Trabalhadores
28-02-2015 - Henrique Pratas
Por dever de ofício e para estar bem informado todos os dias vejo os Diários da República e todos os dias vejo coisas que não gosto, mas uns dias não ligo outros guardo depende da minha disposição.
Todavia hoje vi o Despacho n.º 1.946/2015, publicado na 2.ª série – N.º 38 de 24 de fevereiro de 2015 e não fiquei indiferente e deu-me o mote para escrever mais este texto.
A publicação é a que transcrevo:
MINISTÉRIO DA ECONOMIA
Gabinete do Secretário de Estado da Inovação,
Investimento e Competitividade
Despacho n.º 1946/2015 (publicado no Diário da República, 2.ª série — N.º 38 — 24 de fevereiro de 2015
1 — Ao abrigo do disposto na alínea c ) do n.º 1 do artigo 3.º, nos nºs 1, 2 e 3 do artigo 11.º e do artigo 12.º do Decreto-Lei n.º 11/2012, de 20 de janeiro, designo a licenciada Maria Teresa Sá Pereira Lago Cruz, diretora da área de estratégia na Accenture, Consultores de Gestão, S.A., para exercer as funções de técnica especialista do meu Gabinete, no âmbito das suas habilitações e qualificações profissionais.
2 — Para efeitos do disposto no n.º 6 do artigo 13.º do referido Decreto-Lei, o estatuto remuneratório da designada é equivalente ao dos adjuntos.
3 — Para efeitos do disposto no artigo 12.º do mesmo Decreto-Lei a nota curricular da designada é publicada em anexo ao presente despacho que produz efeitos desde 26 de janeiro de 2015.
4 — Publique-se no Diário da República e promova-se a respectiva publicitação na página eletrónica do Governo.
5 de fevereiro de 2015. — O Secretário de Estado da Inovação, Investimento e Competitividade, Pedro Pereira Gonçalves.
ANEXO
(Nota curricular)
Licenciatura em economia pela Faculdade de Economia da Universidade do Porto, e M.B.A. pela UNL/UCP/MIT. Desenvolveu maioritariamente a sua atividade profissional nas áreas de auditoria financeira e consultoria de gestão.
208421905
Para quem afirma que trabalhar no privado é que é bom e que nos organismos públicos não se trabalha, porquê esta nomeação é sintomático não?
Acho que já chegou a altura de não perdermos tempo com questões estéreis o que é privado é que é bom o que é do Estado, não é assim e eu posso escrevê-lo com toda a certeza porque já trabalhei nos dois sectores e posso-vos escrever nunca fui tão mal tratado como no Estado, mas isto não é importante reter o que interessa é que existem trabalhadores profissionais do Estado e no Privado, assim como existem mandraços num como noutro.
Em meu entender chegou a hora de não pôr trabalhadores contra trabalhadores, porque tanto uns como outros a única coisa que têm para vender é a sua força de trabalho, portanto basta de perder tempo a alvitrar que os do Estado não trabalham e os do Privado é que trabalham, não estejam uns contra os outros, todos são trabalhadores, certo é que nos dois sectores existem profissionais e indigentes.
O exemplo que lhes dou aplica-se ao sector do Estado como se aplica ao sector Privado não tenham dúvidas disso, o compadrio existe em ambos os sectores.
Por isso vos escrevo não vale a pena andar a dizer que os trabalhadores do sector do Privado é que trabalham e os do Estado nada fazem, é mera perca de tempo e apenas interessa aos políticos do arco da governação para que as pessoas se voltem umas contras as outras e entretanto vão fazendo o que lhes interessa enquanto os trabalhadores andam “entretidos” com discussões estéreis em meu entender.
Se o Estado não é bem gerido, também existem empresas do sector privado que o não são com a agravante de no primeiro, os designados dirigentes serem nomeados pelos diferentes Governos e como cada um dos partidos tem a sua clientela há que satisfazer os pedidos que chovem em catadupa. No sector privado acontece o mesmo de uma forma mais hábil e menos visível, mas acontece.
O que pretendiam era que não perdessem mais tempo a “discutir” estas coisas, já vos escrevi os trabalhadores são trabalhadores tanto num lado como noutro e é nesse sentido que temos que pensar.
O problema é maior porque a maior parte dos dirigentes são “escolhidos” e nomeados em função da sua cor politica, compadrio e não pela sua competência, normalmente o que é que acontece emergem muitos “comissários” políticos para cumprir objetivos políticos e não para gerir os sectores do Estado que devem ser bem geridos, já que se trata da coisa pública e esta na minha opinião devia merecer um maior cuidado e acho que o Estado, não deveria abrir mão de sectores chaves para o desenvolvimento da nossa economia, da saúde, da educação, das empresas do sector energético, das águas, dos transportes e de outros que são os sectores fundamentais e considerados como essenciais, fundamentais, para o desenvolvimento da economia de um País e permitem ao Estado “controlar” o desenvolvimento e crescimento sustentado da economia deste País. O País é pequeno não há espaço para tanta empresa.
Uma última nota, os sectores que mencionei e outros que não o fiz têm é que ser bem geridos, por pessoas competentes que ponham como objetivo principal melhorar as condições do País a todos os níveis e os sectores que devem estar sob alçada do estado não têm que ser necessariamente deficitários, isto foi um mito que se criou para podermos chegar ao estado a que chegámos, quantas empresas foram descapitalizadas por imposições politicas, que atrocidades se cometeram em sectores chave da nossa economia, para justificar a sua privatização.
Nunca dei para este peditório e não é agora que vou dar, as coisas têm que ser analisadas com imparcialidade, com o único interesse de fazer crescer a economia do nosso País e concomitantemente melhorar as condições de vida de todos os cidadãos portugueses.
Lisboa, 24 de fevereiro de 2015
Henrique Pratas
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