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Radiação do gerador nuclear de Fukushima está em seu maior nível desde colapso em 2011
Autor: Justin McCurry

24-02-2017

Leituras extraordinárias pressionam operadora Tepco em seus esforços para desativar estação nuclear Fukushima Daiishi com segurança.

Níveis de radiação dentro de um reator quebrado na estação nuclear Fukushima Daiichi estão extremamente altos desde que a planta sofreu um colapso triplo quase seis anos atrás.

A operadora da unidade, Tokyo Electric Power (Tepco), disse que leituras atmosféricas de 530 sievers por hora foram registradas dentro do reator número 2, um dos três reatores que experienciaram um colapso quando a planta foi prejudicada por uma enorme tsunami que atingiu a costa nordeste do Japão em março de 2011.

As leituras de radiação extraordinárias salientam a escala do trabalho que milhares de trabalhadores terão de encarar, enquanto a pressão sobre a Tepco cresce para que a operadora desative a planta – um processo que é esperado durar por quatro décadas.

A leitura recente, descrita por alguns experts como “inimaginável”, está bem mais alta que o record anterior de 73 sievers por hora naquela parte do reator.

Uma dose única de um sievert é suficiente para causar mal-estar por radiação e náusea; cinco sieverts mataria metade das pessoas expostas em um mês, e uma dose única de 10 sieverts seria fatal dentro de semanas.

A Tepco também disse que a análise de imagem revelou um buraco na grade de metal embaixo do vaso de pressão do mesmo reator. O buraco de um metro foi, provavelmente, criado por combustível nuclear que derreteu e depois penetrou no vaso depois que a tsunami atingiu o sistema de resfriamento do Fukushima Daiichi.

“Pode ter sido causado por combustível nuclear que teria derretido e feito um buraco no vaso, mas é somente uma hipótese a esta altura”, disse Tatsuhiro Yamagishi, porta-voz da Tepco à AFP.

“Acreditamos que as imagens capturadas oferecem informações muito úteis, mas ainda precisamos investigar, dado que é muito difícil assumir a condição atual no interior”.

A presença de radiação altamente perigosa complicará os esforços da desativação segura da planta.

Um robô de controlo remoto que a Tepco pretende enviar ao vaso de pressão do reator número 2, é desenhado para aguentar exposição a um total de 1.000 sieverts, o que significa que irá funcionar por menos de duas horas antes de quebrar.

A firma disse que a radiação não estava vazando fora do reator, adicionando que o robô ainda se provaria útil já que se moveria de um local para o outro encontrando uma variedade de níveis de radiação.

A Tepco e sua rede de companhias parceiras do Fukushima Daiichi ainda precisam identificar o local e a condição do combustível derretido nos três reatores mais prejudicados. Removê-lo com segurança representa um desafio sem precedentes na história da energia nuclear.

Acredita-se que foi acumulada uma grande quantidade de combustível derretido na base dos vasos de pressão dos reatores prejudicados, mas a radiação altamente perigosa evitou que os engenheiros pudessem avaliar corretamente o estado dos depósitos de combustível.

Ainda essa semana, foram divulgadas imagens de caroços pretos em baixo do reator número 2 que, segundo acredita-se, podem ser barras de combustível de urânio derretido – a primeira descoberta desde o desastre.

Em dezembro, o governo disse que o custo estimado para a desativação da planta e descontaminação da área ao redor, bem como o pagamento de compensação e o armazenamento de lixo radioativo, aumentou para 150 bilhões de libras, o dobro do estimado em 2013.

Fonte: The Guardian

 

 

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