Riscos de “Crash” na China

10-07-2015 - N.A.

Há uma ameaça de contágio da bolha para a economia real do país e do resto dos mercados mundiais.

As previsões actualmente moderadas sobre o afundamento do mercado accionista chinês predominam, é difícil acreditar que uma queda de 30% no preço dos índices representativos (a Xangai e Shenzhen) e uma perda real do valor das acções de quase 3,000.000.000 € ao longo dos últimos três semanas de nenhuma consequência. O Crash (esta é a sua natureza e as suas consequências potenciais) irá prejudicar a credibilidade da economia administrada a partir de Pequim. Demonstra que não basta acumular activos financeiros internacionais e dispor de reservas monetárias para gerir um mercado teoricamente aberto sem que se corra o risco de uma bolha financeira.

O mercado de acções desvalorizou devido à correcção de uma bolha causada pelo surgimento de cerca de 90 milhões de pequenos aforradores confiantes - uma distorção própria de todas as bolhas, em que o preço subiria infinitamente sem limite. Em um ano, os preços em euforia subiram 150%; mas nas últimas três semanas o défice de liquidez tem minado a confiança e índices entraram em queda livre. As tentativas oficiais para parar o naufrágio de compra de acções, o plano de compra a acções para impedir que o Fundo de Reserva venda títulos do Estado e proibir a saída empresas do mercado, foram medidas curtas. As empresas entraram fase de pânico; mais de metade de um total de 2.800 deixaram voluntariamente de se quotizar.

A hemorragia de valores não vai parar até que o valor em excesso das acções não seja depurado. Enquanto isso, há dois perigos reais que conjuram. A primeira é a propagação do crash para a economia real; diga o que diz a versão oficial, é muito provável que aconteça. A desaceleração do PIB chinês significaria um colapso social e tensões políticas. Em segundo, que o medo se estenda ao resto do mundo. Bolsas da Ásia já caem em cascata e afectaram Wall Street.

Fonte: El País

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