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Duro alerta de Soros: crise dos mercados mundiais é similar à de 2008

15-01-2016 - Bloomberg

'A China está tendo dificuldades para encontrar um novo modelo de crescimento, e a desvalorização da sua moeda tem feito com que o problema se alastre'.

A China está tendo dificuldades para encontrar um novo modelo de crescimento, e a desvalorização da sua moeda está levando os problemas a se propagarem pelo resto do mundo. O aviso é do multimilionário húngaro-americano George Soros.

Segundo o manifestado por Soros, num fórum económico em Sri Lanka, os mercados mundiais estão diante de uma crise, e os investidores devem proceder com precaução.

“A China está tendo dificuldades para encontrar um novo modelo de crescimento, e a desvalorização da sua moeda tem feito com que o problema se alastre para o resto do mundo”, afirmou Soros, em Colombo. Além disso, ele manifestou que “um aumento dos juros poderia ser necessário, mas representaria um problema para os países em desenvolvimento”, e agregou que o clima actual se assemelha à situação de 2008.

Na primeira semana deste ano, os mercados de divisas, renda variável e matérias-primas de todo o mundo estão sendo castigados pela desvalorização do yuan e a preocupação a respeito da fortaleza da economia chinesa, que se encontra num período de transição de investimentos em manufacturas a um modelo de consumo e serviços. Só neste ano, até a quarta-feira (6/1), já se perdeu cerca de 2,5 bilhões de dólares da renda variável mundial. Um prejuízo muito grande foi registado nas bolsas asiáticas, devido à suspensão automática do pregão na China, nesta quinta-feira (7/1), por causa da onda de vendas de acções.

“A China tem um problema de ajuste importante”, disse Soros. “Eu diria que poderia ser considerada uma crise. Quando vejo os mercados financeiros, percebo um problema sério, que me lembra a crise que tivemos em 2008”.

Soros alertou sobre catástrofes similares às de 2008 em outras ocasiões. Num painel em Washington, em Setembro de 2011, ele disse que a crise da dívida da Europa, que se originou na Grécia, era “mais séria que a crise de 2008”.

Soros, cuja consultoria de fundos de cobertura ganhou 20% anual em média, entre 1969 e 2011, tem um património avaliado em cerca de 27,3 biliões de dólares, segundo o índice de multimilionários da Bloomberg. O investidor começou sua carreira em Nova York, nos Anos 50, e ganhou sua reputação em 1992, quando lucrou cerca de 1 bilião de dólares apostando em que o Reino Unido teria que desvalorizar a libra.

Os indicadores de volatilidade estão disparados este ano. O Chicago Board Options Exchange Volatility Index, que mede a volatilidade implícita no preço das opções sobre o S&P 500, também conhecido como VIX ou “o indicador do medo”, avançou em 13%. O indicador Nikkei Stock Average Volatility Index, que mede o custo de protecção das acções japonesas, avançou 43% nestes primeiros dias de 2016, enquanto o índice Merrill Linch de oscilações de preços antecipados nos bonos do Tesouro dos Estados Unidos subiu 5,7%.

O Partido Comunista da China prometeu incrementar a convertibilidade do yuan até 2020 e desmantelar gradualmente os controles de capital. A debilidade da segunda economia do mundo se manterá, apesar do corte de juros do Banco Popular da China a um nível recorde, e da injecção de centenas de bilhões de dólares na economia. Os dados publicados nesta semana reflectem a queda do sector de manufactura.

Anexo:

Maus presságios económicos no início do ano: a China espirra e o mundo se constipa

Publicado em El Clarín do Chile

A economia global iniciou a primeira jornada do ano com um tropeço na China que teve seus efeitos no resto do planeta financeiro. A forte queda dos índices económicos chineses, de mais de 7%, despertou os alarmes e levou à suspensão das transacções, uma sensação que se expandiu ao resto dos mercados, que também registou grandes quedas nos Estados Unidos e na Europa.

Em Wall Street, os principais indicadores, como Standard & Poor´s e Dow Jones, caíam 2,2% e 2% respectivamente, enquanto na Europa o FTSE 100 caiu 2,26%.

Segundo informou o portal especializado Invertia, as novas normas chinesas estabelecem que, a partir desta semana, se o índice CSI 300, que inclui trezentas empresas, perder 5% durante o dia, o pregão das duas bolsas (Shanghai e Shenzhen) será suspenso automaticamente.

Se após o restabelecimento da queda, o índice voltar a cair até 7%, os dois mercados voltarão a ser fechados automaticamente, até o dia seguinte. Nesta segunda-feira (4/1), Shanghai fechou após 28 minutos de sessão de tarde, com perdas de 6,85%, enquanto Shenzhen se mais de 8% no lapso de tempo.

Os motivos de tal retrocesso estão em dados da indústria de manufacturas, que confirmam o processo de desaceleração que levou a um freio da actividade económica global. No caso chileno, continuam as pressões sobre o preço do cobre, que caiu 1,2% nesta segunda, ficando em 2,1 dólares por libra.

Este novo evento económico na China impactou também nos valores das divisas nacionais. Neste episódio, o dólar saiu fortalecido, desfavorecendo as moedas locais, do próprio euro às divisas latino-americanas. No caso chileno, o peso sofreu uma nova desvalorização, chegando a ser cotado a 717 pesos por dólar, seu pior valor em doze anos – recordando que no último dia de 2015 havia fechado em 710.

Tradução: Victor Farinelli

 

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