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Merkel avisa Cameron de que se aproxima de "ponto de não retorno" em relação à EU

07-11-2014 - Ana Fonseca Pereira

Revista Der Spiegel noticia que a chanceler alemã prefere saída do Reino Unido a mexer no princípio da livre circulação de pessoas dentro do espaço comunitário.

A chanceler alemã, Angela Merkel, teme que o Reino Unido se esteja a aproximar de um “ponto de não retorno” nas suas relações com a União Europeia ao insistir na intenção de restringir a entrada de cidadãos de outros Estados-membros e terá mesmo avisado o primeiro-ministro, David Cameron, de que prefere que o país abandone a união a aceitar limites ao princípio da livre circulação.

É a revista alemã Der Spiegel quem dá conta do endurecimento da posição alemã em relação às derivas eurocépticas de David Cameron, o líder conservador cada vez mais acossado pelos antieuropeus do UKIP – o Partido da Independência prepara-se para eleger o seu segundo deputado, numa eleição intercalar marcada para 20 de Novembro.

Esta é a “primeira vez” que Merkel admite a possibilidade real de o Reino Unido abandonar a UE, escreve a revista na edição que sairá para as bancas nesta segunda-feira. Até agora, a chanceler alemã tinha-se mostrado aberta a discutir algumas das exigências feitas por Cameron, que pretende renegociar as condições da participação britânica na UE a tempo do referendo que prometeu organizar, caso seja reeleito nas legislativas do próximo ano.

Mas depois de o UKIP ter vencido as eleições europeias de Maio, após uma campanha que teve como principal alvo o aumento da imigração oriunda dos países mais pobres da UE, Cameron endureceu fileiras, anunciando que iria propor medidas para limitar o direito de livre circulação na UE. Segundo a imprensa, uma das ideias em cima da mesa é a de limitar a emissão de números de segurança social aos recém-chegados com baixas qualificações.

A Comissão Europeia criticou de imediato o projecto e, segundo a Spiegel, Merkel terá informado Cameron na última cimeira europeia que qualquer proposta para limitar a liberdade de circulação violará um dos princípios fundamentais sob os quais a UE assenta. Neste domingo, o jornal Sunday Times noticiou que o Downing Street abandonou o plano numa tentativa para aplacar a fúria de Berlim, mas estuda agora uma proposta para “levar aos limites” as regras europeias, ordenando a saída dos cidadãos comunitários que, três meses após chegarem ao país, não tenham trabalho nem meios de subsistência”.

A Spiegel, que faz também referência à nova proposta, escreve que Merkel está, no entanto, muito pouco receptiva a qualquer plano para limitar a circulação de pessoas no espaço europeu. “Se Cameron persistir, a chanceler abandonará os seus esforços para manter o Reino Unido na UE. Com isso, teremos chegado a um ponto de não retorno e será o fim”, disse à revista uma fonte do Governo federal.

A hipotética saída do Reino Unido seria um acontecimento sem precedentes na história da união e, apesar da pressão dos parceiros, não há qualquer indício de que outro Estado-membro queira forçar Londres a bater com a porta. O próprio David Cameron diz defender a permanência do Reino Unido na UE, mas exige cedências da parte dos parceiros – nunca admitiu que fará campanha pelo “não” no caso de não conseguir as reformas que defende, mas essa é uma possibilidade em aberto.

Confrontado com a notícia da Der Spiegel, um porta-voz de Downing Street não confirmou o teor das conversas entre Merkel e Cameron, limitando-se a reafirmar que “o primeiro-ministro fará o que é certo para o Reino Unido e repetidamente tem deixado isso claro.

Fonte: Público.pt

 

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