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VOO MH 017 FOI ATINGIDO POR BALAS DE UM CAÇA UCRÂNIANO?

12-09-2014 - Alfredo Barroso

PETER HAISENKO, perito alemão que foi comandante da aviação comercial durante 30 anos, tendo pilotado B727, B737, B747, assim como DC8, DC10 e A340, e que depois se tornou jornalista especializado, escreveu, em 30 de Julho passado, sobre a tragédia vôo MH 017 o seguinte:

«A tragédia do MH 017 malaio continua a confundir. Os registos do voo estão em Inglaterra e são agora avaliados. O que poderá vir daí? Talvez mais do que se pode supor. Será especialmente interessante a gravação de voz, depois de se examinar a foto do cockpit fragmentado. Como perito em aviação examinei atentamente as imagens dos destroços do avião malaio que estão a circular na Internet .

Primeiro, fiquei admirado por serem tão poucas as fotos dos destroços que podem ser encontradas com o Google. São todas de baixa resolução, excepto uma: a do fragmento do cockpit abaixo da janela do lado dos pilotos. Contudo, esta imagem é chocante. Em Washington pode-se agora ouvir declarações que falam de «erro/acidente potencialmente trágico» em relação ao voo MH 017. Dada essa imagem concreta do cockpit, isso não me surpreende de todo.

Buracos de entrada e saída de projécteis na área do cockpit

Os factos são muito claros e estão para além do âmbito da especulação: o cockpit mostra traços de disparos (shelling)! É possível ver os buracos de entrada e saída. Os bordos de uma parte dos buracos estão inclinados para dentro. Estes são buracos mais pequenos, redondos e limpos, mostrando os pontos de entrada – a maior parte, provavelmente, de projécteis com calibre de 30 milímetros.

Os bordos dos outros, os buracos de saída maiores e ligeiramente desgastados (frayed), mostram fragmentos de metal que indiciam ter havido perfuração por projécteis do mesmo calibre. É evidente que estes buracos de saída da camada exterior da estrutura reforçada de alumínio duplo estão retalhados ou inclinados – para fora! Além disso, podem ser vistos cortes menores, todos inclinados para fora, os quais indicam que estilhaços (shrapnel) saíram com força através da face externa (outer skin) a partir do interior do cockpit. Os rebites abertos também estão inclinados para fora.

Verificando as imagens disponíveis há uma coisa que se destaca: todos os destroços das secções por trás do cockpit estão em grande medida intactos, excepto pelo facto de que restaram apenas fragmentos do avião. Só a parte do cockpit mostra estas marcas peculiares de destruição. Isto dá ao examinador uma pista importante.

Este avião não foi atingido por um míssil na sua parte central. A destruição é limitada à área do cockpit. É preciso ter em conta que esta parte é construída com material especialmente reforçado. Isto é assim porque o nariz de qualquer avião tem de resistir ao impacto de um grande pássaro a altas velocidades. Pode-se ver, na foto que analisei, que nesta área estavam instaladas ligas de alumínio significativamente mais fortes do que no resto da camada externa da fuselagem. Podemos recordar o 'crash' do avião da Pan Am sobre Lockerbie. Houve um grande segmento do cockpit que, devido à sua arquitectura especial, sobreviveu ao 'crash' numa peça inteira. No caso do voo MH 017 torna-se absolutamente claro que também houve uma explosão no interior do avião.

Destruição de tanque por um mix de munições

Então o que poderia ter acontecido? A Rússia publicou recentemente registos de radar que confirmam a presença de pelo menos um SU 25 ucraniano em grande proximidade (close proximity) do MH 017. Isto corresponde à declaração do agora ausente controlador espanhol "Carlos" que viu dois aviões caças ucranianos na vizinhança imediata do MH 017.

Se agora considerarmos o armamento de um típico SU-25 constataremos que está equipado com uma arma de cano duplo de 30 mm, tipo GSh-302 / AO-17A, equipada com um pente de 250 tiros de projécteis incendiários (incendiary shells) anti-tanque e projécteis de estilhaçamento explosivo (splinter-explosive) dum-dum, dispostos em ordem alternada. Evidentemente que dispararam sobre o cockpit do MH 017 de ambos os lados: os buracos de entrada e de saída são encontrados no mesmo de segmento de cockpit!

Agora consideremos o que acontece quando uma série de projécteis incendiários anti-tanque e projécteis de estilhaçamento explosivo atingem um cockpit. Afinal de contas eles são concebidos para destruir um tanque moderno. Os projécteis incendiários anti-tanque atravessaram parcialmente o cockpit e saíram do outro lado numa forma ligeiramente deformada. (Peritos forenses em aviação possivelmente poderiam encontrá-los no solo presumivelmente controlado pelos militares ucranianos do regime de Kiev). Afinal de contas, o seu impacto é calculado para penetrar a blindagem sólida de um tanque. Além disso, os projécteis de estilhaçamento explosivo, devido aos seus numerosos impactos, também deverão provocar explosões maciças no interior do cockpit, uma vez que são concebidos para assim acontecer. Dada a rápida sequência de disparo do canhão GSh-302, isto provocará uma rápida sucessão de explosões dentro da área do cockpit num curto espaço de tempo.

Que «erro» foi realmente cometido – e por quem?

Porque o interior de um avião comercial é uma câmara pressurizada selada hermeticamente, as explosões, numa fracção de segundo, aumentarão a pressão no interior da cabine para níveis extremos até ao ponto de ruptura. Um avião não está equipado para isto, e explodirá como um balão. Este é um cenário coerente.

Os fragmentos em grande medida intactos das secções traseiras romperam-se em pleno ar nos pontos mais fracos da construção, mais provavelmente sob extrema pressão interna. As imagens do campo de resíduos amplamente espalhados e o segmento brutalmente danificado do cockpit ajustam-se como uma luva. Além disso, um segmento da asa mostra traços de um tiro rasante, o qual em extensão directa leva ao cockpit. Curiosamente, descobri que tanto a foto de alta resolução do fragmento de bala que perfurou o cockpit como o segmento da asa com esfoladura nessa zona desapareceram das imagens Google. Não se pode virtualmente encontrar mais fotos dos destroços, excepto as bem conhecidas ruínas fumegantes.

Ao ouvir as vozes de Washington que falam de um "erro/acidente potencialmente trágico", resta perguntar qual terá sido a natureza deste "erro" e quem o perpetrou. Não tenho tendência para divagações ou especulações, mas convido as pessoas a considerarem o seguinte: o avião MH 017 tem um desenho tricolor semelhante ao do avião do Presidente russo. O avião com o Presidente Putin a bordo estava, nessa altura, "próximo" do Malaysia MH 017. Em círculos da aviação, "próximo" é qualquer coisa como estar entre 150 a 200 milhas (241 a 328 km). Também, neste contexto, podemos considerar o depoimento da Sra. Tymoshenko, quando afirmou publicamente que queria abater o Presidente Putin com uma Kalashnikov.

Mas isto é pura especulação. O que não é, definitivamente, especulação, são os disparos sobre o cockpit do Air Malaysia MH 017.

 

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