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ESCRAVATURA ……

10-06-2016 - Henrique Pratas

Dando continuidade ao meu texto sobre o mesmo assunto gostava de concretizar algumas situações que ocorrem nos dias de hoje para que os leitores se possam aperceber de facto o que é que está a acontecer neste País, sem que eu consiga perceber os motivos a que levam a tais práticas.

Na Administração Regional de Lisboa e Vale do Tejo, I.P., que dependendo do Ministério da Saúde, superintende todas as Unidades de Saúde Familiares e restantes Unidades de Saúde, passa-se coisas como lhes vou descrever. Sei de uma trabalhadora que vive no Algueirão, que tem um filho que precisa dos cuidados e apoio maternos, porque nasceu com algumas restrições no seu crescimento e trabalha para a mesma entidade patronal só que um outro concelho, é licenciada está contratada a termo certo há imensos anos, juridicamente o contrato dela é por tempo indeterminado, mas o Estado, que devia ser pessoa de bem tem estas e outras práticas que só o deviam envergonhar e resolvê-las o mais rapidamente possível, mas como as chefias intermédias na função pública são o exemplo mais acabado do que é o corporativismo na sua essência e fazem um grupo de pressão muito grande, para que a informação não chegue a quem decide, porque a verdade de quem supervisiona o Ministério da Saúde é-lhes dada por estas chefias e eles se não forem ao terreno, sabem a verdade que lhes querem contar, a realidade é outra coisa completamente diferente.

Retomando o conhecimento da situação, a senhora pediu mobilidade interna para uma outra Unidade de Saúde, mais próxima de sua casa para que assim possa estar mais perto do filho e lhe dar a assistência necessária, conseguiu, mas agora a mesma entidade patronal, ou seja em última análise o Ministério da Saúde, através do seu organismo intermédio ARS de Lisboa, estão a criar-lhe as maiores dificuldades, ela que era competente e que por parcos 600,00 € mensais, geria a Unidade de Saúde onde está a exercer funções, retiram-lhe todo o tipo de trabalho e argumentam que ela para que se possa transferir dentro da mesma entidade patronal, tem que dar “6 meses à casa”, ponho entre comas para verificarem até que ponto chega a prepotência de chefias intermédias que de chefias só têm o nome e muita incompetência associada.

Quando me contaram isto nem queria acreditar, mas neste País já nada me espanta, será que voltámos aos tempos em que era necessário ser possuidor de uma carta de alforria, para que as pessoas possam ser livres e não andarem subjugadas ao livre arbítrio de quem por delegação de competências pratica tais atos.

Isto é simplesmente inadmissível e inqualificável deixo ao vosso julgamento a prática destes e doutros atos que considero ser de abuso de poder, má gestão, incompetência e aviltante, porque não existe respeito nenhum por quem trabalha de facto, aqueles que nada fazem são os melhor são tratados a troca de uns favores, de uns jeitos, de afirmações produzidas como por exemplo “ uma mão lava a outra” e assim vamos vivendo neste País sem que as coisas mudem de rumo.

Mas como estas existem muitas mais que não caberiam neste texto que visa apenas chamar a atenção para quem de direito se é que lhe chegam estes e outros escritos que tenho feito que o paradigma da sociedade portuguesa tem que mudar e aproveitar sim leram bem, aproveitar, o que há de melhor nas pessoas, é que nós temos pessoas muito competentes, profissionais, cultas e com competências académicas para o exercício das mais diferentes funções é preciso é que se faça um processo de seleção sem recorrer a cunhas, ou processos semelhantes e se admitam nas organizações pessoas que têm este potencial, mas que não pode ser aproveitado porque na generalidade estas pessoas não são submissas e o que se quer não é ninguém que saiba fazer alguma coisa, querem pessoas que não causem turbulência no sistema, vive-se nesta paz podre que já fede nauseabundo e não se vê jeitos de isto mudar de rumo apesar do poeta gritar bem alto “ mudem de rumo, mudem de rumo, que já é hora…..”.

Escrever sobre a situação dos outros poderá parecer-vos fácil mas não é, eu próprio dentro da organização onde exerço a minha atividade profissional, solicitei a minha transferência interna para outra Unidade dentro da mesma organização e tive que ouvir de uma “menina” que na organização inteira não havia lugar para mim, só que entretanto, estão a abrir e abriram candidaturas publicadas em Diário da República, visível aos olhos de toda as pessoas e ao fim de 35 anos de trabalho em diferentes empresas como por exemplo a Rodoviária Nacional, E. P., onde iniciei funções no dia 01 de agosto de 1980 e adquiri uma experiência do que é gerir cerca de 15.000 trabalhadores e mais de 6.000 autocarros de passageiros e depois de ter exercido a função de Diretor de Pessoal na Bayer, S. A., com responsabilidades acrescidas dadas pelo meu Administrador de ser o seu braço direito e esquerdo, quero escrever ele entregou-me a empresa nas mãos, o trabalho que se fez foi tão bom, que ele alemão de origem regressou a casa, a Leverkusen, ficando como Diretor-Geral para todos os Países da Europa onde a Bayer, tinha representações, coisa de somenos importância e que não é de valorizar. Um dia em Colónia depois de uma reunião que começou impreterivelmente às 8h00m e terminou às 17h00m, onde só nos podíamos levantar para ir à casa de banho, porque o almoço nos era servido na mesma mesa onde estávamos e continuávamos em reunião a única coisa que fazíamos era afastar os papeis, tudo em andamento a reunião a continuar e nós a comermos a sopa e o segundo como nós dizemos, por fim a sobremesa ou café e tenho que ouvir de uma “menina” que conclui um curso numa Universidade Pública, que “trabalha” uns mezinhos numa sociedade de consultadoria influente, vê-se catapultada sem saber ler e escrever para o exercícios de funções que não tem o mínimo de qualificações profissionais, pessoais ou do que quer que seja.

A mudança urge e não é por causa de interesses pessoais, ou interesse do País, ou do coletivo sobrepõe-se em meu entender, é claro, ao interesse mesquinho, individualista, retrógrado e permissivo, ou então o nosso País entra numa espiral regressiva sem fim à vista, porque são estes pais e mães das novas gerações que lhes vão incutir os mesmos valores que praticam e o que é que vai acontecer em vez de estarmos num regime republicano, onde a igualdade de oportunidades, a igualdade de género, a fraternidade, a liberdade e a igualdade, são colocadas de parte em entramos numa espécie de república “monárquica”, em que às atuais chefias, dirigentes, sucedem os seus filhos, eu não isto para o meu País, gosto de pessoas competentes e profissionais, que questionem que ponham em causa, pensem e não se limitem a concordar com tudo, o que lhe pedem e que dizem a isso chama-se “ prostituição intelectual”.

Henrique Pratas

 

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