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HISTÓRIAS – XXVI

02-08-2019 - Henrique Pratas

O que é os pais não fazem pelos filhos?

Este meu texto e considerando a altura em que é escrito, faz-me recordar os tempos em que tinha que ir passar férias para o Algarve para que os meus filhos tivessem férias e isto acontecia sempre nos meses de julho ou agosto não por causa de a Escola estar fechada mas sim pelo facto de nós podermos estar com eles mais algum tempo do que estávamos em tempo de aulas.

A primeira ida para o Algarve, deu-se logo quando o meu filho tinha 5 a 6 meses, porque ele pouco tempo depois de ter nascido fez uma pneumonia, porque em vez de o leite lhe ir para o estômago, aí tivemos que encontrar uma casa em Armação de Pera, mesmo na marginal junto há praia para nos possibilitar duas idas, uma de manhã das 8 até às 10 horas e uma outra a partir das 16h30m ou 17 horas, consoante estivesse a intensidade do calor.

Esta “prescrição” tinha sido feita pelo seu médico pediatra, a rapaz precisa de muita praia se ele o disse assim fizemos e religiosamente, cumpríamos com o horário que vos mencionei anteriormente.

Durante o período de tempo que lá estivemos durante os períodos que estávamos na praia eu amiudadas vezes pegava nele e ia para dentro do mar, até que ele me desse pelo peito e vá de subir e descer para que eu e o meu filho ficássemos completamente cobertos por água salgado, repetíamos este movimento pelo menos umas 10 vezes, ele agarra-se ao meu pescoço não chorava, antes pelo contrário quanto o trazia para cima da água ria-se que nem um desalmado e toda a porcaria que ele tinha acumulada nos pulmões saia-lhe pelo nariz. Eu não sei como é que uma criança daquela idade tinha gerado tanto ranho, mas saía em catadupas. Com a minha filha nunca tive problemas, porque esta ao contrário dos outros meninos e meninas, assim que chegava há praia despia-se e ia logo para dentro de água e só saía de lá quando eu a chamava para vir embora, coisa que aos outros pais causava alguma estranheza porque os filhos deles não se comportavam desta maneira, assim que estes os desafiavam para ir para dentro de água era um berreiro desgraçado e davam sempre como exemplo os meus filhos, estás a ver aqueles meninos não têm medo, o que a mim me irritava de sobremaneira, porque o culpado disso não eram as crianças eram os pais porque, não lhes criaram o gosto pela água e os obrigavam a fazer uma coisa que não queriam, isto tem que ser natural, os pais podem e devem ajudar a vencer os medos, mas sem forçar.

Recordo-me de uma situação em que a minha filha, quando passámos pela primeira vez férias na Areia Branca, com um casal nosso amigo, ela ainda não andava, mas como gatinhava, fazia-o sempre no sentido do mar.

Como sabem o mar na Areia Branca é muito batido e independentemente disso ela ia de encontro a rebentação, nós tínhamos que estar sempre com olho nela para que não fosse apanhada pelas ondas, coisa que não aconteceu, mas digo-lhes foi uma canseira porque cada vez que a íamos buscar passados instantes lá estava ela a caminhar no sentido do mar.

Mas voltando às férias no Algarve, mais propriamente em Armação de Pera, o meu filho levou um “tratamento”, recomendação do médico que nunca mais teve problemas respiratórios, eu cheguei ao final das férias estoirado, mas queria ver quais eram os efeitos da sugestão feita pelo médico.

No ano seguinte já fomos para o Pinhal da Falésia em Albufeira, era um espaço agradável ao tempo, tinha pinhal e os apartamentos eram poucos e a confusão muito pouco, só que tínhamos que ir e carro para a praia, a famosa Praia dos Tomates. Estava-se muito bem era tranquilo e os miúdos podiam andar há vontade, a minha filha a seguir ao almoço tinha que fazer sempre o resto dos livros que ficaram para fazer devido há escassez de tempo, a mando da professora, coisa que não era agradável nem para ela, nem para mim, pois tinha que lhe fazer companhia, entretanto o meu filho fazia a sua sesta, como era recomendado apar aquela idade, porque nós praia sempre fizemos como devia de ser de manhã até por volta das 10 horas e há tarde a partir das 16h30m/17 horas consoante estivesse a intensidade solar e depois prolongava-se até nos estar a saber bem, algumas vezes até ao pôr-do-sol, mas sem vento.

Aqui o comportamento dos meus filhos na praia era o mesmo a minha filha metia-se dentro de água até às horas de vir embora e o “meu” magricelas, com tinha pouca carne andava sempre abaixo e acima, ia tomar banho, mas como ficava com frio vinha a correr para se embrulhar na toalha para voltar num instante para a água, as coisas sempre se passaram deste modo.

O meu filho sempre foi “atrevido” e pregou-nos que eu me recorde dois grandes sustos, o primeiro foi que quando estava a fazer a sesta acordou como não viu ninguém saiu, pela porta da frente do apartamento onde estávamos que ficava no rés-do-chão. A casa tinha duas portas a do jardim ou das traseiras se quiserem e a principal que era a da frente, ele já nadava bem e era despachado, tão eu como a mãe ficámos em pânico porque vimos uma coisa a correr que nos parecia ser o nosso filho só de fralda e com um polo, eu corri para o lado da rua onde passava trânsito e a mãe espreitava dentro de casa e nada até que depois de um tempo de espera que nos pareceu uma eternidade o vimos sair detrás de um contentor do lixo não sei se o fez de propósito se não, mas assim que o vi fiquei mais descansado e com a devida calma aproximei-me para que ele não fugisse para o meio da estrada e peguei nele ao colo e levei-o de novo para casa, agora fechando todas as portas menos aquela onde estávamos para que o pudéssemos ver em caso de ele se levantar ou precisar de alguma coisa enquanto que eu acompanhava a minha filha na tarefa dolorosa de terminar os trabalhos de casa.

Importa aqui salientar que o meu filho para adormecer há noite era um castigo, até que eu descobri que se o colocasse no carro e desse uma volta com ele, adormecia, o carro não podia era parar porque a criatura dava logo conta e acordava, o que era uma chatice. Bem para que o sono ficasse bem consolidado durante quase todo o tempo de férias ia a Sagres e voltava, era a única forma de o rapaz adormecer profundamente e só acordar no dia seguinte. O que é que os pais não fazem pelos filhos?

Já com 4 anos estava eu no refastelado no jardim e vejo o meu filho passar numa bicicleta muito maior do que ele, porque ele não chegava com os pés ao chão, a toda a velocidade, só tive tempo de me levantar e dado que no passeio onde ele passou podiam passar pessoas e logo a seguir tinha um cruzamento onde passavam carros fiquei completamente preocupado, porque ele se podia magoar, mas ao chegar ao passeio, já ele inteligentemente se tinha deitado para cima da relva e deixado ir a bicicleta embater num pinheiro que existia, convém aqui lembrar que ela já fazia judo e sabia como cair eu e tinha a situação mais controlada, é que não sabia nada.

Quando me aproximei dele, para saber como estava, ele colocou-se em pé e disse-me pai não me magoei, a bicicleta é que está ali e apontou para onde estava, fomos ver os danos causados e umas esfoladelas apenas, nada do que eu esperasse quando o vi passar há velocidade que passou e sem que conseguisse chegar sequer aos pedais, foi mais um susto, entre muitos.

Henrique Pratas

 

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