Persistência, teimosia, afirmação
06-03-2015 - Henrique Pratas
Costumamos afirmar que é mais fácil falarmos dos outros do que de nós, eu através deste meio que foi colocado à minha disposição, a escrita venho-lhes dar conta de um episódio que ocorreu comigo.
No passado dia 10 de fevereiro do corrente ano, recebi o seguinte convite:

Independentemente de ser no Algarve mas como me interessava participar, por motivos de ordem profissional, inscrevi-me de imediato e dei conhecimento ao meu superior hierárquico do facto nos termos que partilho convosco,
“Bom dia,
Na sequência do convite enviado pela CRES ALGARVE 2020, venho por este meio informá-la de que procedi à minha inscrição. Assim no dia 18 de fevereiro estarei presente na abertura dos trabalhos de acordo com o programa enviado.
Não é meu costume recusar convites Institucionais/Profissionais”.
Como resposta a 12 de fevereiro recebi a seguinte resposta:
Dr. Pratas, Bom dia,
Todos recebemos o convite para este evento.
Não percebo exactamente o enquadramento da sua presença neste evento, no que respeita à gestão da assiduidade, pelo que peço que clarifique.
Como a pergunta não era clara para mim a respondi a 13 da seguinte forma:
“Boa tarde,
Relativamente à questão colocada por si, que não é clara irei tentar dar resposta de forma a esclarecer todas as hipotéticas dúvidas supervenientes da sua questão, então:
1. Relativamente ao meu interesse manifestado em estar presente na apresentação deve-se ao facto de até à presente data não ter sido envolvido no que vai ser o novo Quadro Portugal 2020, não sei se por lapso, intencionalmente ou não realização de acções nesse sentido;
2. Do programa como deve ter reparado constam intervenções genéricas relativamente ao Portugal 2020, das quais destaco, às 14h15 m – Filme Portugal 2020; 14h40m – Apresentação Geral do Portugal 2020; 15h35m – Apresentação do Programa Operacional SEUR; 16h – A Iniciativa Emprego Jovem e às 16h20m – Debate. Da leitura e se o programa for cumprido, resulta para mim um conhecimento mais formal e institucional do que será ou pretende ser o Portugal 2020;
3. No que concerne à questão da gestão da assiduidade, então essa não a entendo de todo, mas irei uma vez mais tentar responder-lhe sem entender a questão, recordo-lhe por exemplo que no mês de janeiro do corrente ano no final do mês o meu saldo de horas foi 19h15m, isto para não fazer uma retrospectiva, ou constituir uma série com o tempo de trabalho efectivo que tenho dada a esta casa ao longo dos diferentes meses, se o problema é justificar as horas em que não estarei presente no meu local de trabalho para poder assistir e participar no “Lançamento CRESC ALGARVE 2020” o tempo de ausência deverá ser justificado com a minha plataforma de horas. Importa acrescentar que se não usufrui do beneficio do facto de ter tempo de trabalho efectivo a mais foi porque não o quis fazer, mas se o reconhecimento desta minha atitude é aquele que decorre do seu mail, tudo bem.
Se porventura não tiver sido claro na minha resposta a uma pergunta não objectiva por favor clarifique qual a questão essencial.
Outro sim relativamente ao facto de todos terem recebido o convite só agora o soube pelo teor do seu mail, porque a mim só me interessa o que a mim me diz respeito, como eu recebi um convite não sabia se o mesmo tinha sido endereçado a “Todos” como escreve, apesar disso e independentemente de ter sido endereçado a “Todos” eu penso por mim eu tenho interesse em participar os “Todos” não sei.
Termino questionando qual foi o interesse do envio do convite para “Todos” ou será que deveria ter sido enviado apenas para “alguns”.”
Como resposta a 16 do mesmo mês obtive a resposta que a seguir vos transcrevo:
“Dr. Henrique Pratas,
A questão colocada era bastante clara e simples: pedia-lhe que clarificasse o enquadramento da sua presença neste evento, no que respeita à gestão da sua assiduidade.
Diz-nos o regulamento do horário de trabalho vigente na Agência, na alínea c) do nº 9 do seu artº 6º, que os créditos de horas podem ser utilizados:
- “Para justificar a ausência em dois meios-dias ou num dia completo, desde que o trabalhador tenha obtido prévia autorização do superior hierárquico com a antecedência mínima de 24 horas , ou em casos excepcionais em que tal se revele impossível, logo após o conhecimento da situação.”
Assim, se o objectivo do seu e-mail inicial era obter a “prévia autorização do seu superior hierárquico”, considere o seu pedido atendido. Esclarecida a questão relativa à gestão da assiduidade, o que fará com o seu crédito de horas só a si diz respeito.
Como a minha costela ribatejana é muito acentuada e nós em determinadas alturas temos que demonstrar que temos vontade própria e que não fazem gato-sapato das pessoas, respondi a 17 de fevereiro:
“Bom dia,
Em resposta ao teor do seu mail dei-lhe conhecimento no passado dia 11 de fevereiro de 2015 do meu interesse em participar no convite que me foi endereçado sobre o lançamento do Portugal 2020, na CRES ALGARVE 2020, já que o evento que ocorreu em Lisboa no passado dia 19 de dezembro de 2014 no Auditório da Fundação Champalimaud, Av. Brasília, em Lisboa, nem sequer tivemos conhecimento formal da sua realização, para ao menos a despesa que ocorresse fosse imputada convenientemente e não fossemos chamados à atenção por outros que a despesa tinha sido mal imputada é nesse sentido que entendo que é importante para o desempenho das minhas funções o conhecimento destes eventos, senão a minha participação. Quanto à s 24 horas de antecedência foram mais que respeitadas dia 11 de fevereiro para dia 18 do mesmo mês do ano de 2015.
Se a questão como escreve “ o que fará com o seu crédito de horas só a si diz respeito”, continuo a não entender a razão do teor do seu mail, porque infiro do mesmo conjugado com o que menciono no meu 1.º parágrafo que a sua preocupação de proporcionar as condições para o exercício das funções com o mínimo de condições e de uma forma profissional não existe.
Tomei a devida nota e a minha motivação em trabalhar se já era “grande”, nesta área da Assistência Técnica aumentou “desmesuradamente”.
O intuito com este texto é demonstrar-vos que quando queremos muito participar no evento apesar de nos imporem diferentes formas de bloqueio nós temos sempre a capacidade de tomar uma decisão e a minha estava tomada de início iria participar no evento, nem que chovessem picaretas e para demonstrar a esta gentinha que demonstram a sua pequenez privando, escondendo a informação dos trabalhadores, nós quando queremos podemos, temos é que proceder em conformidade sempre de acordo com a nossa consciência e a nossa vontade.
Não fui ouvir nada que não tivesse à espera de ouvir, mas achei como cidadão, como trabalhador devia marcar a minha posição.
Este texto serve apenas para ilustrar algumas situações que lhes escrevi em textos anteriores, não nos podemos agachar muito porque senão vêm-nos o …… e para poderem avaliar de como vão as coisas nos organismos públicos.
Lisboa, 24 de fevereiro de 2015
Henrique Pratas
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