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Importância ou falta dela

24-10-2014 - Henrique Pratas

Existem determinadas pessoas que se consideram importantes considerando cargos, lugares que ocupam, por isso não vos vai ser difícil de encontrar situações como esta, quantos de vós, tentam combinar um almoço ou jantar com pessoas de quem foram amigos e que pelas circunstâncias da vida de cada um não se encontra há muitos anos, é extraordinariamente difícil porque as pessoas mudam no que foi essencial numa amizade que uniu as pessoas durante uma fase da vida, por factores exógenos, é difícil reunir aqueles de quem fomos amigos, uns porque são casados e perderam a liberdade, outros porque têm afazeres, existem sempre desculpas as mais esfarrapadas possíveis, porque chego a uma conclusão as pessoas têm medo de aparecer e de serem como eram, alguns receiam demonstrar as suas fragilidades ou em alternativa, quando vão têm medo de deixar a máscara que tentam interiorizar, para dar uma noção daquilo que não são.

Para mim estas situações são lamentáveis porque somos forçados a chegar à conclusão que a amizade que existiu de facto se esfumou, o que é triste porque se as pessoas são unidas e partilham de determinados princípios devem manter-se coerentes ao longo da vida, mas isso não acontece, porque a sociedade onde estamos inseridos conduz as pessoas para o afastamento, desune-as. A sociedade induz este comportamento nas pessoas e estas deixam ou não são capazes de reagir e não se deixam levar por caminhos que não querem, ou não pretendem trilhar.

É neste ponto que começam vários dos princípios que deviam estar subjacentes à condição de cada um dos cidadãos, a coerência, a verdade, a honestidade intelectual, a humildade, a capacidade de ser impoluto, serem pessoas à séria e não faz de conta.

A maior parte das pessoas deixam-se influenciar por aquilo que não querem, mas aos olhos dos outros parece mal, como dizem alguns e deixam-se ir na carneirada.

Habituem-se a pensar, a tomar decisões em função daquilo que são que desejam não só para vocês mas para toda a sociedade. Muitas vezes vamos ter que dizer que não, mas façam-no quando essa decisão for a mais adequada aos vossos princípios e forma de estar, entendo que cada um de nós é diferente, mas devemos respeitar essa diferença e estar juntos quando entendemos que devemos estar por causas, princípios, objectivos comuns, não façam “fretes”, não digam que sim quando não concordam ou não lhes apeteça estar com alguém. Esta é talvez a forma mais difícil de estar na vida, mas entendo que é desta forma que se criará mais saudável, com pessoas que pensam pela sua própria cabeça, que são livres e que não estão presas a dogmas ou vontades de outrem, só pessoas assim se constrói uma sociedade digna, com futuro e sustentável, de outra forma andamos a fazer de conta. É o que temos uma sociedade que não é carne nem é peixe, para mim considero-a como faz de conta, não existe como tal, o que existe são determinados grupos, associação de pessoas ou de “grupelhos” que partilham espaços e ideias comuns, mas que não passam disso, só se preocupam com o seu bem-estar ou dos seus acólitos e eventualmente daqueles que podem por intermédias pessoas trazer-lhes benefícios próprios.

O meu conceito de sociedade não é este é mais amplo onde cada um seja livre de se exprimir, solidária, fraterna e onde a igualdade seja um objectivo a alcançar, não me revejo em nada do que existe actualmente na sociedade onde vivemos, nunca foi isto que quis para este País lamentavelmente, tenho que viver nela, rodeado de gente medíocre, de pedrastes, de hipócritas, de oportunistas, de maus plagiadores, incompetentes e sem carácter, é mau demais para ser verdade, chego à conclusão que quanto mais ignorantes somos mais perto estamos da felicidade e mais longe estamos desta sociedade que nos impuseram e que em nada contribuímos para que a mesma tivesse tomado este rumo, daí já nada me espantar, a violência que existe e que grassa pelo País inteiro, as pessoas não são donas da sua vida são manipuladas, empurradas para situações que não querem mas que não são capazes de dizer que não. Falo-vos de uma adição, induzem as pessoas a realizar um acto a contragosto, criam-lhes a necessidade ou submissão e depois não conseguem parar, nem de pensar, é aflitivo assistir a este triste espectáculo diário e que muitas vezes de forma traiçoeira nos entra por casa a dentro sem darmos por isso, por esse motivo, praticamente não vejo televisão, ou vejo o que quero ver, quanto a jornais leio apenas algumas crónicas ou “escritos de alguns jornalistas que me dizem alguma coisa estou cada vez mais selectivo, aliás sempre o fui, eu sou muito exigente comigo próprio fui educado com determinados valores que me foram dados pelos meus pais e avós e por alguns bons amigos com quem tive o privilégio de “lidar” durante a minha vida normalmente com mais idade do que a minha, aprendi muito com todos eles e continuo a aprender comamigos que tiveram outras vivências com quem falo regularmente ou partilhamos textos escritos e sinto que aquilo que nos une é mais forte do que o que nos separa.

Deixem-se se enganar a vocês próprios, pensem e vejam se faz sentido algumas atitudes que tomem ou tomaram, façam uma auto-análise do que é que tem sido a vossa vida e questionem se era que isso que pretendiam como forma de vida e de sociedade onde pretendem viver o resto dos vossos dias.

Lisboa, 22 de outubro de 2014

Henrique Pratas

 

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