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O Vale Virgo

02-10-2015 - Eduardo Milheiro

O Vale Virgo, é para quem desconhece um pequeno curso de água que tem a sua origem ali para os montes de Fazendas e vem descendo por aí abaixo atravessando terrenos agrícolas até entrar nos limites urbanos da cidade, passando por debaixo de muitas casas, ruas e tendo ainda alguns pequenos troços a céu aberto onde pode ser observado em todo o seu esplendor mal cheiroso, até desaguar na Vala.

Noutros tempos que já lá vão, colhiam-se ali agriões selvagens que serviam para alegrar a sopa, existiam peixes e muitas rãs com os inevitáveis girinos, peixe-sapo, no dizer das gentes da terra, que eram capturados pelos gaiatos e serviam para horas esquecidas de brincadeira.

Há muitos anos nas suas margens via-se muita passarada, por exemplo os guarda-rios de plumagem bonita para não falar de tentilhões, pintaroxos e verdilhões, e também se viam os antigos guarda-rios, profissão extinta, composta por profissionais que limpavam as linhas de água e cuidavam delas, tudo isso, infelizmente, já é passado.

Infelizmente actualmente o que existe no Vale Virgo é porcaria, muita porcaria, ratazanas, mosquitos e a espaços um abundante cheiro pestilento, que todos aqueles que moram nas vizinhanças do local conhecem bem.

Muitas casas têm linhas de esgoto ligadas ao Vale Virgo, apesar de ilegal, ninguém faz nada, nem ninguém controla, efluentes agrícolas e outros são para ali despejados sem qualquer tratamento e de novo ninguém faz nada, nem ninguém controla, apesar de toda a gente saber da existência deste cancro ambiental em plena cidade, é frequente um forte cheiro parecido a pimentos, bem como a porcaria, um intenso cheiro a porcaria.

No Verão são nuvens de mosquitos que dali saem, um perigo para a saúde pública, que mais uma vez ninguém quer ver. É interessante que numa cidade tão dedicada ao ambiente e a outras brincadeiras de garotada, um esgoto a céu aberto corra pelo coração dessa mesma cidade sem que ninguém faça absolutamente nada e quando perguntamos a quem de direito, sobre aquela aberração, ou não nos ligam ou socorrem-se do habitual jogo do empurra, em que sacodem a água do capote e empurram a responsabilidade para outros.

P.S. Quem quiser confirmar o que aqui se escreveu, pode deslocar-se até à Rua Timor, subindo a rua no sentido do tráfego, do lado esquerdo, relativamente perto do cruzamento com a Rua António Padre Vieira, existe uma entrada pública para um logradouro onde numa extensão de uns 50 metros o Vale Virgo corre a descoberto ou então na Rua da Fonte junto a uma antiga adega, onde podem observar o espectáculo.

 

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