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Rússia não vai perdoar “facada nas costas” da Turquia

27-11-2015 - Lusa

Um dia depois de as forças turcas terem abatido um avião militar russo que alegadamente entrou no espaço aéreo da Turquia, a tensão entre os dois países aumenta a olhos vistos.

O Presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, confirmou o ataque mas deixou bem claro que não pretende fazer escalar um conflito com a Rússia, diz a Reuters.

Em declarações esta quarta-feira, o líder turco disse que os militares agiram apenas para defender a sua segurança, assim como os “direitos dos nossos irmãos” na Síria.

Não muito convencido continua o chefe de estado russo, que já garantiu que este episódio não é nada mais do que “uma facada nas costas” que vai ter “consequências sérias”.

Vladimir Putin acusou a Turquia de ser um cúmplice directo do Estado Islâmico, já que o avião russo não estava a ameaçar o caça F-16 turco que o derrubou, avança o El País.

O chefe de estado criticou ainda o facto de a Turquia, em vez de entrar imediatamente em contacto com a Rússia para resolver a questão, se ter dirigido antes aos parceiros da NATO.

Foi como “se tivéssemos derrubado o avião deles, e não eles o nosso”, afirma Putin. E ainda deixou uma questão no ar: “Será que querem colocar a NATO a serviço do EI?”.

Por esses motivos, a Rússia está pronta para pôr um ponto final em todos os projectos comerciais com a Turquia, avançou o jornal russo Kommersant, citado pela Sputnik.

Uma fonte da administração presidencial russa declarou que as decisões em relação a Ancara vão ser “duras”, tendo uma forte influência nas relações bilaterais dos dois países em várias áreas, incluindo a energética.

De acordo com as informações apuradas pelo jornal, a maior empresa petrolífera russa, a Gazprom, vai avaliar novamente a realização do projecto de gasoduto em território turco, também chamado de Turkish Stream.

Por sua vez, o chanceler russo Sergei Lavrov cancelou a sua visita à Turquia e avisou os cidadãos russos sobre possíveis ameaças terroristas na península da Anatólia, pedindo para que não voem até território russo.

Pelo mesmo caminho foi a Agência Federal do Turismo da Rússia, também conhecida por Rosturizm, ao proibir a venda de vouchers com viagens a território turco.

Sobre o mesmo incidente, tanto o presidente francês, François Hollande, como o presidente norte-americano, Barack Obama, lamentaram o sucedido e apelaram aos dois países para que mantenham a calma, uma vez que só com todos os países unidos poderão ser bem sucedidos no ataque contra o Estado Islâmico.

Apesar da grande tensão vivida entre os dois países, o embaixador russo em Paris, Alexander Orlov, afirmou esta quarta-feira que o país está pronto para “formar um Estado-maior comum”, no qual se inclui a França, os Estados Unidos e a Turquia.

“Estamos prontos para todas as formas de planeamento conjunto sobre as posições do Daesh e constituir para tal um Estado-maior comum com a França, com a América e com todos os países que quiserem entrar nesta coligação”, afirmou na rádio francesa Europe1.

O embaixador avançou que, apesar da crescente tensão, se os turcos quiserem entrar (na coligação) também, “serão bem-vindos”.

Um dos pilotos foi resgatado

Dos dois pilotos que estavam a bordo do avião russo, está confirmada a morte de um. Ainda durante o dia de ontem, Alexandre Orlov, na mesma entrevista, disse que o segundo teria sido recuperado pelo exército sírio.

“Um ficou ferido ao ejectar-se e foi morto de forma selvagem por jihadistas que estavam na área. O outro conseguiu escapar e, de acordo com as últimas informações de que dispomos, foi resgatado pelo exército sírio e será levado para a base aérea russa”, declarou o diplomata.

De acordo com o RT, media russo que conseguiu uma entrevista exclusiva, o piloto já se encontra na base russa e está bem de saúde.

“O piloto resgatado foi transportado para a base russa de Jmeimim durante a noite. Conversei com ele de manhã, parece estar bem. O médico militar também afirmou que se encontra fora de perigo”, conta Román Kósarev, o jornalista responsável pela entrevista.

Putin quis homenagear o piloto que não escapou ao ataque dos extremistas e concedeu-lhe o título de herói, o maior título distintivo militar do país.

 

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