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Extrema-direita vence primeira volta das eleições regionais francesas

11-12-2015 - N.A.

Frente Nacional aproveita clima de medo e propaganda xenófoba e vence em seis das treze regiões, obtendo mais de 30% do voto nacional.

Este domingo, a Frente Nacional (FN), partido de Marine Le Pen obteve uma vitória histórica na primeira volta das eleições regionais francesas. Os votos ainda não foram totalmente apurados, mas a indicação é que Le Pen tenha tido mais de sete milhões de votos, cerca de 30.6% dos votos totais. As listas com mais de 10% dos votos passam à segunda volta.

Este resultado é particularmente preocupante porque o partido começou há relativamente pouco tempo a ganhar implementação regional, e tem como objectivo declarado a vitória de Marine Le Pen nas eleições presidenciais de 2017. Em março, nas eleições departamentais, a FN já tinha obtido o seu melhor resultado de sempre em eleições locais, com 24.2% dos votos. Depois dos atentados em Paris, a campanha centrou-se em temas que a extrema-direita capitalizou em proveito próprio, como imigração, terrorismo e segurança. Na região onde concorreu, Norte-Pas-de-Calais-Picardia, Le Pen obteve 42% dos votos. Marion Maréchal Le Pen, sobrinha de Jean Marie Le Pen, por sua vez, venceu na região de Provence-Alpes-Côte d’Azur. As duas regiões são tidas como muito importantes para o estabelecimento de bases para a campanha presidencial.

Os Republicanos, o nome do partido de Nicholas Sarkozy ficou, tal como previam as sondagens, em segundo lugar, mas com menos votos do que o previsto, vencendo em quatro regiões e obtendo 27% dos votos nacionais. O Partido Socialista obteve 22.7% dos votos e ficou em primeiro lugar em duas regiões. Na Córsega, venceu uma coligação de partidos de esquerda e a FN conseguiu muito a custo (10.58% dos votos no momento de escrita deste artigo) disputar a segunda volta.

François Hollande chegou a ser o Presidente mais impopular de sempre, mas, depois dos atentados, aumentou os seus índices de aprovação em 20 pontos, atingindo uma taxa de aprovação de 50%. No entanto, isso não teve impacto nos votos obtidos pelo seu Partido Socialista. O partido já afirmou que vai desistir em duas das regiões, para travar a extrema direita.

Sarkozy, que também aposta as suas fichas numa possível reeleição nas próximas presidenciais, foi apelidado de “nem-nem”. Não vai apoiar nem a FN, nem o Partido Socialista, nas regiões em que estes disputem segundas voltas. O seu comportamento nas últimas semanas tem sido muito criticado por parecer andar ao sabor do vento. Começou por, logo depois dos atentados de Paris, ter recusado o apelo à unidade nacional de François Hollande. Quando foi criticado por isso, mudou imediatamente de atitude, afirmando-se conhecedor da gravidade de um momento como aquele. Logo depois, voltou a criticar Hollande pela sua inacção depois dos ataques ao jornal Charlie Hebdo. O jornal francês Libération afirma que os resultados, que descreve como uma desilusão para a direita, espelham o falhanço da estratégia de Sarkozy.

 

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