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Foi só um jogo de futebol

16-12-2016 - Henrique Pratas

Todos nós com maior ou menor conhecimento, sabemos que se jogou o dérbi da cidade de Lisboa, entre dois dos maiores clubes de futebol de Portugal, Benfica e Sporting e para um jogo de futebol assistiram no estádio mais de 65.000 pessoas.

Só de utilizar a palavra dérbi fico cheio de urticária, porque dérbis são todos, mesmos quando os intervenientes são os clubes de menor dimensão expressão o que quiserem.

O que me faz escrever estas linhas é o facto de estarem cerca de 65.000 pessoas a assistirem a um jogo de futebol, isto para mim é já um sintoma de alineação e porquê.

Se fosse necessário contar com as mesmas 65.000 pessoas para resolver problemas que nos afetam a todos poderíamos contar com elas, claro que não, porque aí os espetadores passavam a atores e neste País as pessoas tem cada vez mais medo de serem atores.

Quando escrevi alineação, estou a utilizar a palavra para me referir que as pessoas se agarram a outras coisas alternativas do que a defesa dos seus interesses, porque os políticos da nossa praça as empurraram para aí, com a sua mediocridade de fazer politica e então as pessoas não estão para se chatear com as atoradas com que os políticos nos bafejam todos os dias, penso mesmo que chegámos a um estado em que a maior parte das pessoas não reconhece os seus representantes, incluindo os membros do Governo, para quê eles não resolvem nenhum problema só nos dão “desgostos” e tiranias.

Mas tudo isto é feito com intenção de afastar as pessoas do centro de decisões e alhearem-se completamente desse processo, quem se recorda da História da Roma Antiga, em que existia pão e circo para a maior parte da população enquanto os senhores se dedicavam à politica, à escrita e à atividade militar, só estes tinham acesso a estes graus superiores no Estado Romano, os restantes como lhes escrevi tinham aquilo que os senhores lhes dava pão, para se poderem alimentar menos mal e prestaram os serviços que lhes competiam e circo que era o divertimento na altura onde se submetiam os presos de delito comum, ou alguém que pensasse de forma diferente a arenas onde ou com leões, ou gladiadores devidamente treinados e alimentados pelos senhores, se debatiam até um deles claudicar.

Salvo o devido respeito e a devida distância o que é que temos hoje, não será mais do mesmo, não será o futebol, considerada uma indústria desenvolvida no sentido de afastar as atenções para outra coisa que não a participação no futuro e desenvolvimento do País.

Não é que eu não goste de futebol, porque até gosto mas acho que neste momento temos que estabelecer prioridades e de certeza que o futebol não é considerada como tal, todavia não deixa de me intrigar como é que 65.000 pessoas vão assistir a um simples jogo de futebol e quando chamados a exercer ou a lutar pelos seus direitos não se convoca tantas pessoas, estranho não é? Se repararem noutros Países Europeus também com clubes de futebol com maior dimensão do que os nossos o comportamento é completamente diferente os estádios de futebol estão cheios, mas quando as pessoas são chamadas a pronunciar-se ou manifestar-se sobre os seus direitos aparecem sempre mais cidadãos do que queles que estão presentes num jogo de futebol, porque será terão uma cultura de cidadania mais apurada?

Henrique Pratas

 

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