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Alqueva: A barragem que transfigurou o Alentejo transfigurado
Autor: M.P.

15-01-2016

Para passar uns dias descontraídos e em boa companhia a Albufeira do Alqueva com 250 km2 é uma das melhores sugestões que lhe podemos dar pelos imensos pontos de interesse que por ali pode encontrar. Na margem direita, recebem-nos os castelos de Juromenha, Alandroal, Terena, Monsaraz e Portel e, na margem esquerda, Mourão e Moura são miradouros privilegiados sobre este espelho de água, que é hoje um dos maiores da Europa

O lago veio dar uma atmosfera surpreendente a esta região. Onde antes havia campo, com oliveiras, sobreiros e azinheiras, e tudo debaixo de um sol abrasador hoje vemos água e todo um ecosistema renovado, com ótimas condições para atividades ao ar livre e para a prática de desportos náuticos como a vela, o ski e wakeboard ou para passeios em canoa e kayak.

Para os amantes das caminhadas e da bicicleta, há percursos cursos sinalizados que se podem fazer. São uma boa forma de descobrir costumes e tradições e nos integrarmos com as populações locais.

É um bom sítio para fazer uma surpresa à família, para a levar num passeio pelas estradas panorâmicas em redor do Alqueva ou, melhor ainda, alugar um barco-casa e dormir debaixo de estrelas mesmo dentro do grande lago. Não podemos esquecer que estamos numa região onde o céu foi considerado pela UNESCO uma reserva para observação de estrelas. À noite, as luzes públicas são reduzidas ao mínimo, para possibilitar as condições perfeitas para ver o céu, mesmo para os mais astrónomos mais principiantes.

Muitos locais a visitar

Não se pense que ir ao Alqueva é apeas para ir ver uma barragem. Há imensos lugares para visitar e coisas para ver. Não podemos deixar de ir à nova Aldeia da Luz, a única povoação submersa pelas águas da barragem que teve de ser literalmente mudada de sítio. A propósito, foi criado um Museu, em que grande parte do espólio é constituída por objetos dos habitantes e onde todas as memórias da antiga aldeia ficaram registadas.

Também a localidade de Monsaraz (na foto principal) é incontornável. Uma vila-museu medieval preservada, com muralhas e ruas de xisto que encanta e surpreende. Muito próximo, na área do Convento da Orada, o Cromeleque do Xerez, é também uma visita obrigatória.

Naturalmente, no Alqueva, a rica gastronomia alentejana está sempre presente, não é possível resistirmos aos sabores da comida regional. Neste caso, destacam-se as açordas, as migas, os pratos de carne de porco, os enchidos e os extraordinários vinhos da região.

Região das mil aldeias

As terras do Grande Lago oferecem ao visitante sensações únicas. Na calma serena de uma nova paisagem alagada de vida, as memórias fundem-se em novos caminhos..

Encontrar o elixir da tranquilidade é demorar-se nas aldeias brancas ribeirinhas como Alqueva, Amieira e Estrela, de soleiras lavadas e ruas varridas. Deixar seduzir-se pela prática de actividades náuticas várias e pelo deslumbramento de uma viagem planada em amplos horizontes é “mergulhar” nas águas mansas da Barragem de Alqueva, rendilhadas por inúmeras ilhas e longos braços. Usifruir do património arqueológico e arquitectónico é visitar Alandroal, Portel, Monsaraz, Juromenha e Terena.

O Farol do Cabo Carvoeiro faz parte do grupo de seis faróis mandados edificar pelo alvará pombalino de 1 de Fevereiro de 1758 que criou o Serviço de Faróis em Portugal, tendo entrado em funcionamento em 1790, ficando a ser um dos mais antigos da costa portuguesa.

No seu topo estava instalada um lanterna de oito faces com 8,2 metros de altura. Junto da torre existiam alguns edifícios e uma igreja que em 1865 se encontrava em ruínas e era identificada como sendo a Ermida de N. Sª. da Vitória, sobre a qual consta ter existido uma luz para guiar os navegantes muitos anos antes.

Pouco se sabe do seu equipamento inicial embora se imagine que devia consistir de um conjunto de candeeiros de Argand com reflectores parabólicos, semelhante aos utilizados noutros faróis seus contemporâneos. A “Comissão de Pharois e Balisas” incumbida em 1881 de elaborar um “Plano de Alumiamento das Costas, Portos e Barras do Continente e Ilhas Adjacentes”, considerou o farol em muito mau estado e determina a sua reedificação.

Um novo farol

Um aviso aos navegantes de 1 de Fevereiro de 1886 indicava que o novo farol estava pronto, com uma torre de 20,6 metros encimada por uma lanterna de 5 metros de altura por 2,5 de diâmetro, estava equipado com um aparelho óptico de 3ª Ordem, provido de um candeeiro a petróleo de três torcidas, apresentando uma luz fixa vermelha com cerca de 17 milhas de alcance, o que, não sendo elevado, era suficiente pois este apenas serve quem navega nas proximidades do canal entre as Berlengas e Peniche, residindo a necessidade de maior alcance na Berlenga, situada 5,5 milhas a oeste deste.

Em 1886 foi dotado de um sinal sonoro constituído por uma trombeta de palhetas, activado por ar comprimido armazenado em grandes reservatórios para onde era carregado através de um compressor a vapor de 4 cavalos. Este sinal era estabelecido pelos faroleiros em condições de visibilidade reduzida, sendo actualmente um sistema electroacústico activado por um detector automático de nevoeiro.

O aparelho lenticular de 3º Ordem foi substituído em 1923 por um girante de 4ª Ordem, passando a apresentar quatro relâmpagos em substituição da luz fixa, mas mantendo a cor vermelha. A fonte de energia do aparelho iluminante passou a ser o gás em 1947 e em 1952 foi instalada a lâmpada eléctrica.

Automatização de processos

O farol foi automatizado, em 1988 com a instalação de um novo aparelho óptico/iluminante composto de um tambor com ópticas seladas. Este sistema consiste de um conjunto de ópticas seladas do tipo das utilizadas nos automóveis, fixas nas faces de um prisma hexagonal, apresentando uma baixa relação alcance/consumo.

O farol é guarnecido por oito faroleiros que, além de manterem o assinalamento marítimo da região, guarnecem desde 1975 o Farol da Berlenga, em grupos de dois e por períodos de uma semana.

Mais recentemente, em Dezembro de 2002, foi instalada no farol, uma estação de GPS Diferencial que, juntamente com uma outra instalada em Sagres, asseguram a transmissão de correcções ao GPS cobrindo todo o território do continente. Fica assim um dos primeiros faróis da nossa costa intimamente ligado ao sistema de posicionamento mais actual, que permite a determinação da posição, de forma automática e com um rigor da ordem dos cinco metros.

M.P.

 

 

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