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PALETA DE CORES

11-05-2018 - Henrique Pratas

Prefiro escrever-vos sobre cores do que sobre números, que abundam e estamos sempre a levar com eles, mas os mesmos não nos dizem nada porque não sabemos o que é que eles quantificam ou qual a comparação que se estabelece e se a base da sua construção é a mesma de País para País. Isto poderá parecer que eu não gosto de números mas não é verdade, sou economista, sempre gostei de números, mas quando estes nos ajudam a entender determinado fenómeno ou variação, eles são apenas indicadores de alerta, que devemos ter em atenção mas devemo-nos muito mais preocupar em saber o que é que qualquer quantificação numérica encerra em si, isto é que realidade pretende explicar, isto sim é que é importante, estou-me borrifando para as agências de rating que alguém criou sabe-se lá por que razão e nos classificam de forma arbitrária, baseadas em cálculos realizados que a maior parte de nós não entende, nem provavelmente quem os apresenta, porque há que considerar a hipótese de os mesmos serem encomendados. Tudo isto para vos dizer que os números por si só não explicam nada, podem ajudar a compreender se quem os lê for analisar a forma como foram calculados e o conteúdo dos mesmos, mas há por aí uns “habilidosos” que teimam em atirar números para a praça pública convencidos de que estão a fazer um grande trabalho mas ainda não se aperceberam que a maior parte de nós está-se borrifando para o que dizem, sofremos é as consequências destes atos, mas isso é outra ordem coisa bem real e dura para a maior parte de nós, mas isto só acontece porque nós deixamos, não nos opomos, deixamos que seja perdoada dividas bancárias aos clubes de futebol, às entidades bancárias e outro tipo de empresas consideradas pelos diferentes governos como empresas que merecem o apoio do Estado, mas a mim nunca ninguém me perguntou a opinião se queria ou não viabilizar algum tipo de empréstimo ou perdão de divida e a vocês também não, mas o que nos estão sistematicamente a dizer é paguem lá.

Mas o que me levou a escrever este texto não foi este tema foi um outro que está relacionado com este e que tenho vindo a constatar há alguns anos, Portugal nunca passou de ser um País Cinzento.

Foi cinzento escuro no tempo de Salazar, durante um ano e poucos meses após o 25 de abril de 1974, até ao 25 de novembro de 1975, foi um País em que os “pintores” quiseram colorir o nosso País de outras cores, como o amarelo, o vermelho, o verde, o azul, com diferentes tonalidades, que não o cinzento e por breves momentos o conseguiram, não deixando que o cinzento estivesse presente mas num lugar não tão visível, mas a cor nunca de lá saiu esbateu-se e remeteu-se para um canto onde ninguém a visse mas sempre com a intenção de voltar à ribalta porque isto de ser relegada para segundo plano não é uma digestão fácil.

Após o 25 de novembro de 1975, em que voltaram ao abandono o ouvir e fazer com que os cidadãos fizessem parte ativa da construção da sociedade onde deveriam viver de forma desafogada, com acesso à saúde, à educação, ao trabalho, à habitação e à assistência social, enfim uma sociedade verdadeiramente social-democrata, não o cinzento não tão escuro mas cinzento, voltou de novo a invadir as “telas” deste País tendo como utilizadores das mesmas políticos mal formados e de ambição desmedida e completamente ao serviço dos mais favorecidos deste País e este cinzento foi ganhando espaço na grande ”tela” que é este País e agora estamos numa fase em que a mesma se encontra completamente pintada de cinzento não tão escuro como no tempo de Salazar, mas com um cinzento-escuro que apenas levou um “niquinho” de branco para que as pessoas não pudessem afirmar que tínhamos voltado ao tempo da “outra senhora”. É um facto isso não aconteceu mas nada neste País não funciona por diferentes motivos a meu ver porque entrámos num laxismo completo o profissionalismo que seria desejável em muitas áreas deixou de ser o mais importante e o que é importante ou mal ou bem é fazer o horário de trabalho a que os trabalhadores estão obrigados a fazer, sem olhar às condições de trabalho, aos objetivos das organizações ou a o que quer que seja, estamos em roda livre e não se vê jeito de a roda entrar nos eixos, para poder rolar de forma certa e correta e não de forma errática com percalços e sobressaltos de toda a espécie.

Henrique Pratas

 

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