Há 40 anos Manuel Alegre regressava do exílio forçado em Argélia
09-05-2014 - N.A.
Pois é, já lá 40 anos que Manuel Alegre regressava do exílio a que tinha sido forçado, pela ditadura do governo fascista que reinava em Portugal.
O grande poeta e autor de uma das mais emblemáticas canções da oposição ao regime, “A Trova do Vento que Passa” imortalizada para sempre pela voz de Adriano Correia de Oliveira. O poeta, que durante de 10 anos aos microfones da rádio A Voz da Liberdade, se fez ouvir contra o regime anti-democrático e fascista português.
O seu primeiro livro de Poemas “Praça da Canção” (1965), é escrito entre Coimbra, a guerra colonial e a Prisão de Luanda, é já no exílio em Argel que escreve o seu segundo livro de poemas “O Canto e as Armas” (1967),
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Da esquerda para a direita:
Atrás, Salgado Zenha, na frente Francisco Ramos da Costa, Maria Lamas, Manuel Alegre e Piteira Santos.
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Entre 1961, ano em que é mobilizado para a guerra colonial em Angola, em que é preso pela PIDE e 1964 ano em que parte para o exílio em Argel, Manuel Alegre faz parte da Direcção da Frente Patriótica de Libertação Nacional, presidida por Humberto Delgado.
Uma década depois de ter partido para Argel regressa a Portugal, onde chega a 2 de Maio de 1974 com Fernando Piteira Santos. À sua espera no aeroporto de Lisboa estavam grandes amigos, Francisco Ramos da Costa um dos fundadores do PS que foi seu companheiro em Argel, Salgado Zenha e Maria Lamas, a escritora de Torres Novas.
Manuel Alegre fez parte do grupo de trabalho presidido por António Arnaut na época Ministro dos Assuntos Sociais, grupo esse, que consagrou o Serviço Nacional de Saúde, uma das grandes conquistas da Revolução dos Cravos e do Portugal Democrático.
Foi deputado 34 anos, membro do Partido Socialista, mas é a sua obra literária, poesia e ficção, em que a sua marca a escrita em Portugal, sendo neste momento um dos maiores poetas vivo Português.
Manuel Alegre é um democrata e amante da liberdade por natureza, a sua voz incómoda nunca se cala quando os caminhos abertos por Abril começam a derivar.
Manuel Alegre tem uma extensa obra literária, da qual destacamos:
Poesia
Praça da Canção
O Canto e as Armas
Senhora das Tempestades
Ficção
Cão Como Nós
Alma
Rafael
Tudo é e Não é
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