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Episódios da minha vida (6)

17-02-2017 - Henrique Pratas

Com a idade de 17 anos, tinha um professor de Educação Física que nos dava as aulas à semelhança do que fazia com os instruendos da GNR.

Como naquele tempo a carne não me pesava e uma das coisas que me fazia bem era correr, se fosse pequenas distâncias era rápido se fossem corridas longas tinha uma grande capacidade de resistência.

Um belo dia o professor desafia-nos para ir fazer com a arma de Cavalaria situada em Santarém a corrida de instrução que se fazia em calções curtos e camisola de meia manga, como gostava de testar os meus limites cheguei-me à frente.

Chegado o dia da corrida de marcha que começava em Santarém e acabava no mesmo sítio, passando por Almeirim. O entusiasmo era grande, só que não esperava que tivesse tanta geada e nevoeiro não se via nada e o frio entrava pelos ossos dentro, arrependi-me não sei quantas vezes, mas como não gosto de dar o braço a torcer, pensei para comigo, vais ter de aguentar até ao fim pois tinha um familiar meu que era oficial da Companhia e eu não queria dar parte de fraco.

Como se costuma dizer quem vai para o mar avia-se em terra e eu já conhecia a célebre sopa da pedra do Toucinho, altura em que este era Toucinho, levei uns trocados no bolso para que em caso de necessidade como se veio a demostrar pudesse ir comer uma sopinha para me recompor com um dia assim, não havia nada melhor.

Sabia que ninguém podia parar, borrifei-me estava enregelado, chegados a Almeirim, quando demos a volta para regressar a Santarém vá de fazer um desvio estratégico para o Toucinho e comer uma sopinha para me aquecer e recompor fisicamente, os outros não pararam, isto levou algum tempo, para que não chegasse muito atrasado pedi boleia a uma viatura que gentilmente parou e se aproximou com maior rapidez da rapaziada que ia na prova, pedi ao senhor que não se aproximasse muito e que me deixasse a distância considerável que eu faria um esforço adicional para me aproximar, o frio era muito, a geada também e com o nevoeiro não se via nada mas lá me consegui aproximar dos últimos e aí me mantive, passámos a ponte de Santarém e quando começámos a subir é que foi o cabo dos trabalhos e como estava fresco e de barriguinha cheia e quentinho fiz a subida com facilidade os outros que estavam estoirados subiram-na a um ritmo mais lento.

Quando chegámos ao quartel eu não fui dos primeiros, não convinha dar nas vistas mas eles aperceberam-se o que tinha feito e quando chegou à altura dos castigos, comecei a ver a coisa mal parada, tive que fazer 100 flexões, encher 10 séries de 10 foi o meu prémio.

Obviamente que nem estrebuchei, quebrei as regras do jogo tinha que ser penalizado por isso.

Henrique Pratas

 

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