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Activistas por direitos de crianças, paquistanesa Malala e indiano Satyarthi dividem Nobel da Paz

11-10-2014 - EFE

Perseguida pelo talibã, Malala Yousafzai é a mais jovem vencedora do Nobel; militante indiano luta contra trabalho infantil e diz ter ajudado de 80 mil jovens.

O Prémio Nobel da Paz de 2014, concedido nesta sexta-feira (10/10), foi dividido entre a activista paquistanesa Malala Yousafzai, 17, e o indiano Kailash Satyarthi, 60, presidente da Marcha Global contra o Trabalho Infantil, "pela luta contra a repressão das crianças e dos jovens e pelo direito de todas as crianças à educação".

Ao fazer o anúncio da atribuição do prémio, o Comité do Nobel norueguês lembrou que, nos países mais pobres do mundo, 60% da população é menor de 25 anos de idade, o que faz, segundo o júri, do respeito aos direitos das crianças e dos jovens "um pré-requisito para o desenvolvimento global em paz". "As crianças devem frequentar escolas e não ser exploradas financeiramente", ressaltou Thorbjoern Jagland, presidente do comité.

Inimiga dos talibã

Já em 2013, Malala era uma das favoritas a ser laureada com o Nobel da Paz. Em Outubro de 2012, a garota, nascida em Mingora em 1997, foi ferida com um tiro na cabeça por membros dos Talibã por defender a educação escolar das mulheres no país, criticando a interpretação fundamentalista do islão que limita o acesso das meninas ao ensino. Em situação crítica, Malala chegou a ficar em coma, mas se recuperou e mudou-se para a Inglaterra, onde continua com o activismo com a sua luta.

No ano passado, a militante adolescente escreveu o livro Eu sou Malala, que chegou a ser proibido das escolas particulares no Paquistão. As autoridades do país consideraram que a obra desrespeita o islão e que a autora é uma "ferramenta do Ocidente".

"Apesar de sua juventude", justificou o comité responsável por nomear os vencedores do Nobel da Paz, "Malala já luta à vários anos pelo direito das meninas à educação e mostrou com seu exemplo que crianças e jovens também podem contribuir para melhorar sua própria situação".

"Ela fez isso nas mais perigosas circunstâncias. Através de sua luta heróica, se transformou numa porta-voz e líder a favor do direito das meninas à educação", acrescentou o júri. Aos 17 anos de idade, Malala é a pessoa mais jovem a vencer um Nobel.

"Tradição de Gandhi"

Nascido em 1954 em Vidisha, na Índia, país onde ainda reside, Kailash Satyarthi é presidente da ONG Marcha Global contra o Trabalho Infantil. Liderou em 1998 uma mobilização civil contra a exploração infantil que reuniu cerca de 7,2 milhões de pessoas e que deu lugar ao nascimento da ONG.

Também membro da ONG Centro de Vítimas de Tortura, o engenheiro de 60 anos se dedica a salvar crianças do trabalho infantil, além de ter libertado adultos mantidos em regimes de escravidão. Pelas suas contas, Satyarthi afirma ter ajudado pelo menos 80 mil crianças na Índia nos últimos 30 anos.

Ao premiá-lo, o comité destacou seu "grande valor pessoal" que, "na tradição de Gandhi", o levou a liderar protestos e manifestações, todas pacíficas, para denunciar a exploração infantil.

Antigos vencedores

No anúncio da atribuição do prémio, também foi lembrada a importância do trabalho de todas as pessoas e organizações que actuam contra a exploração infantil. Segundo os números divulgados, é estimado que haja cerca de 168 milhões de crianças que trabalham no mundo, 78 milhões a menos que no ano 2000.

Nos dois últimos anos, o Nobel da Paz foi entregue a instituições. Em 2013, a OPAQ (Organização para a Proibição de Armas Químicas) venceu pela seu desempenho na guerra civil síria. E em 2012, a União Europeia foi laureada por seu "papel histórico" na promoção da paz e da reconciliação entre nações.

Fonte: Agência Efe

 

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