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Canadá e EUA divulgam plano para reduzir emissões de metano, mas e o fracking?
Autor: Andrea Germanos

25-03-2016

Plano conjunto para alcançar metas do acordo climático de Paris é valorizado por grupos ambientais, mas o drilling no Árctico ainda preocupa.

Canadá e os Estados Unidos anunciaram planos conjuntos para discutir a mudança climática, incluindo reduzir as emissões de metano – uma decisão bem-vinda pelos grupos ambientais que cobram que o presidente Barack Obama ainda tem mais degraus a subir para proteger comunidades e assegurar um legado como líder climático.

A declaração conjunta das duas nações diz que Obama e o primeiro-ministro Justin Trudeau “consideram o Acordo de Paris como um momento chave em esforços globais para combater a mudança climática e ancorar o crescimento económico em desenvolvimento limpo.”

O plano inclui cortar as emissões de metano – um gás de efeito estufa mais potente que o dióxido de carbono – do sector de gás e petróleo em 40-45% abaixo dos níveis de 2012 até 2025. Essas emissões “são a maior fonte industrial de metano do mundo,” segundo diz a declaração.

Também defende usar uma aproximação cientifica para realizar decisões sobre futuras extracções no Árctico, fomentando o avanço de tecnologia de energia limpa, e “adoptar em 2016 uma medida ‘fora da curva’ que irá permitir o crescimento neutro de carbono da aviação civil internacional.” A declaração adiciona:

O Canadá e os EUA irão alinhar aproximações, reflectindo sobre a melhor ciência disponível para contabilizar os maiores custos à sociedade das emissões GHG que serão evitadas cortando medidas, incluindo o uso de valores similares para o custo social do carbono e outros GHGs para o acesso aos benefícios das medidas regulatórias.

Muitos grupos ambientais comemoraram as medidas destacadas pelos líderes. Michael Levine, conselheiro sénior do Pacífico para o Oceano, por exemplo, deu boas vindas ao que ele viu como “passos vitais em direcção a um futuro sustentável para a região do Árctico,” enquanto a presidente do conselho de defesa dos recursos naturais, Rhea Suh, disse que eles “proclamam um novo dia na nossa parceria entre fronteiras para combater a perigosa mudança climática e para a passagem para uma economia mais próspera e limpa.”

A Agência de Protecção Ambiental (EPA) dos EUA admitiu mês passado o que estudos anteriores já haviam apontado – que as industrias de combustível fóssil estão emitindo mais metano do que era pensado. E como o metano é o componente principal do gás natural, o anúncio mira no boom do fracking – um ponto notado pelo poderoso Instituto Americano de Petróleo (API).

“Regulações adicionais ao metano pela administração poderiam desencorajar a revolução energética do xisto que tem ajudado a América do Norte a liderar a redução de emissões mundialmente enquanto reduz significantemente o custo de energia dos consumidores,” relata Kyle Isakowerd, vice-presidente de políticas regulatórias e económicas da API, segundo a Bloomberg.

O grupo climático 350.org, em contraste, valorou as regulações adicionais, mais salientou que a aproximação não vai longe o suficiente.

“Alguns meses atrás, agentes na política disseram que limitar a poluição por metano dos poços de fracking já existentes não era politicamente viável,” declarou Jason Kowalski, director de políticas do 350.org nos EUA. “Mas com os perigos do fracking na campanha presidencial, e os prejuízos acerca do desastre em Porter Ranch iluminando os piores efeitos do fracking, Obama não poderia reivindicar o manto de liderança climática sem discutir o problema massivo de metano da indústria.”

Ainda assim, ele adicionou, “nenhuma quantia de regulações pode tornar o fracking seguro. Grupos ambientais e comunidades directamente impactadas pela extracção extrema sabem que a única maneira de proteger o povo e o clima é banir o fracking e manter o gás no subterrâneo.” O Greenpeace EUA, enquanto isso, disse que a prova do compromisso de Obama com o acordo estará na questão do Árctico.

O “acordo mostra que os EUA e o Canadá estão começando a alinhar suas políticas com a meta de 1.5 graus que os lideres globais reconheceram em Paris,” disse a directora executiva do Greenpeace EUA, Annie Leonard. E também, ela continuou, “parece que a administração Obama está considerando um plano de colocar o drilling no Árctico – assim como no Golfo do México e mesmo nas novas áreas no Atlântico – em jogo para as empresas de petróleo.”

“Isso será um primeiro teste crucial para os acordos anunciados,” ela disse. “O relógio está contando as horas para o presidente Obama assegurar seu legado como um líder climático consistente. O acordo entre os EUA e o Canadá é apenas o primeiro degrau em direcção a um Árctico completamente protegido sem extracção de combustível fóssil.”

 

 

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