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Tartufos, troçulhos, engulhos e prima-donas

28-02-2014 - Francisco Pereira

Muito do despautério vivencial que experimentamos no nosso penar diário resulta de fortuitos encontros com algumas das mais abjectas e perturbantes classes de seres que habitam os vários patamares da administração pública, esses vermes lobrigam pelos meandros tortuosos e labirínticos desta inefável e miseranda administração pública, onde qual cogumelos parasitas, muitas destas criaturas espalham os seus malévolos esporos para assegurar a proliferação de iguais criaturas que perpetuem a espécie.

Dependendo do lugar que ocupam são todos igualmente perigosos, rancorosos, maus, mal-formados, incompetentes, em suma representam muito do mau que a natureza humana possui.

Os tartufos são diligentes, sem particular característica de intelecto cumprem os seus afazeres com parcimónia e dedicação, não confundir com competência, intriguistas e malévolos, capazes de crucificar a própria mãe se isso significasse safarem-se a qualquer problema, um encanto de gente, dissimulados, muito religiosos e cristãos, porém mais hipócritas que o demo, singram essencialmente pela intriga e adulação.

Os engulhos, são sobretudo dignos de dó, por serem por demais asnos, vegetam sempre entre a subserviência dos vermes sem espinha e a cobiça das honrarias, singram igualmente através da lambe botice, e são omnipresentes na administração pública. Metem nojo, por vezes pela untuosa e flagrante capacidade de lamber traseiros e colocar-se de cócoras perante os mais poderosos, sendo inflexíveis e maus perante os mais frágeis, se lhes fazemos frente acobardam-se porque são efectivamente desprovidos de qualquer réstia de coragem.

Os troçulhos, são uns pobres tristes, que presumem importância, são uns empatas, sem pingo de honestidade e capacidade, aproveitam-se do trabalho dos outros, são vigaristas por natureza, ludibriam e vigarizam, intelectualmente incapazes, actuam sempre na obscuridade, aparentam a bonomia dos sempre prestáveis, quando na verdade são uns hipócritas que só agem por interesses próprios, egocêntricos e por vezes narcisistas apropriam-se do trabalho de outrem com o mesmo à vontade que respiram.

Prima-donas são uma classe superior, neste país onde qualquer borra-botas que ocupe um cargo qualquer se presume o dono do mundo, esta classe de criaturas é a mais poderosa, porque ocupa certos lugarejos de poder, presume mais importância do que aquilo que tem e reage de acordo, intrinsecamente incompetentes, escondem essa incapacidade atrás das minudências e das minhoquices com que se irritam, a sua mesquinhez é apenas um disfarce para a insegurança e falta de competência, como sabem que lhes falta capacidade, sentem-se incomodados e por vezes insultados por coisas a que os homens dignos dessa qualidade nem reparam, costumam rodear-se de troçulhos e engulhos, tendo muitos deles começado por ser de uma dessas categorias antes de ascenderem à qualidade de prima dona, que lhes veio por inerência ao cargo que desempenham.

Cruzamo-nos com eles todos os dias, por vezes até por contingências profissionais temo-los ao nosso lado, são a face mais visível de quão ridícula e incapaz é esta sociedade, que eleva este tempo de perniciosos avatares de ser humano por vezes a lugares onde o seu poder discricionário afecta a vida de outras pessoas, muitas das vezes apenas gente honesta e competente, que por exercer o seu direito de ser livre, pensa, questiona e crítica.

Francisco Pereira

 

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