| GLORIOSO VERÃO Festival Shakespeare
01-07-2016 - N.A.
O universo shakespeariano parece tão inesgotável como as especulações em torno da sua identidade e obra. Sendo ou não ‘o Bardo’ de Stratford-upon-Avon autor dos maiores clássicos do teatro universal, a obra a si atribuída inebria Lisboa como uma poção de amor servida por Puck neste Glorioso Verão.
Em julho e agosto, há um ciclo de espetáculos de teatro, música e dança, lançamentos de livros e exibição de filmes que demostram como criadores de tantas proveniências e influências são capazes de dedicar amor profundo e sentida admiração a William Shakespeare. Que o digam Tiago Rodrigues e Rui Horta, com as suas reinterpretações das monumentais palavras de sangue e dor impressas em António e Cleópatra (São Luiz Teatro Municipal, 15 a 17 de junho) e Romeu e Julieta (Teatro Nacional D. Maria II, 14 a 23 de junho), respetivamente. Ou esses olhares salutarmente toldados pelo génio que compõem propostas como as de Rui Neto e Teresa Sobral, em Trocava a minha fama por uma caneca de cerveja (São Luiz Teatro Municipal, 18 a 23 de julho), e de Pedro Lacerda com hOtelo (São Luiz Teatro Municipal, 21 a 24 de julho).
E, como há 400 anos que andamos a falar de Shakespeare e a tentar perceber como tamanho brilhantismo pode caber numa sala de teatro, eis-nos a céu aberto com a visão de António Pires de Cimbelino (Ruínas do Carmo, 2 a 13 de agosto) ou de Cristina Carvalhal de Sonho de uma Noite de Verão (Largo de São Carlos, 13 e 14 de julho).
Como nem só de palco vive Shakespeare, este Glorioso Verão incluí ainda cinema por olhares tão distintos como os dos cineastas Franco Zeffirelli e Roman Polanski, ou de homens do teatro como Laurence Olivier ou Peter Brook.
Em suma, e usando a expressão de Bernard Shaw, uma irresistível “bardolatria” vai tomar a capital.
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