Intervenção dos EUA na Fifa seria um novo 'Big Stick' a caminho?
05-06-2015 - Morvan Bliasby
As denúncias contra a FIFA evocam a política descaradamente intervencionista dos norte-americanos: há evidentes interesses geopolíticos por trás de tudo isso.
O mundo ficou estupefacto com a notícia da Fifa; não que alguém, de sã consciência, discorde da necessidade de se limpar a Entidade, cuja corrupção se mantêm há tempo, e não de agora, deste arrombo “vestal” das rapinas, até onde isto for possível.
O evento, longe de significar um facto isolado (nada o é, em se tratando de EUA!), evoca a política descaradamente intervencionista do Big Stick (grande cacete), dos norte-americanos, os xerifes da humanidade; sempre, com a aquiescência dos que ou não enxergam a gravidade das acções destes reaccionários neo-romanos e a falta de noção dos que clamam pela própria, ou da intervenção militar constitucional (Sic!); (os políticos brasileiros, notadamente os de direita, que têm à escrivaninha uma bandeira dos EUA, em vez da nossa, que o digam!).
A responsável pela emissão dos mandados de prisão no escândalo que abalou a Fifa (e o mundo!) ora, a procuradora-geral dos Estados Unidos, Loretta E. Lynch, afirmou:
“… O Departamento de Justiça do país está ‘determinado a acabar com a corrupção no mundo do futebol’.”
Lindo. Como são diligenciosos, estes norte-americanos. De uma hora para outra, eles tentam varrer a corrupção (dos outros!). Num país em que o lobbie é uma actividade regulamentada, os escândalos sempre ficam impunes (vide caso Enron), desde que os corruptos sejam “amigos do rei”, falar em corrupção soa no mínimo estranho. Sem se falar em um país onde se financiam derrubadas de Governos contrários à democracia (pois sim!) e a sociedade civil não se manifesta ou não tem força para. A corrupção dos outros é realmente mais fácil de detectar e de combater, sabe-se. Tanta fome na África, moléstias em todo o mundo, doenças que já deveriam ter sido erradicadas há séculos, tecnologia biomédica, há, e a preocupação destes honrados norte-americanos é com o futebol na Fifa!
Felizmente, nem todos caem neste conto manjado dos “vestais da humanidade”. A Rússia já alertou para as reais intenções da “palmatória do mundo“, embora possa se crer que o problema é bem mais complexo do que continuar a ser simplesmente a régua deste ou somente prejudicar a Rússia, futura sede d Mundial: a agenda aponta claramente para um recado. Recado subtil como os são os daqueles senhores falconiformes: — “não vos esqueçais do Destino Manifesto, pois vós sois o meu quintal!“.
O recado, como se diz, nada subtil, é para os bolivarianos (Sic!); a Fifa é só o transdutor, ou seja, — “Nós podemos tudo, inclusive intervir, em qualquer lugar“. É a manifestação inequívoca, embora com o mesmo discurso protoudenista de sempre: a América Latina como nosso (deles, claro) quintal; afinal, para um povo ‘superior’, se lhe parece apenas o cumprimento da ‘profecia’.
Resta saber como a AL se comportará, diante deste farol de udenismo triunfante: ou aceitará o “Destino Manifesto” ou lhes dará um manifesto cacete, ou “Big Stick”, como eles gostam de falar, como fez a pequena, porém imponente Nicarágua, quando lhe tentaram anexar. Anexar o cacete, diriam os nicaraguenses. “peia” para vinte, os valentões “escolhidos” pela “providência” (talvez seja a mesma que “escolheu” o avião onde viajava Eduardo Campos!) levaram sozinhos.
Assim se faz um povo. Viva a Nicarágua. O tal de “Destino Manifesto” não resiste a um povo. Apenas, onde eles e seu “Big Stick” actuam, têm sempre aqueles que vaticinam “A Teoria da Dependência”; depois, fica fácil: uma imprensa a serviço dos ‘superiores’, ‘escolhidos’, e o escritor da teoria da Dependência (É o cacete!) cria leis que facilitam a transferência de património. Funciona, mesmo. Vale, Petrobrax (felizmente, não deu tempo), nióbio, pedras preciosas, estrutura de telecomunicações, etc. Beleza de teoria. Não funciona na Nicarágua, na Bolívia, na Venezuela. sabe-se… nem em Cuba.
Façam com a Fifa e com seus carcamani o que quiserem, mas, fora da América Latina!
É o Pré-Sal, estupendo!
Fonte: Viomundo
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