Edição online quinzenal
 
Sexta-feira 26 de Abril de 2024  
Notícias e Opinião do Concelho de Almeirim de Portugal e do Mundo
 

- AS VIDAS POSSÍVEIS DE MARIANA E RODRIGO A propósito de 'Cartas da Guerra'

16-09-2016 - N.A.

Explorando a teoria do multiverso quântico, que postula a existência de universos paralelos e diversas dimensões espaço-tempo, o dramaturgo britânico Nick Payne escreveu uma comovente peça sobre o amor e a morte. Constelações estreia agora em Lisboa, com encenação de João Lourenço e interpretações de Pedro Laginha e Joana Brandão. 
 
Já pensou como a omissão de uma palavra pode alterar tudo? Imagine agora que, algures noutro universo, a palavra foi dita… o bastante para que a sua história mude. Transportemos agora esta aparente suposição para o palco, para o casal que temos à frente. A cosmologista Mariana (Joana Brandão) e o apicultor Rodrigo (Pedro Laginha) conhecem-se. Ele mostra-se interessado na “música das esferas”, ela confessa-lhe o quanto adora mel. Percebemos que se apaixonaram.

Agora a cena repete-se. Com algumas diferenças. Afinal, o interesse parece não ter sido assim tanto. Eles não se apaixonam, mas talvez se voltem a encontrar. E aí, algo pode vir a acontecer, como viverem juntos, amarem-se, discutirem ou até mesmo separem-se. Confuso?

“A peça é como que um jogo”, sublinha o encenador João Lourenço. Na verdade, percebemos que não existe uma única existência para Rodrigo e Mariana. Eles (como postula a teoria do multiverso quântico para todos nós) habitam universos paralelos onde os cursos das suas vidas se alteram sistematicamente. Uma fé que tem base científica e vai alimentando, como explica o encenador, “a busca do homem para encontrar uma saída para a vida que não signifique, necessariamente, a morte”.

E acaba por ser a história de amor entre um homem e uma mulher, desdobrados numa série de universos paralelos, que serve Nick Payne (n. 1984) em  Constelações . A peça, escrita após a morte do seu pai, serviu para lidar com a dor da perda, para alimentar o desejo de que, algures noutro lado, a vida continuasse. Para isso, o autor empreendeu uma demanda em torno do complexo mundo da física moderna, onde se procura conciliar relatividade geral, mecânica quântica, teoria das cordas e multiverso quântico.

O resultado é um texto comovente, “profundamente humano”, que tem sido representado mundo fora com enorme sucesso. Chega a vez de o descobrirmos em Lisboa, num espetáculo que desafia o espaço e o tempo. O nosso, e o de Mariana e Rodrigo.

Constelações   está em cena até 31 de julho, no Teatro Aberto, repondo a 8 de setembro para uma nova série de representações.

[ por Frederico Bernardino | fotografias de Humberto Mouco/CML-ACL ]

9 set a 31 out/16

Teatro Aberto
Praça de Espanha
1050-107 lisboa

 

Voltar 


Subscreva a nossa News Letter
CONTACTOS
COLABORADORES
 
Eduardo Milheiro
Coordenador
Marta Milheiro
   
© O Notícias de Almeirim : All rights reserved - Site optimizado para 1024x768 e Internet Explorer 5.0 ou superior e Google Chrome