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Morreu Dario Fo, o escritor que acreditava no poder da sátira

21-10-2016 - Margarida Serra/Cláudia Arsénio

Nobel da Literatura em 1997, o escritor, dramaturgo, pintor, compositor, ator e comediante italiano Dario Fo morreu esta quinta-feira, aos 90 anos, informou o governo de Itália.

Dario Fo estava internado num hospital de Milão há alguns dias devido a problemas respiratórios, avançaram os media italianos.

Tinha 90 anos e tinha na sátira maior das armas. Dizia que era mesmo a arma mais eficaz contra os poderes porque o riso liberta o homem dos seus medos.

Descrevia-se como escritor e ainda ator, pintor, cantor, compositor e encenador. Dizia que tinha a perspetiva dos homens do Renascimento, ou seja, capazes de olhar o todo. Era ainda um conhecido ativista político de esquerda, um forte opositor a Silvio Berlusconi o que o levou à política, candidatando-se em 2006 à Câmara de Milão.

Nasceu a 24 de março de 1926, em Sangiano, uma pequena localidade no norte da Itália. Defendia, no entanto, que a pátria de cada homem é o mundo inteiro. A lei é a liberdade. Temos apenas um único pensamento: a revolução.

Em 1940, mudou-se para Milão para estudar arquitetura na Academia de Arte de Brera. Quase no final da guerra foi chamado para o exército mas conseguiu escapar e gastou os últimos meses da guerra escondido num sótão. Em 1945, regressa aos estudos mas desistiu da arquitetura e começou a interessar-se pelo teatro e a improvisar monólogos.

Dario e a mulher, a atriz Franca Rame, capturaram os corações e as mentes dos italianos comuns, compondo e tocando para o palco, rádio e televisão e ironizando regularmente com os líderes políticos com o diálogo hábil, inteligente. Ele ficou mesmo conhecido pela sátira politica e por peças como "A morte acidental de um anarquista".

Foi Nobel da literatura em 1997 tem o trabalho traduzido em mais de 30 idiomas. Quando foi conhecida a decisão do Comité Nobel, os jornais italianos apelidaram-no com um provocador profissional. Ele próprio não desiludiu e declarou-se "chocado" com a escolha porque a literatura era só uma das disciplinas, cultivada enquanto dramaturgo e sempre numa perspetiva de sátira.

Na rede social Twitter, a coordenadora do Bloco de Esquerda já assinalou a morte de Dario Fo e depois conversou com a TSF sobre a influência para a Cultura do dramaturgo italiano.

Fonte:TSF

 

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