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Cultura

24-08-2018 - Henrique Pratas

Há muito que vos ando para escrever sobre este tema, porque desde o 25 de novembro de 1975, para cá todos os Ministros e Secretários de Estado quando os há sempre dizem que não há dinheiro para esta área, na minha opinião extremamente importante para o desenvolvimento de um País.

Lendo uns documentos históricos sobre este tema tive a oportunidade de ficar a saber que o único homem que desempenhou esta pasta, ou alguma coisa semelhante a ela e que nunca se queixou de não ter dinheiro para a Cultura foi António Ferro, Ministro de Salazar, com o qual eu não concordo obviamente.

É certo que fez uma grande aposta na divulgação de uma cantora chamada Amália Rodrigues e mais não fez, deixou por exemplo de fora António Lopes Graça, Frederico de Freitas Branco e muitos mais mas o facto é que nunca se queixou de ter dinheiro para a cultura, como os responsáveis por esta pasta agora o fazem frequentemente. O País não cresceu e agora surge sempre a desculpa que não existe dinheiro. Desculpas de mau pagador porque nos nossos dias temos maiores capacidades, pessoas a promover sessões culturais a troco de nada e não temos dinheiro para quê, questiono eu? Tal como no exemplo que lhes dei a Cultura não é de um Governo é do Povo, o que muitas vezes os Governos fazem é que através da Cultura façam passar as suas ideias e os seus objetivos. Eu penso por exemplo quanto é que custa um Município colocar à disposição uma sala, sim porque não existe neste momento nenhum Município que não disponha de uma sala ou auditório para por exemplo convidar os protagonistas de um “livro” ainda não encerrado que é o 25 de abril a conversar sobre os diferentes episódios e com o contributo de todos, ou por exemplo como passou num dos canais de televisão, um poeta de Ervidel, homem dos seus 82 anos, que nunca foi à escola, no tempo certo a ler e a conversar sobre as suas poesias e como este existem muitos mais que escrevem prosa ou poesia, que têm histórias de vida para contar e que se encontram espalhados por este País fora, não se criam as condições para que partilhem as suas experiências, será que é preciso tanto dinheiro para isto?

Em todas as áreas da cultura existem pessoas, que não conseguem chegar a patamares mais altos da divulgação mas que estão dispostos a participar nestes pequenos momentos.

Destaco também a música quantos dos nossos jovens andam a aprender música e como sabem o segredo está em praticar diariamente e o outro é fazerem-se ouvir ou tocar para alguém, porque é que não se utilizam os espaços Municipais ou Citadinos para desenvolver esta prática. Será que os nossos jovens se querem fazer alguma coisa nas artes terão que sair do País?

Esta ideia, recolhia-a e vi-a em Praga onde ao final do dia por 10,00 € podem assistir desde música clássica, contemporânea e de todos os géneros, a partir das 17 horas em museus, em espaços públicos com condições para a sua realização e do valor que cobravam uma parte ia para os jovens músicos e outra para a recuperação dos monumentos que são património nacional.

Será que isto é assim tão difícil de promover ou não há vontade politica para o fazer, ou será que não conseguimos pensar em grande, seremos sempre limitados nas nossas formas de pensar, não conseguimos ver ao longe, ver para além do que está próximo de nós.

Que maldita forma de ser e de estar, seremos sempre pequenos em tudo, a não ser na ganância, na hipocrisia, na trafulhice, na vigarice e na má formação.

Henrique Pratas

 

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