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Médicos avisam: SNS vai entrar em "disrupção"

16-10-2020 - Hermana Cruz

Os médicos estão "preocupados" e em "angústia" por não conseguirem tratar os doentes. Em breve, se não for acionado um "programa excecional" de recuperação de listas de espera, o Serviço Nacional de Saúde (SNS) vai entrar em "disrupção", avisam o bastonário e ex-bastonários da Ordem dos Médicos, num alerta público.

"Já estamos na segunda semana de outubro e o que aconteceu, o que mudou de substancial na organização das pessoas e dos meios? Onde está o tão necessário e imprescindível plano para os dias e meses difíceis que enfrentamos?", questionam o atual bastonário e ex-bastonários da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães, Carlos Ribeiro, Germano de Sousa, José Manuel Silva e Pedro Nunes, numa carta aberta publicada na edição desta quarta-feira do jornal "Público".

Segundo os bastonários, a "Tutela parece não ter aprendido a lição dos meses que se passaram", em que dispararam as listas de espera, com um milhão de consultas por fazer nos hospitais, milhares de rastreios por realizar, "designadamente em oncologia", 17 milhões de meios e exames de diagnóstico e terapêutica, além de cinco milhões de consultas presenciais nos centros de saúde primários.

"Desde AVC que não foram tratados em tempo útil, passando pelo agravamento de doenças como a diabetes ou situações oncológicas", acrescentam os médicos, vincando o facto de terem falecido mais 7.144 pessoas, entre março e setembro, face a período homólogo do ano passado.

Os bastonários falam na "angústia de quem conhece os doentes pelo nome" e dizem-se preocupados. "Estamos preocupados e compete-nos fazer este alerta público. É vital que haja uma mudança imediata de rumo. O SNS está novamente exposto a uma disrupção grave no seu funcionamento, numa altura em que ainda nem sequer foi capaz de recuperar o fortíssimo abalo sofrido ao longo dos últimos meses", avisam, na carta aberta.

Para os bastonários, só há uma solução: "os setores sociais e privados podem ser mais envolvidos". Sugerem ainda "um programa excecional alargado" para recuperar as listas de espera e "potenciais doentes perdidos".

"Não há qualquer justificação para o SNS ficar outra vez apenas em cima dos ombros dos médicos e dos outros profissionais de saúde, tendo por trás uma organização nacional insuficiente e frágil que, por isso mesmo, não está a ser devidamente eficaz", consideram os bastonários.

Fonte: JN.pt

 

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