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HISTÓRIAS – XVII

17-05-2019 - Henrique Pratas

Esta é mais uma daquelas que não lembra a ninguém, mas como já lhes escrevi a mim acontece-me tudo.

Trabalhava eu na sede da Rodoviária Nacional, E. P., em plena Avenida Fontes Pereira de Melo e um belo dia subi a mesma a pé para ir ao Saldanha, mas como quando vou na rua vou a pensar na minha vida e no caso vertente na forma como se deve dar a volta a qualquer situação que achamos menos correto, vamos noutro mundo e passam pessoas por nós que não damos conta delas, o que diga-se de passagem que é um perfeito disparate, mas não há nada a fazer quando somos assim.

Ora nesse dia a minha mãe passou ao meu lado no mesmo passeio e ela deu por mim mas eu como ia completamente embrenhado no que ia a pensar não dei por ela nem por ninguém que passasse por mim naquela avenida.

Eu ligava todos os dias há minha mãe de manhã e ao final do dia, porque muitas das vezes ia almoçar com ela em casa onde todos vivemos, eu, minha mãe e meu pai, fazia-lhe companhia e dava-lhe o apoio que ela necessitava.

Como lhes escrevi nesse belo dia à tarde passei por ela e não lhe falei, quando lhe liguei há noite para saber como estava, a primeira questão que me coloca foi qual tinha sido o mal que ela me tinha feito para lhe não falar, se tinha vergonha dela, enfim uma série de disparates que surgem. Eu fiquei, embasbacado e só fui capaz de lhe dizer mãe eu não te vi e a resposta dela, parece-me impossível passaste mesmo junto a mim e não me viste. A minha resposta não se fez esperar, claro que não te vi, se te tivesse visto obviamente que te falava, que disparates são esses que estás para aí a dizer, a conversa continuou e eu fiquei furioso comigo porque isto raramente me acontece eu reparo em toda a gente e em tudo o que se passa na rua, naquele dia não sei por que motivo ou razão, passei pela minha mãe e não a vi. Deveriam ser coisas de trabalho porque estávamos a viver um período muito conturbado na empresa e havia que delinear estratégias para que não acabassem com a empresa como muita gente afeta ao PPD/PSD queria partir a empresa toda e a guerra era essa de certeza, nós técnicos demonstrámos inequivocamente que a empresa era sustentável, desenvolvendo as atividades para que estava vocacionada, apenas necessitávamos as subvenções do Estado para cobrir a despesa que era realizada na prestação do serviço público, tal e qual como é hoje, com a pequena, grande diferença que venderam a empresa aos privados por 10 réis de mel quadro e agora estes só fazem o serviço público se o Estado lhe injetar capital. A diferença está que antes a empresa fazia parte estratégica do Governo agora não é privada, mas o estado tem que lhes dar os dinheiros para fazerem o que eles designam por serviço público e que é de má qualidade.

Mas voltando há história, já incomodado com as razões que a minha mãe me invocava perguntei-lhe se tu me viste porque é que não me chamaste? Aí ela viu que tinha procedido mal também, eu inocentemente ia no meu caminho a pensar nas voltas que tínhamos que dar para não nos entalarem e depois acontece-me uma destas.

Isto jamais me tinha acontecido ou aconteceu, logo tinha que ser com a minha mãe, mas a situação ficou rapidamente sanada, porque quando eu a questionei porque é que ela não me tinha falado, sentiu que não tinha procedido bem e como entre filhos e mães, tudo se desculpa e nada se cobra, ela imediatamente me pediu desculpas, face há irritação com que fiquei, mas como não somos de guardar rancores, no dia seguinte já estava a almoçar em sua casa e nunca mais se falou do assunto.

Mas foi um assunto tão estranho para mim como para ela e de difícil explicação.

Tudo isto para vos escrever, que é a falar que as pessoas se entendem e que existem comportamentos, como o meu, que não se explicam com a razão, algo de externo se passa que nos absorve de tal forma que nos leva a fazer coisas que jamais admitimos que podíamos ter feito e nestes casos nada melhor que as pessoas falarem umas com as outras para esclarecer mal entendidos.

Henrique Pratas

 

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