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Que Povo é o Meu

24-04-2014 - Eduardo Milheiro

Muitas vezes dou por mim a pensar como este meu povo se consegue mobilizar para coisas que não passam de prazeres e que em nada contribuem para melhorar a sua vida, e que, por outro lado, para os assuntos em que é necessário persistência, mobilização, luta e protesto, não o faz.

Costuma passar-me pela cabeça que a grande maioria dos portugueses, desde que tenha um automóvel, que de vez em quando possa jantar fora, dar uns passeios a ver centros comerciais, desde que possam ir lanchar e fazer sala num café ou pastelaria, tem a sua vida conseguida. Há muita gente com este comportamento que come mal, sustenta mal os filhos, mas estão-se nas tintas para tudo o que os rodeia.

Num país como Portugal, com democracia, com liberdade de expressão, muitos - mas são mesmos muitos - preferem passar o tempo sentado no sofá do que a lutar para exigir os seus direitos, vendo futebol ou uma telenovela, seja ela brasileira ou portuguesa. Será que isto é realmente falta de formação ou a sua cabeça está a ser deformada pelas doses maciças de histórias da carochinha que todos os dias as Tvs lhes dão, desde o pequeno-almoço até ao deitar? Ou será que é sina: será que somos mesmo um povo feito para viver de futilidades e sofrer?

A este propósito, lembro-me de um jantar em Luanda, com um general que era ministro, e na conversa que estávamos a ter, em que eu dizia que Angola tinha todas as condições para ser uma potência mundial, visto ter riquezas naturais incalculáveis, ele em tom de brincadeira, contou-me uma “anedota” que passo a citar:

Milheiro: “Deus acompanhado pelo São Pedro quando andaram pelo mundo a formar os Países e as Pessoas, levava um saco com um pó divino, e quando passava pelos países lançava pó, mais ou menos, e isso dava a quantidade de riqueza que esse país ia ter. Quando passou por Angola, deitou pó, mais pó, mais ainda, e São Pedro chamou-lhe a atenção: Deus, isso é muito pó e será um país imensamente rico, poderá vir a ser um problema tanta riqueza, isso não é bom porque dará a Angola muita supremacia sobre os outros países de África. E Deus responde: não te preocupes São Pedro, depois de veres o Povo que aqui vou colocar vais ver que não haverá problema.

E é isto: de que interessa termos tudo, se não soubermos utilizar!? No caso dos Portugueses não é a riqueza, é a liberdade e a democracia.

Eduardo Milheiro

 

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