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Covid-19: maior "mobilidade" e "transmissão familiar" explicam aumento de novos casos

11-09-2020 - Sofia Santana

Portugal registou 646 novos casos de infecção por covid-19, o maior número de novos casos desde 20 de Abril. O Governo e a DGS reconheceram que o aumento de novos casos era expectável devido à maior mobilidade durante as férias e à maior transmissão familiar. A DGS diz que o regresso às aulas será uma fase muito importante da pandemia e, por isso, público nos estádios e reabertura das discotecas não vão acontecer nos próximos tempos

Portugal registou nas últimas 24 horas 646 novos casos de infecção por covid-19, de acordo com o último boletim divulgado pela Direcção-geral da Saúde. É o maior número de novos casos desde 20 de Abril. A secretária de Estado Adjunta e da Saúde, Jamila Madeira, reconheceu, em conferência de imprensa, que este "não é um número que nos deixe felizes ou satisfeitos", mas que era expectável devido à maior mobilidade de pessoas e à maior transmissão familiar durante o período de férias.

A dinâmica de novos contactos tem de ser assumida como uma realidade de retoma. (...) Importa sinalizar que estamos perante um foco sobretudo na transmissão familiar", sublinhou.

"A diminuição do número de contactos continua a ser o maior instrumento que temos para a redução da propagação do número de casos", acrescentou Jamila Madeira.

Por sua vez, a directora-geral da Saúde, Graça Freitas, notou que apenas 12% dos novos casos dizem respeito a pessoas com mais de 70 anos, considerando que este é "um indicador positivo em relação à gravidade de casos".

No entanto, a responsável frisou que estamos "num ciclo especial social" com a retoma após o período de férias e que esta mobilidade gera mais contactos e um "aumento do número de casos previsível".

Esta mobilidade gera mais contactos e um aumento do número de casos que é previsível nestas situações, ainda mais quando na Europa se verifica um movimento no mesmo sentido", sublinhou.

Graça Freitas sublinhou que o regresso às aulas, na próxima semana, constitui "uma fase muito importante" nesta pandemia, que vai trazer uma grande alteração e uma maior mobilidade social, o que pode originar mais casos de covid-19.

Por isso, outras medidas que possam levar ainda a mais contactos, como o regresso do público aos estádios de futebol ou a abertura de discotecas, estão descartadas nos próximos tempos.

Manda a prudência que não ensaiemos outras medidas que podem levar a mais contactos. Temos de ser prudentes e faseados, ir abrindo outras actividades à medida que estabilizarmos algumas. Temos de ponderar o público nos estádios e a abertura das discotecas neste quadro mais vasto, e não será certamente nos próximos tempos. Temos de ver como vai correr o regresso às aulas e o seu impacto nos números”, destacou.

Graça Freitas explicou ainda que não existe nenhuma previsão de datas para estas duas actividades.

Portugal registou, nas últimas 24 horas, 646 novos casos de infecção pelo vírus SARS-CoV 2, que provoca a covid-19. Há agora um total de 61.541 casos contabilizados desde o início da pandemia. Desde 20 de Abril que não havia registo de tantas novas infecções. Nessa altura, Portugal ainda estava em confinamento.

Número de profissionais de saúde portugueses infectados abaixo da média mundial

O número de profissionais de saúde portugueses infectados por SARS-CoV-2 ronda os 7,5%, uma cifra abaixo da média mundial de 10% estimada pela Organização Mundial de Saúde, segundo a secretária de Estado Adjunta e da Saúde.

Jamila Madeira explicou que até ao momento foram infectados 4.551 profissionais de saúde dos quais 1.342 enfermeiros, 1.306 assistentes operacionais, 584 médicos, 166 assistentes técnicos e 146 técnicos de diagnóstico e terapêutica.

Do total de profissionais de saúde infectados desde o início da pandemia 3.892 estão já recuperados.

Jamila Madeira considera que estes números comprovam a importância de apostar na protecção dos profissionais de saúde.

Para o Governo a segurança dos profissionais de saúde continua a ser determinante na estratégia de combate à pandemia. Na permanente incerteza de que a pandemia pode exigir numa eventual segunda vaga escolhemos a certeza de garantir aos profissionais de saúde todas as condições para que possam trabalhar em segurança”, disse.

A secretária de Estado adjunta e da Saúde disse que Portugal entrou numa nova fase de gestão da pandemia, garantindo que o Governo está a trabalhar para que a abertura das escolas e o regresso do país ao ritmo pós-férias tenham o menor impacto possível.

Por acreditar que os números vão sofrer alterações, Jamila Madeira explicou que o Governo está a trabalhar para dar maior robustez ao Serviço Nacional de Saúde e às estruturas sociais para que possam responder da melhor forma possível.

Neste sentido e além das medidas preventivas já foi lançado o concurso para a aquisição massiva da reserva estratégica de equipamentos e protecção individual, um investimento de 20 milhões de euros aplicados na aquisição de máscaras cirúrgicas, respiradores FFP2 e FFP3, óculos e viseiras, fatos de protecção integral, batas de protecção, botas cirúrgicas e aventais, luvas de exame e cirúrgicas, cogulas, cobre botas e sapatos e solução asséptica de base alcoólica”, disse.

DGS revê normas para lares e estruturas para crianças

A DGS está a rever as normas de prevenção e combate ao novo coronavirus a aplicar nos lares e nas estruturas de acolhimento de crianças, foi hoje anunciado na conferência de imprensa de acompanhamento da pandemia.

Estamos neste momento a revisitar a orientação técnica dos procedimentos a adoptar daqui para a frente nas estruturas para idosos e para crianças, porque estamos numa outra etapa da pandemia, já aprendemos mais e podemos evoluir”, disse a directora-geral da Saúde, Graça Freitas, sem adiantar datas para a sua entrada em vigor.

Em resposta a críticas que têm surgido, Graça Freitas disse acreditar que as visitas multidisciplinares aos lares, que integram técnicos da Segurança Social e da Saúde Pública, “estão a resultar”.

Além de verificarem as condições dos lares, estas visitas obviamente também têm um carácter pedagógico”, justificou.

A directora-geral da Saúde esclareceu que, da parte da Segurança Social, “foram criadas equipas de intervenção rápida que permitem uma actuação mais célere e concertada, e há da parte da saúde pública uma agilização de procedimentos”.

Para Graça Freitas, “as coisas não estão a ser feitas de forma reactiva, muitas coisas estão a ser feitas de forma programada, nomeadamente as visitas aos lares”, apelando de novo a estas instituições para que, “em caso suspeito, darem o alerta rapidamente e não esperarem que a situação se propague”.

A secretária de Estado Adjunta e da Saúde, Jamila Madeira adiantou que, a 30 de Abril, houve 317 instituições sinalizadas com 3.690 casos positivos e hoje são 68 com 887 casos.

Sem escamotear uma realidade que é muito sensível e à qual dedicamos a máxima preocupação, podemos tranquilizar o senhor presidente da Assembleia da República de que a realidade é muito diferente daquela que vivemos no início do pico da pandemia”, justificou.

“Como é que se compreende que continuem apenas a fazer-se testes quando há pessoas que acusam positivo. Quando há uma pessoa num lar que acusa positivo, o caminho já está prejudicado, o caminho para uma vaga nesse lar já é muito forte”, afirmou o presidente da Assembleia da República, Ferro Rodrigues, na segunda-feira.

Na terça-feira, o presidente da Associação Portuguesa dos Administradores Hospitalares (APAH), Alexandre Lourenço, advertiu para “uma janela de oportunidade”, com a acalmia da pandemia de covid-19 a partir de Abril, que está a terminar com o impacto de uma eventual segunda vaga.

Vamos ter porventura com uma segunda vaga ou mesmo emergência de outras infecções respiratórias sazonais porque aí certamente vamos ter mais desafios e estes desafios só se respondem com planeamento”, afirmou Alexandre Lourenço, na cerimónia de apresentação do Movimento Saúde em Dia, uma iniciativa em parceria com a Ordem dos Médicos (OM).

No seu entender, não se pode “correr o risco de ter um sistema que é gerido ao dia e as respostas são identificadas ao dia".

Fonte: TVI 24

 

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