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Fuga de gás na Califórnia foi a maior na história dos EUA
Autor: Deirdre Fulton

04-03-2016

O desastre de Porter Ranch foi o 'mais recente exemplo público mostrando que precisamos deixar o gás natural debaixo da terra, não queimá-lo'.

A explosão do poço de gás natural Aliso Canyon, que durou quatro meses e infectou muitos residentes próximos, foi confirmada como a maior fuga de metano na história.

De acordo com um estudo especializado publicado na quinta-feira no jornal Science, a fuga de quase quatro meses lançou aproximadamente 100.000 toneladas de metano – efectivamente dobrando as taxas de emissão de metano em toda a bacia de Los Angeles.

A Companhia de Gás do sudeste da Califórnia alegou que a fuga foi contida ainda esse mês. Engenheiros da Divisão do Estado de Recursos Geotermais, de Petróleo e Gás confirmaram que a fuga foi interrompida a semana passada. “O Aliso Canyon será, certamente, a maior fonte de metano do ano,” disse um dos líderes do estudo, o autor Stephen Conley da Aviação Científica UC Davis. “É definitivamente um monstro.”

Para além disso, ele contou ao Inside Climate News, “é a maior fuga da história dos Estados Unidos da América.”

Como relata o Los Angeles Times, “Conley pilotou um avião mono motor equipado com sensores de metano e etano e a analisou durante 13 voos de pesquisa diferentes entre 7 de Novembro e 13 de Fevereiro, com as últimas leituras sendo tiradas apenas dois dias após a paralisação temporária do poço.”

O jornal continuou:

Com cada voo, ele começava bem baixo – talvez 100 metros do chão – voava, voltava e passava de novo 100 metros mais acima. Ele fazia isso até alcançar o topo da pluma, o qual poderia exigir de 16 a 35 voltas de avião. Juntando essas voltas todas daria a ele o total de emissões da pluma no momento. Mesmo depois do primeiro vôo, as leituras de metano o alarmaram.

“Era 20 vezes maior do que qualquer outra coisa que já medimos – foi realmente um choque,” disse Conley, que se lembrou de pensar, “o que poderia ser tão grande assim?"

Com a poluição da fuga equivalendo a emissões anuais de meio milhão de carros, o desastre irá afectar substancialmente a habilidade do estado de cumprir as metas de emissão de gases de efeito estufa para o ano, adicionou Tom Ryerson da Associação Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA). “Nossos resultados mostram como as falhas de infra-estrutura do gás natural podem impactar significantemente os esforços de controlo dos gases de efeito estufa,” ele disse.

Em um post num blog na quinta-feira, o Cientista chefe do Fundo de Defesa Ambiental, Steven Hamburg, notou que os resultados de Conley foram “maiores que os fornecidos pela companhia de gás.” Mas isso não é surpreendente, continuou, explicando que “medir com precisão essas grandes fontes é difícil usando aproximações terrestres como essas usadas pela companhia de gás para estimar o tamanho das emissões da instalação.”

Significantemente, escreveu Hamburg, o estudo chega dias depois de a Agência de Proteção Ambiental (EPA) divulgar as propostas de conclusões da sua contabilização atualizada das emissões de metano da cadeia de fornecimento de petróleo e gás da nação que mostra que as emissões subiram 27% acima da estimativa da Agência.

“Quanto mais sabemos das emissões de metano, maiores elas ficam,” ele disse. “As novas descobertas não mostram apenas os problemas com metano em grande escala das indústrias de petróleo e gás, mas também como é crítico entender essa fonte de poluição climática potente e saber reduzi-la. Sabemos que cortar o metano é uma das maneiras mais rápidas e efectivas para reduzir o aquecimento da actualidade, e quando combinado com esforços críticos para reduzir a poluição de dióxido de carbono, pode ser realizado um progresso climático substancial.”

O desastre de Aliso Canyon suscitou ligações de membros do Congresso para a Administração federal de Segurança para Materiais Perigosos e Oleodutos para criar os primeiros padrões para o stock de gás subterrâneo.

Mas com mais de 300 instalações iguais ao redor dos EUA, a fuga“é somente o mais recente exemplo público mostrando que precisamos deixar o gás natural debaixo da terra, não queimá-lo,” como escreveu, no mês passado, a directora executiva do Earthworks, Jennifer Krill.

De facto, Michael Brune do Sierra Club, declarou em um post num blog em Janeiro: “enquanto dependermos dos combustíveis fósseis para energia – a maior parte do metano que está escapando do Aliso Canyon era para alimentar as centrais eléctricas da Califórnia – continuaremos lutando contra as interferências climáticas com ambas as mãos atadas atrás das costas.”

“Somente quando alcançarmos 100% de energia limpa poderemos salvaguardar nossa saúde, nosso meio ambiente, e nosso clima,” ele disse. “Para as pessoas azaradas no caminho do próximo desastre com combustível fóssil - e eles podem estar em qualquer lugar - a chegada desse dia não poderia ser mais urgente.”

Fonte: Common Dreams

 

 

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