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Moscovo ignora preocupações e envia um comboio humanitário para a Ucrânia

15-08-2014 - El País

Kiev exige que entreguem a carga à Cruz Vermelha na fronteira e adverte que proibirá a entrada dos russos em seu território.

No meio de apreensões da comunidade internacional, para a qual não estão claros nem o conteúdo nem as intenções reais da missão, um comboio de 280 camiões Kamaz com mais de 2.000 toneladas de ajuda humanitária saiu na terça-feira dos arredores de Moscovo com destino ao leste da Ucrânia. O comboio, de mais de três quilómetros comprimento, deve levar um dia para percorrer os 1.000 quilómetros até a fronteira. As autoridades ucranianas advertiram repetidamente que a ajuda não poderá entrar no país a bordo de camiões russos, ter escolta russa, nem ser acompanhada por funcionários do Ministério de Situações de Emergência, considerado por Kiev uma instituição militarizada. Na segunda-feira, o secretário-geral da OTAN, Anders Fogh Rasmussen, afirmou que vê “uma alta probabilidade” de que a Rússia intervenha militarmente no leste da Ucrânia.

Os camiões levam roupas, comida e medicamentos recolhidos por “cidadãos da capital e da província de Moscovo”, segundo o Kremlin. Os alimentos são a maior parte da carga, mas os Kamaz também levam 54 toneladas de equipamentos médicos e medicamentos, 12.000 sacos de dormir e 69 geradores eléctricos.

O ex-presidente ucraniano Leonid Kuchma (que representa o Governo de Kiev no chamado grupo de contacto para a crise na Ucrânia, formado por Moscovo, Kiev e separatistas, sob a égide da OSCE), disse que a ajuda russa entrará por uma passagem de fronteira na província de Cracóvia, região controlada pelas autoridades centrais. Segundo Kuchma, o carregamento irá para Lugansk, um reduto separatista cercado pelas forças ucranianas. Cerca de 250.000 habitantes – dos 420.000 que viviam ali antes do conflito – continuam na cidade enfrentando falta de água potável, gás e alimentos.

Valeri Chali, subchefe do gabinete do presidente ucraniano, Petro Poroshenko, afirmou que o comboio de camiões russos não circulará em território ucraniano. A carga será transferida na fronteira para veículos de controlados pela Cruz Vermelha. Apesar destas declarações, e mesmo com Dmitri Peskov, porta-voz do presidente russo, declarando que todos os detalhes da missão humanitária foram acordados com a Ucrânia, não se pode descartar que a operação seja abortada na fronteira já que, paralelamente a notícias tranquilizadoras, há informações de que Kiev ainda não teria dado luz verde.

Laurent Corbaz, director de operações da Cruz Vermelha Internacional na Europa e na Ásia Central, declarou na terça-feira que ainda é preciso esclarecer “detalhes práticos antes que a iniciativa possa seguir adiante”. No dia anterior, a organização avisou que só participaria se todas as partes envolvidas estivessem de acordo. A União Europeia e a Casa Branca manifestaram-se no mesmo sentido.

Enquanto isso, a Rada, o parlamento ucraniano, aprovou na terça-feira o projecto de lei pelo qual Kiev poderia introduzir 29 tipos de sanções contra a Rússia. O primeiro-ministro Arseni Yatseniuk disse que podem constituir motivo para sanções “agressão militar directa ou indirecta”, ou acções que causem dano “à saúde e aos bens dos ucranianos; a expropriação ilegal de propriedades ucranianas; a tomada de reféns; a obstaculização do desenvolvimento económico estável do país”. Entre as possíveis sanções está a proibição do trânsito de gás russo para a Europa.

Segundo explica a imprensa ucraniana, essa lei concede ao Executivo a decisão de aplicar sanções (e quando, como e contra quem). O Conselho de Segurança Nacional e Defesa estaria encarregado de determinar a sua aplicação. Há uma semana, o Gabinete ministerial da Ucrânia preparou uma lista de 172 pessoas físicas e 65 jurídicas – incluindo a Gazprom, que detém o monopólio das exportações de gás – que seriam alvo das sanções.

 

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