processo em que a intervenção do governo de Sócrates terá sido decisiva, e irão até 2011, verificando-se uma coincidência entre as entradas de dinheiro e decisões relevantes para o universo da operadora, conforme sustenta o jornal.
As alegadas luvas terão também beneficiado administradores da PT, nomeadamente no âmbito do processo de venda da participação da PT na brasileira Vivo à espanhola Telefónica e da compra de acções da Oi.
O i refere que Zeinal Bava, ex-CEO da PT, terá recebido 8,5 milhões de euros através do BESA e do “saco azul” do GES, em 2010.
Fonte: ZAP
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