Edição online quinzenal
 
Sexta-feira 19 de Abril de 2024  
Notícias e Opnião do Concelho de Almeirim de Portugal e do Mundo
 

COMPADRIO

31-03-2017 - Henrique Pratas

Significado de Compadrio - Relações entre compadres. Intimidade. Patronato exagerado.

Ou contrário á justiça. (De compadre)

Definição de Compadrio

Classificação gramatical: nome masculino

Exemplos com a palavra Compadrio

Em entrevista ao Discurso Direto, da TSF e DN, o secretário-geral da CGTP afirmou que há «excesso de corrupção e compadrio em Portugal» e considerou que é preciso «moralizar a vida política».

TSF, 07.03.2010

Para além dos interesses, negociatas, o compadrio, o nepotismo e tantas outras chagas do mundo politiqueiro e não só, choca a roda incessante de lugares sempre pelos mesmos protagonistas.

Estes são exemplos acabados do que acontece na Administração Central e Local, ou seja em termos gerais no Estado, por esta e por outras é que normalmente os funcionários públicos são associados a uma cambada de mandraços. Nem todos os são mas a generalidade das pessoas que trabalham para a Administração Central e Local têm este atributo, obviamente que existem honrosas exceções, mas são mesmo honrosas exceções porque a maior parte deles são a voz do dono, quero afirmar que se limitam a cumprir ordens e não questionam nada, porque não querem manifestar que têm uma opinião diferente e para aguentar os suplementos remuneratórios que lhes são pagos pelo facto de exercerem cargos de chefia, despesas de representação, ajudas de custo e outras mordomias agacham-se e fazem tudo o que lhe mandam, se ninguém lhe mandar fazer nada, nada fazem. Importa esclarecer que em estruturas que existem três níveis hierárquicos os que se encontram no topo da pirâmide só sabem o que as chefias intermédias lhe fazem chegar e como para estes poder é ter informação e escondê-la das pessoas que são seus subordinados a informação não flui, nem chega onde deve chegar, fica retida ou escondida como quiserem.

Isto é tanto mais grave porque os trabalhadores executam as suas tarefas sem conhecerem as linhas com que se devem guiar, desempenham as suas tarefas de forma empírica, sem qualquer tipo de consistência ou suporte técnico e se as coisas correrem bem o mérito é das chefias se correrem mal é de quem as executou.

Por estas e razões e por outras que vos descreverei afirmamos que a Administração Pública é uma máquina muito pesada. Pesada não é, o que acontece é que nas organizações os boys e as girls acabadinhas de sair da faculdade ou enviadas por qualquer membro do Governo entram nas organizações para exercerem funções sem qualquer tipo de experiência e em vez de começarem por baixo são logo catapultados para lugares de chefia ou posições chave dentro das organizações e depois temos o que temos, uma perfeita inoperacionalidade da Administração Central e Local e os contribuintes queixam-se mas o 25 de abril ainda não se deu na Administração Pública, é certo que isto não é válido para todos os organismos públicos mas na sua maioria, verificam-se estes factos.

O Corporativismo ainda grassa na Administração Pública, como lhes escrevi no parágrafo anterior o 25 de abril ainda não ocorreu na maior parte dos organismos do Estado, por isso é fácil encontrarmos organismos que não prestam serviços de qualidade e de excelência como é desejado que aconteça, por isso em muitos dos organismos, caso da saúde, se há médicos, não há enfermeiros, se há enfermeiros, não há médicos, ou seja nunca se reúne as condições ideais para um bom funcionamento desta área que é tão importante para as populações, na Educação passa-se o mesmo, nas Finanças idem, idem, aspas, aspas e nos restantes organismos o mesmo também acontece, mas a culapa não será dos trabalhadores, são sim das más chefias intermédias e dos dirigentes de cúpula que não têm na maior dos casos competências ou experiência adquirida para o exercício das funções que são chamados a desempenhar.

Assistimos a nomeações de pessoas que não têm o mínimo de aptidão para o exercício das mesmas, basta olhar para o curriculum que é anexado ao despacho de nomeação, quando o lemos deitamos as mãos à cabeça e questionamos então é isto que escolheram para gerir determinado organismo público, veja-se o que se passou com a nomeação dos vogais da Caixa Geral de Depósitos, basta ver e olhar, que é mais do mesmo, para trabalhar poucos, para ganhar dinheiro sem contribuírem para nada muitos.

Enquanto não se tornar a Administração Pública isenta de nomeações políticas, não saímos da cepa torta, porque se entram os do PSD e do CDS/PP, vão querer colocar pessoas da sua confiança se entra o PS vai querer o mesmo e isto não dá estabilidade nenhuma os organismos públicos, recordo-lhes o caso italiano em que há uns anos atrás os Governos mudavam quase todos os dias da Democracia Cristã ao Partido Comunista, mas os Organismos Públicos mantinham a sua estrutura, não se alteravam as suas chefias e foi por este motivo que a estrutura económica da Itália não sofreu alterações e os serviços continuaram a funcionar convenientemente.

Nós devíamos pegar nestes bons exemplos ou boas práticas e tomá-las como um processo de aprendizagem, mas não mantemo-nos fiéis ao passado, onde a Administração Pública era uma extensão do Governo onde eram colocados os amigos, os fiéis ao regime, nos dias de hoje, passamos de uma ditadura para uma democracia, mas as práticas nos Organismos Públicos não se alteraram.

Precisam-se de Organismos Públicos Democráticos, a prestar serviços de excelência, de qualidade, ao serviço das populações, onde o cheiro bafiento do Salazarismo seja completamente banido e devidamente desinfestado para que as ratazanas de cano de esgoto sejam completamente irradiadas.

Henrique Pratas

 

Subscreva a nossa News Letter
CONTACTOS
COLABORADORES
 
Eduardo Milheiro
Coordenador
Marta Milheiro
   
© O Notícias de Almeirim : All rights reserved - Site optimizado para 1024x768 e Internet Explorer 5.0 ou superior e Google Chrome