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EUA e Cuba abrem o caminho para normalizar as relações diplomáticas

19-12-2014 - Marc Bassets

Obama: "O isolamento não funcionou"; Raul Castro: "Temos de aprender a viver com as nossas diferenças".

O desbloqueio vem após o anúncio da libertação do empresário norte-americano Alan Gross, preso em Cuba desde há cinco anos e de três cubanos presos nos Estados Unidos. Washington quer suavizar o embargo e reabrir a embaixada

Washington e Havana na quarta-feira deram o primeiro passo para normalizar as relações depois de mais de 50 anos de embargo. A Casa Branca anunciou uma série de medidas para restabelecer as relações diplomáticas, remover Cuba da lista de Estados patrocinadores do terrorismo e facilitar as viagens pelos norte-americanos para a ilha.

O anúncio surge algumas horas depois de saber da libertação do empresário norte-americano Alan Gross, detido há cinco anos em Cuba, bem como um agente de secreto, cuja identidade não foi divulgada, que segundo Washington estava preso há 20 anos na ilha e foi chave para identificar espiões cubanos que operam em território norte-americano. O EUA, por sua vez, libertou três cubanos detidos na Florida acusados de espionagem. A Casa Branca afirmou há anos que o caso Gross era a pedra que impedia a normalização das relações.

"Vamos começar a normalizar as relações entre nossos países", disse o presidente dos EUA, Barack Obama, numa declaração na Casa Branca. As medidas são "as mudanças mais importantes em mais de 50 anos", disse Obama. Agora, acrescentou, começa "um novo capítulo".

O anúncio surge depois de uma conversa telefónica de cerca de uma hora na terça-feira entre Obama e o líder cubano Raul Castro. É a primeira discussão pública de um presidente americano desde a revolução cubana em 1959.

O primeiro cara a cara entre altos funcionários cubanos e norte-americanos ocorreu em Junho de 2013 no Canadá, onde foi feita a maioria das reuniões bilaterais, disse o funcionário da Casa Branca. No Outono de 2014, houve uma outra "reunião importante" no Vaticano entre as duas delegações. O Papa Francisco deu um "significativo" apoio ao processo, disse o relatório.

A Casa Branca também anunciou que Obama vai participar da Cimeira das Américas, que será realizada em Abril no Panamá e que também é convidado Raul Castro.

Obama não pode levantar por conta própria o embargo a Cuba, um quadro legislativo complexo que começou a se destacar no início dos anos sessenta, durante a guerra fria. Remover grande parte das sanções económicas requer a aprovação do Congresso, relutante em qualquer medida de descongelamento.

Mas o presidente norte-americano tem ampla margem para normalizar as relações com medidas unilaterais, como evidenciado pelas medidas anunciadas na quarta-feira.

"A decisão do presidente para recompensar o regime de Castro e iniciar o caminho em direcção à normalização das relações com Cuba é inexplicável", disse o senador republicano pela Florida Marco Rubio, filho de cubano num comunicado. Rubio, próximo do presidente do Comité de Estrangeiros do Senado prometeu fazer todo o possível para "bloquear esta tentativa perigosa e desesperada do presidente para melhorar o seu legado à custa do povo cubano".

As medidas de Obama começam com uma observação: o embargo não serviu o seu propósito, a democratização de Cuba. Os irmãos Castro sobreviveram a dez presidentes norte-americanos.

A Administração Obama diz que a tensão em Cuba representou um lastro para as más relações com a América Latina.

O contexto mudou nos últimos anos. A comunidade cubana na Florida, mais heterogénea, distanciou-se do ainda influente Congresso norte-americano e das vozes mais difíceis no exílio. Várias pesquisas mostram uma crescente rejeição do embargo no sul da Florida, o principal reduto dos exilados cubanos.

Destacados empresários cubanos do açúcar, como o czar Alfy Fanjul, apoiaram o levantamento do embargo. A isto se acrescenta a oposição de grandes empresas dos EUA, as grandes empresas, que não querem perder a oportunidade de negociar no futuro com Cuba aberta ao capitalismo.

Com o restabelecimento das relações diplomáticas, os EUA tentam fechar um conflito que durou 53 anos. A Guerra Fria terminou hoje na América.

Fonte:Washington 1229

 

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