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Desigualdade no mundo aumenta de forma dramática, segundo a Oxfam

22-01-2016 - La Jornada

Paraísos fiscais contribuem para que o património de cerca de 70 milhões dos super endinheirados supere o dos outros 7 biliões de habitantes do planeta.

Oligarcas, sheikes homens do petróleo e herdeiros de biliões e biliões de dólares. As 62 pessoas mais ricas do mundo, possuem exactamente a mesma quantidade de riqueza que a metade mais pobre da população global, segundo o estudo “Uma economia ao serviço do 1%”, da organização humanitária Oxfam.

Há um ano, esse património estava nas mãos das 80 pessoas mais ricas do planeta. Os benefícios políticos fizeram com que quatro multimilionários do México pudessem aumentar de forma importante as suas riquezas – um aumento que foi equivalente a 2% do produto interno bruto do país em 2002, e que em 2014 subiu para 9%. Isso levou que mais de 50 milhões de habitantes ficassem em níveis considerados de pobreza.

Uma parte significativa das fortunas desses quatro indivíduos deriva de sectores que foram privatizados, concessionados e/ou regulados pelo sector público durante os últimos governos mexicanos.

A Oxfam denunciou que essa situação gera um sistema regido pelas amizades, na qual certos sectores são privilegiados e protegidos, com consequências económicas e sociais graves, que fomentam a exclusão. Segundo a organização, as pessoas mais ricas devem deixar de defender a ideia equivocada de que suas fortunas estão beneficiando a todos.

Segundo o relatório “Desigualdade extrema no México, concentração de poder económico e político”, que a acumulação de riqueza em poucas mãos gera sociedades mais injustas e violentas, além de limitar as políticas de redução da pobreza.

O documento também agrega que, entre 2002 e 2015, as quatro principais fortunas do México se multiplicaram por cinco. Essa tendência de acumulação de riqueza em poucas mãos é global, e provoca sociedades mais desiguais e violentas, nas que a combinação de falta de investimentos em políticas sociais, sistema tributário regressivo e regulação deficiente de sectores estratégicos é um obstáculo às possibilidades dos mais vulneráveis que buscam uma vida digna e melhores oportunidades, segundo diagnóstico de Consuelo López Zuriaga, directora da Oxfam México.

A Oxfam afirma, no estudo que começou a ser divulgado na segunda-feira (18/1), que a desigualdade social cresce de maneira dramática em quase todos os lugares do mundo.

De acordo com os autores, algumas das causas são que aplicação de impostos aos grandes capitais a aos lucros das grandes empresas são totalmente insuficientes, assim como a fiscalização a esses benefícios são transferidos a paraísos fiscais.

Esse 1% da população mundial tem um património maior que o de todo o resto do mundo, aponta o texto, citando dados do Informe sobre a riqueza 2015, do banco Credit Suisse. Em outras palavras, o património de 70 milhões de super ricos é superior ao dos demais 7 biliões de habitantes da Terra.

Só nos últimos cinco anos, o património dos 62 mais ricos (dos quais 53 são homens), aumentou 44%, a 1,76 biliões de dólares (1,61 biliões de euros). Ao mesmo tempo, o património reunido da metade mais pobre da população se reduziu em quase um bilião de dólares. Uma queda de 41%, apesar de que, no mesmo período a população mundial aumentou em 400 milhões de pessoas, pelo que indica a organização humanitária na sua informação sobre o desenvolvimento social, apresentado todos os anos, nas vésperas da reunião anual do Fórum Económico Mundial, em Davos.

A Oxfam pediu aos aproximadamente 2,5 mil políticos, directores empresariais e cientistas de mais de 100 países – todos os participantes do encontro que acontecerá entre 20 e 23 de Janeiro, na cidade suíça de Davos –, que utilizem sua influência para defender um sistema que diminua a diferença entre ricos e pobres, revertendo o crescimento dos últimos anos.

Regras para os ricos

“Vivemos num mundo cujas regras estão feitas para beneficiar os super ricos”, afirma Tobías Hauschild, membro da Oxfam Alemanha. Segundo ele, esse sistema torna mais difícil a luta contra a pobreza e as enfermidades. “O que se necessita é um sistema económico e financeiro que beneficie a todos”.

Esse sistema, segundo o texto da Oxfam, deve impedir que as grandes companhias fujam de suas responsabilidades. Nove de cada 10 grandes empresas têm filiais em ao menos um paraíso fiscal, assegura a investigação.

A Oxfam considera essencial que os impostos sobre os benefícios se paguem unicamente no país onde estes são gerados. Ademais, a organização insiste que a responsabilidade dos políticos é a de acabar com os paraísos fiscais, que permitem aos super ricos ocultar seu gigantesco capital.

Criar um sistema tributário internacional justo também é necessário, sustenta a Oxfam, assim como obrigar as empresas a informar publicamente os benefícios obtidos em todos os países onde actuam, e os impostos pagos. A organização humanitária exige que os estados ponham fim à competição para oferecer impostos mais baixos, e que tornem seus incentivos fiscais transparentes.

“Devemos encarar os governos, as empresas e as elites económicas presentes em Davos, para que se comprometam a por um fim nessa era dos paraísos fiscais, que alimentam as desigualdades mundiais e impedem que centenas de milhões de pessoas sair da pobreza”, afirmou Winnie Byanyima, directora-geral da Oxfam Internacional, que estará no encontro suíço.

Tradução: Victor Farinelli

 

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