Esquerda francesa mobiliza-se contra o governo de Hollande
21-02-2014 - Esquerda.net
O Parti de Gauche e o NPA querem responder à mobilização da extrema-direita francesa com uma grande manifestação da indignação da esquerda contra o governo socialista. E apelam ao protesto em Paris no fim de semana de 12 e 13 de abril.
Jean Luc Mélenchon e Olivier Besancenot, dirigentes do PG e NPA, juntaram-se esta segunda-feira para anunciar a iniciativa. Mélenchon diz existir “um diagnóstico comum da gravidade da situação” por parte dos dois partidos. “Fazemos uma proposta comum: que haja um momento para exprimir esta indignação da esquerda e que nos manifestemos a nível nacional”, disse o dirigente do PG e ex-candidato presidencial, lançando o apelo para que ela seja promovida por organizações sociais para além dos dois partidos.
“Estamos em sintonia para construir com outros uma grande iniciativa de rua para responder a este clima nauseabundo que atravessamos, àqueles que saíram para as ruas nos últimos meses, ou seja, a direita e a extrema-direita que a política do atual governo favorece”, afirmou por seu lado Olivier Besancenot, citado pelo Liberation.
“Existe uma situação que vai de mal a pior com as elites dirigentes a não se aperceberem da violência que lançam sobre o país”, acrescentou Mélenchon, defendendo que “faz falta mostrarmos uma relação de forças que diga que a realidade não se deixa ver pelas aparências” da mobilização da extrema-direita e da resignação da esquerda. Besancenot disse esperar que “o fim de semana de 12 e 13 de abril abra a possibilidade de construir esse movimento para exprimir a revolta contra este governo”.
O dirigente do NPA ironizou ainda com o recuo de Hollande em relação à lei da procriação medicamente assistida depois das manifestações da direita e extrema-direita. “Se foram registados oficialmente 80 mil manifestantes e o governo recuou na PMA, então se houver mais de 80 mil manifestantes a 18 de março contra o pacto de responsabilidade, Hollande terá de recuar também”, disse Besancenot, referindo-se à lei conhecida por simbolizar a viragem liberal de Hollande, acabando com as contribuições do patronato para os subsídios familiares.
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