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BANCOS e bancos

23-02-2018 - Henrique Pratas

A história que vos vou descrever é real e aconteceu há cerca de três semanas com um amigo meu.

Eu tenho um amigo que tem conta bancária num dos Bancos que operam no mercado português e que muito recentemente adquiriu o BANIF, a preços considerados por muitos, como de saldo, só que temos que ter em consideração que quando se adquire alguma coisa compra-se o que é bom e o que é menos bom. Foi o que aconteceu uma entidade financeira que era credível, incorporou uma outra com muitos vícios de trabalho e muitos expedientes que levaram o BANIF, ao estado a que chegou, mas fiquem descansados que cá estamos nós cidadãos deste País para pagar os desmandos da família Roque, assim como estamos a pagar os da família Salgado, os atropelos que se cometeram na Caixa Geral de Depósitos, O BPN e os desmandos de João Rendeiro enquanto responsável pelo BPP (Banco Privado Português), as nossas costas são muito largas e como não conseguimos reagir a estes “incumprimentos” que foram e são cometido cá estamos nós a dizer presente para pagar o que outros gastaram indevidamente e que se passeiam em plena liberdade nas vivendas e pelos espaços mais profundos e escabrosos do mercado financeiro, connosco a assistir a isto tudo, sem poder fazer nada porque o poder judicial legitima estas situações.

Ora indo direto ao assunto que me leva a escrever este texto um amigo meu veio ter comigo para desabafar o que lhe tinha acontecido agora numa fase adiantada da sua vida, ele que desde que se conhece e desde que tem uma conta bancária aberta numa entidade bancária, nunca tinha passado por uma situação destas. A sua conta bancária é aquela onde recebe os seus rendimentos que são apenas os resultantes da venda da sua força de trabalho como a maior parte de todos nós, ao longo de 44 anos de relacionamento com uma entidade bancária, nunca lhe tinha acontecido nenhum episódio como o que vos vou descrever. Ele sempre teve um descoberto autorizado que nunca utilizou porque é uma pessoa de boas contas e vai gastando à medida daquilo que recebe, quero eu dizer que praticamente esgota o seu vencimento a pagar as contas que todos nós necessitamos de pagar para viver com o mínimo de dignidade. Neste percurso ele contraiu empréstimo para adquirir casa e sempre pagou atempadamente os suas prestações mensais, comprou também uma viatura utilizando o crédito que o Banco lhe concedeu durante 80 meses, sem nunca ter deixado que alguma prestação tivesses resvalado para além do prazo de pagamento estabelecido, tem um cartão de crédito que a entidade bancária lhe concedeu que ele paga atempadamente e com a regularidade que lhe é estabelecida e onde é que surge a surpresa? Como lhes escrevi há três semanas atrás ele pediu 20 cheques cruzados como sempre tinha feito, porque o cheque é um meio de pagamento que muitas das vezes nos serve para podermos fazer face a pagamentos a entidades que não possuem multibanco, porque elas não querem porque o que os Bancos lhes cobram não justifica e não é atrativo para possuírem o terminal de pagamento e em algumas situações as empresas preferem cheques porque de facto o cheque é um meio de pagamento. Ele viu o seu pedido recusado, não lhe atribuíram os 12 cheques cruzados a título excecional emitiam-lhe 3 (três) cheques, ora como este meu amigo é um homem de princípios imediatamente lhes respondeu que se não lhe davam o que tinha solicitado não queria ter tratamentos de exceção. Desgostoso, magoado com o comportamento da entidade bancária, dizia-me e com razão “estás a ver Henrique uma pessoa que paga sempre tudo em tempo oportuno que é certinho e cumpridor fazem-lhe uma coisa destas aos banqueiros que fizeram o que fizeram, para além de andarem à solta, ainda lhe dão todas as mordomias e nós a pagarmos isto tudo, vivemos numa sociedade que se tornou perfeitamente injusta”, eu embatuquei e não tive resposta para lhe dar, ele tinha razão, quem prevarica é beneficiado quem cumpre com as suas obrigações é prejudicado.

Isto para mim não constitui novidade nenhuma, porque há uns largos anos quando dei formação aos bancários pelas diferentes zonas do País sempre lhes transmiti a ideia que o ativo que uma entidade bancária poderia ter eram os seus trabalhadores, que deveriam transmitir confiança, conhecimentos para poderem captar as poupanças dos seus potenciais clientes e que não deveriam realizar operações de risco com este tipo de clientes porque o dinheiro lhes tinha custado muito a ganhar, mas como sabem nem sempre conseguimos transmitir as nossas mensagens e o que aconteceu naquela altura em Portugal é que os Bancos começaram a despedir ou mandar para a reforma antecipada os trabalhadores com 50 anos ou mais e substitui-los por “meninos” fresquinhos sem que ocorresse a passagem de conhecimentos de uns para outros, porque é assim que eu acho que as coisas se deviam ter feito. Aliás na altura os Bancos americanos, estavam a contratar pessoas com 50 anos ou mais, para enquadrem os seus quadros, porque na sua opinião estas pessoas transmitiam uma confiança e experiência adquirida no desempenho das suas funções, que permitia captar as poupanças aos seus clientes e fazer aplicações sem riscos e com a rentabilidade que eles pretendiam. Nós por cá andamos sempre em contraciclo, fazemos tudo sempre ao contrário.

Mas voltando ao desespero do meu amigo que me dizia que não tinha confiança nenhuma nos Bancos, que estava farto disto tudo porque agora se encontravam queimados derivados às práticas erráticas que tiveram cobravam comissões por tudo e por nada para manterem os mesmo nível de dividendos, não têm imaginação para mais, dizia-me ele perfeitamente agastado, acrescentando que bem lhe dizia a sua avó que Bancos só aqueles que se colocam na chaminé para que as pessoas se possam aquecer.

Isto só demonstra a falta de profissionalismo que grassa na atividade bancária, é certo que não podemos generalizar a todos os funcionários, mas a maior parte deles é bancário como podia ser merceeiro, não sabem nada do que estão a fazer e têm um ar arrogante perante os clientes do Banco, esquecem-se que são um prestador de serviços e que existem outros Bancos no mercado, alguns não constituem alternativa mas existem.

O que gostava de deixar aqui lavrado era um recado para os funcionários dos Bancos, sejam profissionais, informem as pessoas convenientemente, transmitam-lhe confiança e digam-lhes que vão tomar conta dos seus dinheiros como se fossem deles e não arranjem processos expeditos e poucos transparentes para o desenvolvimento da atividade a que os Bancos se dedicam, acima de tudo um Banco deve pautar por critérios de ética, profissionalismo, competência, transparência, informação clara e objetiva aos seus clientes se não querem enveredar por este caminho assumam-se e expliquem aos sus potenciais clientes que são o que são e estes decidiram se querem estar com eles ou procurarão outro Banco que satisfaça as suas condições, não sejam desonestos.

Gostaria de terminar que este meu amigo não é de se ficar nas encolhas e fez exposições para o Banco de Portugal e para o Presidente do Banco em causa, porque conforme ele me disse alguém terá que me dar uma explicação objetiva, precisa e concisa, não é andarem a desculpar-se que são medidas emanadas do Banco de Portugal e que eles são obrigados a cumprir. Neste processo ele ainda me questionou porque é que este Governo não demite o Governador do Banco de Portugal, porque no seu entender ele só tem feito porcaria atrás de porcaria, aí disse-lhe que a nomeação do Governador do Banco de Portugal não estava na alçada do Governo Português mas sim sobre a alçada do Banco Central Europeu, aí ele ainda ficou pior e só me perguntou porquê, então um Governador que tem demonstrado a maior das incompetências no exercício das suas funções não pode ser destituído pelo Governo Português, só me faltava esta acrescentou ele.

Caros leitores assim caminha o nosso País em que sentido não lhes posso escrever, mas que não é o melhor não é com certeza.

Henrique Pratas

 

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