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Ida aos Correios

13-02-2015 - Henrique Pratas

Dando sequência a muitos dos meus textos, cujo objectivo é escrever-vos sobre o País real e cada vez me convenço mais que o País é óptimo e que ainda há PESSOAS.

Sai do meu local de trabalho para ir aos Correios que fica mesmo em frente ao meu local de trabalho a meio da avenida 5 de outubro, como não sei preços de nada e como pretendia enviar uma carta registada com aviso de recepção, levantei 20,00 € na caixa multibanco de uma dependência do Novo Banco também aqui em frente.

A caixa de multibanco fica dentro do Banco é necessário carregar no botão para que a porta se abra, estava eu à espera da minha vez com outro parceiro com uns bons aninhos mais do que eu, mas isto não interessa nada, eis que se dirige uma senhora (tia) à entidade bancária como não conseguisse discernir como é que se entrava na dependência, empurrou várias vezes a porta e ela não cedeu, nem um milímetro. Delicadamente o meu parceiro de espera indicou à senhora, através de gestos e apontando, que devia carregar no botão para que a porta se abrisse. Ela entendeu e sendo uma senhora de uma idade já respeitável seria de bom-tom que agradecesse ao meu parceiro de espera e eu a assistir a tudo isto.

A senhora entra esbaforida passa por nós e nada para o meu parceiro, de imediato eu disse em alto e bom som muito obrigado, o senhor que estava à espera e que teve um gesto gentil riu-se e disse, não vale a pena dizer nada que o porteiro está aqui de serviço. Rimo-nos os dois e concluímos de imediato que não há idades para ser bem-educado, mais comentários não foram feitos.

Servi-me da máquina, tirei os 20,00 € que eu achava se chegava ou não para pagar a prestação de serviço que pretendia, eu não tenho a noção do dinheiro, nem do custo das coisas o dinheiro para mim não existe é um “fétiche”. Como os meus avós diziam mais vale ter um bocadinho de terra onde se possa produzir os alimentos necessários do que ter muito dinheiro, um “bocadinho” de terra vale muito mais porque nos dá a oportunidade para produzirmos e dinheiro gasta-se e não se reproduz.

Esperei pala minha vez como é normal, quando fui atendido por um funcionário diligente, simpático e com sentido de humor, o que é raro nos nossos dias, dei-lhe as boas tardes ele respondeu-me prontamente, disse-lhe ao que ia, aceitou o envelope e enquanto fazia o seu serviço, disse-me estamos a vender umas cautelas o senhor não quer comprar uma. Eu nas encolhas porque não sabia quanto ia custar o envio do envelope registado com aviso de recepção disse-lhe muito a medo que sim, o mal não está sempre atrás da porta, como fui incentivado pelo funcionário a participar na habilitação de um sorteio, não lhe ia dizer que não, para não ficar a pensar para o resto da vida que me podia ter saído qualquer coisa.

O funcionário levantou-se e foi-me buscar a cautela, aparece-me com duas e diz-me escolha uma por favor e eu de imediato, disparei, escolha o senhor, enquanto ele dizia o meu subconsciente então se levo uma e sai na outra é pior a emenda que o soneto, também aqui faço uma recensão à memória da minha avó, porque cada vez que ela nos visitava em Lisboa e em particular no Natal fazia questão que eu a levasse à Casa da Sorte no Rossio, para comprar uma cautela era lá que ela tinha a sua fé, dá-me ideia que o neto sai a alguém.

Perguntei ao senhor quanto era ele disse-me que são 8,45 €, ora eu tinha levantado 20,00 €, por mais 5,00 €, não ficava com macacos no sótão, enfim trouxe as duas com um sorriso por parte do funcionário, quanto à minha afirmação vá lá dê-me também a outra não vá sair nessa.

Raramente jogo, não acho que seja uma forma de obter meios financeiros, felizmente ou infelizmente o dinheiro que auferi até aos dias de hoje foram provenientes da prestação de trabalho por conta de outrem ou por conta própria, mas face à simpatia do funcionário e há minha disponibilidade financeira, comprei papel, agora vamos ver.

Mas isto não ficou por aqui, eu normalmente nunca ando com dinheiro, não gosto, quando preciso pago com o cartão multibanco, ou levanto o necessário para fazer uma despesa que necessito quando se tratam de valores pequenos, não sou forreta, mas também não sou obcecado pelo dinheiro, conforme já escrevi anteriormente e o Marx explica isso muito melhor do que eu no “CAPITAL”, a moeda é um fétiche.

Saio da estação dos Correios e vou a minha bolsa das moedas para guardar o troco, qual não é o meu espanto que ao abrir a bolsa vejo 10,00 €, pensei que estava doido, guardei o dinheiro que tinha sobrado e que foram 5,00 € e qualquer coisa e com mais 10,00 € que surgiram inesperadamente da minha bolsa, fiquei com 15,00 €. Tudo visto e analisado levantei 20,00 €, enviei uma carta registada com aviso de recepção, comprei duas cautelas e ainda fiquei com 15,00 €, afinal só tinha fasto 5,00 € em tudo.

Como estranhei o aparecimento da nota de 10,00 € na minha bolsa liguei à minha mulher e perguntei-lhe, olha lá puseste dinheiro na bolsinha das moedas, responde-me ela, o que é que eu te disse ontem, a minha memória falha muito naquilo que não é importante, os 10,00 € tinham uma proveniência, a minha mulher teve o cuidado de me colocar o dinheiro na bolsa.

Conclusão disto tudo meus caros o dinheiro não cai do Céu, como se alguém duvidasse disto.

Lisboa, 10 de fevereiro de 2015

Henrique Pratas

 

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