Fidel Castro: os 88 anos do líder da Revolução Cubana
22-08-2014 - Página/12
O ex-presidente cubano Fidel Castro completou 88 anos no dia 12 deste mês, rodeado de homenagens, celebrações e mensagens de presidentes latino-americanos, como o venezuelano Nicolás Maduro e o nicaraguense Daniel Ortega. Castro, que encabeçou o governo e o Partido Comunista de Cuba (PCC) até adoecer gravemente em julho de 2006 e se afastar de todos os seus cargos, participa das decisões estratégicas nacionais e desenvolve atividades políticas públicas, principalmente com artigos publicados na imprensa. Alex Castro, filho do líder cubano e fotógrafo, da República Dominicana, onde está de passagem para apresentar um livro, disse que seu pai está em boas condições de saúde, estudando e sempre ativo.
O ex-presidente nasceu na localidade de Birán, extremo leste do país, onde ainda existe a casa natal dele e de seu irmão Raúl Castro. Segundo o que foi anunciado, a casa da família Castro Ruz, agora um museu, passa por uma reparação geral feita por historiadores, uma homenagem ao “Comandante em Chefe”. “Nicolás Maduro destaca a luz da genialidade de Fidel”, foi uma das manchetes do jornal oficial Granma. Por sua vez, o outro diário de alcance nacional, Juventud Rebelde, publicou que existem “oitenta e oito e mais razões para continuar lutando pela salvação da humanidade”.
Um fato central nas celebrações foi uma exposição de 30 fotografias do ex-presidente denominada “Fidel es Fidel”, realizada no Memorial José Martí, na Praça da Revolução em Havana. A mostra é composta por fotos e outros materiais audiovisuais de 2005, 2006, 2010 e 2012, que dão ênfase à vida política do “líder da revolução”, como Castro é mencionado em Cuba. O ex-governante aparece com pouca frequência em público, exceto quando recebe personalidades internacionais, como fez em julho com os presidentes da Rússia, Vladimir Putin, e da China, Xi Jinping. Ambos destacaram a boa saúde e a sagacidade mental de seu anfitrião.
Em seu mais recente comentário político, de 5 de agosto, Fidel acusou Israel de cometer um genocídio macabro contra os palestinos em Gaza e acrescentou que, para tanto, contavam com a cumplicidade do império norte-americano. Na ocasião, uniu seu irrevogável anti-imperialismo com elogios a países como Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, a América Latina e a maioria dos países do Caribe e da África, que lutam pelo desenvolvimento. Fidel Castro se dedica, além disso, segundo seus visitantes, a pesquisas científicas sobre a agricultura e os alimentos. Alex Castro, que foi recebido pelo presidente dominicano, Danilo Medina, disse no Palácio Presidencial que seu pai mantém um ritmo de vida normal, próprio para sua idade, com lucidez e sempre atento aos acontecimentos do mundo. Castro foi convidado a essa país para estar presente no lançamento do livro “Fidel, Trujillo, USA 1958-61”, cujo autor é o escritor dominicano Hamlet Hermann, quem coordenou o encontro com o chefe de Estado dominicano.
“Nos sentimos muito bem, o presidente nos acolheu com muita alegria e falamos sobre o lançamento do livro, da exposição fotográfica e de outros assuntos culturais sobre os quais mostrou muito interesse”, disse Alex Castro, organizador de uma exposição fotográfica no norte do país.
O presidente da Bolívia, Evo Morales, e representantes de organizações da sociedade civil dos países da União de Nações Sul-Americanas (Unasul) cantaram em coro parabéns ao dirigente histórico. “Nosso respeito, nossa admiração a Fidel, que completa 88 anos, espero que continue nos acompanhando com suas reflexões. Para mim, Fidel é todo um pai sábio para nossos povos”, afirmou o governante. Morales disse que ninguém pode negar a solidariedade de Fidel e agradeceu a ajuda que Cuba deu à Bolívia com missões de médicos enviadas desde 2006. “Oxalá possamos festejar daqui a dez anos 98 anos [depois], 108 anos. É o desejo que temos”, acrescentou, ao inaugurar o primeiro Foro de Participação Cidadã na Integração regional da Unasul, na cidade de Cochabamba. O foro é composto por organizações da sociedade civil, como povos indígenas, afrodescendentes, camponeses, associações de imigrantes, de mulheres, idosos e pessoas com deficiência, e tenta se tornar uma instância de assessoria para os chefes de Estado do bloco.
Os negociadores das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) também saudaram Fidel por seu aniversário com uma declaração em Havana, onde manifestaram sua profunda admiração pelo líder da Revolução Cubana. “Saúde, comandante!”, disse para a mídia o guerrilheiro Pablo Catatumbo, fazendo uso da palavra para parabenizar Castro em nome da guerrilha colombiana no Palácio de Convenções da capital cubana, antes de participar de uma nova sessão de diálogos de paz, que o grupo insurgente mantém com o governo colombiano. “Queremos aproveitar para enviar, com profunda admiração, nossas saudações ao comandante Fidel Castro, líder histórico da Revolução Cubana, em seu novo aniversário”, disse Catatumbo, “Jorge Torres Victoria”.
Fidel Castro, líder máximo do movimento que derrubou o ditador Fulgencio Batista, afastado do poder desde 2006 por uma grave doença que o fez delegar a presidência a seu irmão Raúl, completou 88 anos em um aniversário celebrado em Cuba com diversas atividades, como concertos e exposições.
Tradução: Daniella Cambaúva
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