A raposa veste a pele de cordeiro
10-04-2015 - Henrique Pratas
Há uns dias atrás ouvi as declarações do Primeiro-ministro deste DESGOVERNO, afirmar no Japão que senão fossem as exigências dos nossos credores que até poderia baixar os impostos, mas são aqueles malandros que não deixam, estas últimas palavras são minhas.
É preciso ter lata para produzir uma afirmação destas a raposa começa a tentar vestir a pele de cordeiro será porque se aproximam as eleições? Pretende transferir as responsabilidades dos seus actos para outros, já conheço esta conversa e seria bom e desejável que todos os cidadãos entendessem esta “mutação”, para ganhar eleições vale tudo até desdizer tudo o que se disse e que se fez e empurrar as responsabilidades para terceiros, que nada podem fazer.
Com esta afirmação conhecemos mais uma faceta do Primeiro-ministro, não tem opinião própria, foi sempre o que desconfiei as medidas que implementou e o caminho para onde nos empurrou não foram ideias dele, ele apenas foi o testa de ferro do que alguém lhe mandou fazer, isto não o desculpa mas atribui-lhe uma falta de carácter de vontade própria inabalável e vergonhosa. Quando será que teremos um Primeiro-ministro que defenda os interesses dos portugueses? Será que esse dia vai chegar? De pende essencialmente de nós, tal como em outros textos que escrevi, não nos podemos esquecer de que quem os elege somos nós cidadãos anónimos e teremos que ser nós a ajuizar e decidir quem queremos ter nos comandos dos nossos destinos, basta de vigarices, falcatruas, jogos de bastidores e processos pouco transparentes.
Essa é a nossa responsabilidade se queremos mais emprego, mais qualidade de vida, melhor saúde, melhor educação e o crescimento do País feito de uma forma sustentável assente em pilares que sustentem a nossa auto-suficiência e permita o desenvolvimento do sector produtivo da nossa economia teremos que mudar de rumo rapidamente, porque estamos a caminhar a largos passos para o abismo.
A fase a que chegámos é um tudo ou nada semelhante do que acontecia no Feudalismo, nessa altura eram os senhores que possuíam as terras e os sectores produtivos, tinham direitos que os outros cidadãos não tinham, até o direito de pernada lhes era permitido, hoje vivemos um tempo semelhante a riqueza, quero dizer os detentores do capital está concentrada na mão de meia dúzia de personagens e o resto da população passa fome, vive com dificuldades ou tem que se subjugar aos detentores do capital, julgo que não foi isto que esteve subjacente aos ideais de abril de 1974 mas é o ponto a que chegámos e vale a pena analisar o que de bom foi feito e onde se cometeram erros para que não se voltem a repetir. Na altura do 25 de abril de 1974 existiam muitos preconceitos ou ideias pré-concebidas em alguns militares que participaram no movimento das forças armadas e que até fizeram parte do Conselho da Revolução, que como sabem era composto por militares mais conservadores e mais progressistas e a “guerra” que se fez para expulsar os mais progressistas foi terrível, porque se serviram da pouca formação politica que alguns tinham para lhe venderem ideias como a dos comunistas queriam tomar conta do País o eterno papão, o que se passou não foi nada disso existiam militares mais esclarecidos que queriam na altura que os meios de produção passem de mãos, de forma a que a produção deste País pudesse ter bases sólidas de crescimento assentes no desenvolvimento dos sectores chave da nossa economia, em contraponto existiam os que defendiam o desenvolvimento assente em especulação financeirae imobiliária, queriam obter ganhos rapidamente e o resultado está à vista.
Agora basta dar uma volta pelo País e em particular pelo Alentejo onde a existem grandes superfícies de terra aráveis voltadas ao abandono, sem serem cultivadas tendo como base de partida a satisfação das necessidades nacionais e a exportação dos produtos excedentários, a opção foi outra, foi a devolução das terras aos antigos latifundiários. Agora o resultado está à vista.
Ainda ontem o Primeiro-ministro na cerimónia da apresentação do novo quadro comunitário PT 2020, fez alusão que havia verbas disponíveis, ao nível do empreendedorismo, para os que quisessem regressar a Portugal e que agora neste novo quadro é que vai funcionar tudo muito bem, não vai ser como era dantes.
Não fica bem a um Primeiro-ministro produzir afirmações destas, porque quando fala no passado está a falar em Governos que foram da sua cor politica e com responsabilidades na gestão dos fundos comunitários e ainda porque o que se fez no passado não fui tudo mau, também se fizeram algumas coisas boas, só espero e com conhecimento de causa que a transparência tão apregoada pelos DESGOVERNANTES deste País não se transforme numa tormenta e venha à tona de água as maiores trafulhices, aldrabices que se praticaram na negociação do novo quadro comunitário PT 2020 e no quadro que agora vai terminar Quadro de Referência Estratégica Nacional (QREN).
A terminar deixo uma referência às eleições ocorridas na Madeira, que trapalhada, veio a conhecimento público que os cadernos eleitorais as actas de encerramento do processo eleitoral estavam inquinados de irregularidades, nada que não desconfiássemos que acontecesse no passado, o que era necessário era conhecer a dimensão do problema, corrigi-lo e não permitir que tal viesse a acontecer.
A TRANSPARÊNCIA, que este Desgoverno tanto apregoa está à vista e esta mentira tantas vezes é repetida que um dia destes passamos a acreditar que de facto é verdade e que a PENUMBRA em que estamos metidos é uma perfeita ilusão e o manifesto de alguns que são sempre do contra.
Não há pessoa mais cega do que aquela que não quer ver .
Henrique Pratas
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