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HISTÓRIAS – XLVI

06-03-2020 - Henrique Pratas

Remexendo no baú das minhas memórias encontro um outro episódio que vale a pena partilhar convosco e cuja ação se desenvolve no Algarve, mais propriamente em Monte-Gordo.

Eu nesse ano fui de férias com uns amigos dos meus pais há rédea solta como dizemos, isto aconteceu tinha eu os meus 12 anos, apanhei-me nas minhas sete quintas, sozinho e sem que ninguém me chamasse à atenção de nada.

O Algarve ao tempo era outra coisa do que é hoje, havia atum fresco com o qual faziam a chamada estopeta de atum, que era nem mais nem menos do que uma salada com tomate, cebola, alface e o atum fresco, temperada a gosto. Era um pitéu quando se vinha da praia comer uma salada fresca destas era a melhor coisa que me podia acontecer, pois atenuada os efeitos do calor que se fazia sentir na zona, acompanhada por uma bela imperial bem fresquinha, preta de preferência para o meu gosto era a cereja no topo do bolo.

Não contentes com isso quando a maré estava baixa apanhava-se muita amêijoa, “cadelinhas” e lingueirão, que confecionadas a gosto era o complemento delicioso à estopeta de atum e mais não era preciso para almoçar ou jantar.

Há noite tal e qual como pelos nossos lados era hábito ir apanhar pássaros e num laranjal com uma pressão de ar e uma lanterna colocada em cima do cano da mesma era num instante enquanto se apanhava uma enormidade deles que dava para o petisco do dia seguinte. Normalmente fazíamos esta ação a partir das 24 horas até ao tempo que entendêssemos ou tivéssemos já a quantidade entendida como suficiente, pelo meio ia-se bebendo uns cafés acompanhados de medronho de excelente qualidade, feito de modos artesanais mas de excelente qualidade, foi assim que aprendi a gostar de medronho, tudo o que é bom nós gostamos, não é verdade.

Esta azáfama durante 15 dias e para verem a qualidade da água do mar nesta altura um dos dias uma estrela-do-mar deu à costa, apanhei-a e como me ensinaram coloquei-a ao Sol numa superfície plana para que secasse sem se que perdesse as propriedades de estar perfeitamente aberta e com os “braços” há mesma distância uns dos outros e o resto do “corpo” não entortasse.

Ficou uma estrela do mar perfeitamente direita e lisa, ficou linda, decidioferecê-la há minha mãe quando regressei a Lisboa, que simplesmente adorou e isto só prova que podemos fazer felizes as pessoas com pequenas coisas.

Henrique Pratas

 

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