Acordo Irão/Ocidente não encerra "locais suspeitos"

17-07-2015 - Guilhermina Sousa

O Irão e seis potências ocidentais chegaram hoje a acordo sobre o programa nuclear iraniano. O acordo foi alcançado em Viena, na Áustria, após mais de duas semanas de negociações quase ininterruptas. O texto ainda não foi divulgado, mas alguns detalhes já são conhecidos.

O diplomata ouvido pelo jornal "New York Times" sublinha, ainda assim, que a "maioria das questões mais complicadas, fica resolvida". Uma dessas questões é a quantidade de urânio enriquecido que o Irão pode manter, nos próximos anos. Dez anos depois da entrada em vigor do acordo, algumas restrições começam gradualmente a ser levantadas. Quinze anos depois, o Irão fica livre para produzir a quantidade que quiser. A agência de notícias já escreveu que o país "vai continuar a produzir" o combustível nuclear, apesar do acordo.

O documento prevê a manutenção do embargo das Nações Unidas às armas, por 5 anos. No caso específico dos mísseis balísticos, esse prazo é alargado para os 8 anos. As sanções económicas são levantadas, mas o Irão aceita que sejam repostas, no espaço de dois meses, se houver incumprimento da parte de Teerão. Em causa estão, nomeadamente, os limites à venda de petróleo e até de alimentos.

Os inspectores a Agência Internacional para a Energia Atómica vão poder visitar todos os "locais suspeitos". Mas, ao contrário do que chegou a ser falado, não será um acesso ilimitado. Sempre que os inspectores suspeitarem, de actividade nuclear, podem pedir uma inspeção. Ela será autorizada por um grupo de trabalho de que vão fazer parte representantes de estados da Agência.

O acordo entre o Irão, os Estados Unidos, Grã-Bretanha, Rússia, China, França e a Alemanha, põe fim a um impasse de mais de 12 anos sobre o programa nuclear iraniano.

Fonte: TSF

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