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EUA e China: actuando em conjunto, concordam em discordar

21-11-2014 - Tom Kutsch

A cimeira da APEC dessa semana foi estimulada por sucessos e marcada por tensões contínuas. EUA e China concordaram em amenizar tensões no Pacífico norte.

Os EUA e a China concordaram esta semana em amenizar as tensões no Pacífico norte, reduzir tarifas em produtos de tecnologia e determinar novas metas para a redução da emissão de gases do efeito estufa – elucidando a habilidade das duas super potências em cooperar mesma com suas estratégias competitivas crescendo.

“O Oceano Pacífico é vasto o suficiente para acomodar as proezas de ambos os países,” o Presidente chinês Xi Jinping disse na quarta-feira, depois de se encontrar com o Presidente Barack Obama na cimeira da APEC (Cooperação Económica da Ásia e do Pacífico) em Pequim.

Os acordos conquistados entre as duas maiores economias do mundo foram amplamente bem recepcionados tendo em vista os recentes balanços da sua relação entre produtiva e espinhosa. De longe, o acordo mais significante foi o acordo climático, o qual representantes americanos e chineses têm trabalhado discretamente por meses. Atenta para que os EUA, em 2025, esteja produzindo 26% a 28% menos emissões de carbono comparando com 2005, enquanto a China iria arrematar o crescimento de sua produção até 2030.

De acordo com Michael Levi, um expert em mudança climática no Conselho de Relações Internacionais, o acordo sugere que as duas potências estão “muito confortáveis” colaborando em questões de magnitude global.

“Colocando-os juntos com os EUA diz que a China está muito confortável sendo vista agindo como parte de um esforço internacional,” escreveu Levi. “De fato, este pode ser parte do ponto aqui. ... Dentro de tensões internacionais entre os EUA e a China, mudança climática é uma área de construção relativa de diálogo, a qual se torna válido elucidar. Um pronunciamento conjunto faz exactamente isso.”

Xi se referiu ao mesmo ponto na quarta-feira, dizendo: “Quando a China e os EUA trabalharem juntos, poderemos nos tornar uma âncora de estabilidade mundial e disseminadores da paz mundial”

Mas as propostas dos acordos que foram promovidas pelos dois lados na mesma cimeira ressaltou o limite no qual os EUA e a China se consideram competidores, cada um querendo mais influências em uma região transbordando em oportunidades económicas.

Para os Estados Unidos da América, houve esforços contínuos por trás das câmaras da cimeira da APEC para finalizar o acordo de livre comércio proposto – A Parceria Trans-Pacifica (TTP) – com outras 11 nações que iriam criar uma zona de livre comércio massiva.

Não surpreendentemente, a China vê a TTP – da qual é excluída – com forte suspeita, e Pequim usou a cimeira da APEC para promover sua própria proposta para um plano económico regional, a Área de Livre Comercio da Ásia e do Pacifico (FTAAP).

“Essa é uma mensagem para os EUA,” Bonnie Glaser do Centro de Estudos Internacionais Estratégicos em Washington, disse à TIME sobre a FTAAP. “China quer estar no centro da vida económica na região.”

A FTAAP é um exemplo da China tentando ir contra o movimento americano de aumentar sua própria influência no Pacífico, dizem analistas. China já foi instrumental na criação do Novo Banco do Desenvolvimento, uma oposição ao Banco Mundial e ao FMI, e está disposto a aumentar o investimento regional pelo Banco de Investimento em Infra-estrutura Asiático (AIIB).

“A decisão da China de financiar um novo banco multilateral [AIIB] ao invés de dar mais aos bancos já existentes reflecte o seu desespero com o andamento glacial das reformas governança económica global,” o The Economist escreveu. “A mesma motivação está atrás do Novo Banco do Desenvolvimento consagrado pelo BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.)

Outras áreas de desacordo entre os dois países – como o histórico de Direitos humanos da China, a luta contra os protestantes pro-democracia em Hong Kong e disputas monetárias – somente foram discutidas cuidadosamente com uma linguagem diplomática específica durante a cimeira.

O fórum da APEC demonstrou que as duas maiores super potencias mundiais são capazes de forjar uma relação bilateral produtiva, e serviu como um alerta de que sua relação será definida pelo manuseio das tensões em um futuro previsível.

“Acredito que o Presidente Xi e eu temos uma compreensão mútua de como a relação entre os nossos dois países deveria andar para a frente,” disse Obama ao final de sua viagem à China. “Onde temos desacordos, seremos flexíveis sobre nossas intenções, e iremos trabalhar para diminuir essas diferenças.”

Fonte: Al Jazeera America

Tradução: Isabela Palhares

 

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