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Existem coisas que só me acontecem a mim

27-05-2016 - Henrique Pratas

Hoje no dia em que vos escrevo este texto aconteceu-me um episódio que eu penso que não acontece a mais ninguém e por isso partilho isso convosco, porque dá um certo prazer.

Por volta das 13h30m tive que me deslocar da Rua Barata Salgueiro, para a Avenida 5 de Outubro, em Lisboa e apesar de passarem táxis nenhum deles parou, caminhei ao longo da Rua um pouco mais até ao pé da Cinemateca e faço sinal para um táxi, que andam em guerra aberta com a UBER e com toda aqueles que querem exercer uma prestação de qualidade, não quero com isto afirmar que não existam taxistas que sejam uns senhores mas a maior parte deles têm outros empregos e para arranjar mais uns dinheiros para poder fazer férias no Algarve, prestam um serviço de péssima qualidade e a contragosto.

Ora nós, potenciais utilizadores deste tipo de servições não queremos nem estamos na disposição para aturar gente mal-educada e sempre o mínimo de higiene.

Ora para grande espanto meu e depois de ter assinalado a cerca de meia dúzia de táxis para pararem nenhum deles correspondeu ao meu pedido.

Sem eu ter reparado estava uma senhora num tutuque que proliferam em Lisboa e noutros pontos do País, reparou em mim e rapidamente se aproximou de mim e em perguntou se me podia oferecer a viagem para onde queria ir pelo valor de 5,00 euros, a abordagem foi simpática tinha uma pequena estereofonia onde passava música portuguesa, com particular incidência no fado, deu-se-me a conhecer, disse-me onde os pais viviam e retive que ela me disse que tínhamos que ser felizes naquilo que gostávamos de fazer e que ela era feliz, eu todo repimpado lá fui conduzido pela senhora com um sorriso nos lábios falando das nossas vidas e daquilo que acontece o País e eu dei valor a tudo isto, porque nunca tinha subido a Avenida da Liberdade, Fontes Pereira de Melo e finalmente a Avenida 5 de Outubro, chegados ao local de destino não deixou de me tirar uma sellfie, prática hoje em moda e de me enviar para a minha caixa de correio eletrónico, através dos eu telemóvel e eu pela primeira vez senti o prazer do que é voltar aos primórdios dos transportes e poder olhar e observar a minha cidade que me viu nascer com outros olhos e com outra satisfação, esta senhora hoje, fez de mim uma pessoa feliz porque se podia falar com ela pois era culta e deu a tender que o que era necessário era que fossemos felizes, educados e cultos, ora se ela faz isto e se sente feliz eu só posso ficar contente e fiquei mais rico, “transportou-me” à India onde este tipo de transporte abunda, são com pequenos gestos que se fazem as pessoas felizes e este foi um deles.

É óbvio que com a minha imaginação fértil, já me estava a ver alugar uma coisa daquelas conduzida por uma senhora tão ou igualmente simpática como ela e andar a passear pela cidade de Lisboa, por todas as capelinhas que conhecemos e considerando que o transporte é completamente aberto entrava-nos ar por todos os silícios em necessidade, de deitar “carga borda fora” é o tipo de transporte ideal é só por a cabeça de fora e cá vai disto.

Eu fico feliz com pequenos gestos e este foi um deles.

Lisboa, 24 de maio de 2016

Henrique Pratas

 

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