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RUI VELOSO
35 anos de carreira

06-11-2015 - N.A.

Confessou uma vez não ser nenhum génio, mas ter algum jeito. Rui Veloso, o músico portuense, que só por acaso nasceu em Lisboa, anda a fazer música há 35 anos, e o testemunho desse “jeito” para as canções é dado a 6 de Novembro, no Meo Arena.

Estamos em 1980. Do coração do Porto, de “ruelas e calçadas” (como se ouviria anos mais tarde), surge um nome que mudaria determinantemente a face do rock português: Rui Veloso. Como cartão de visita para aquilo que a imprensa especializada denominou de “terramoto do rock português”, um disco que foi o seu “epicentro”:  Ar de Rock .

35 anos depois, nove discos de originais editados e várias dezenas de canções que fazem parte da banda sonora das nossas vidas, Rui Veloso, a quem apelidaram um dia de “pai do rock português”, comemora com o público um percurso único no panorama musical nacional, em concerto no Meo Arena.

Razão para uma breve visita aos discos essenciais do homem que decidiu ser músico, porque os seus heróis eram Eric Clapton, Bob Dylan e B.B. King, e tocar  blues  num sobe e desce, como se o Douro fosse o Mississipi.
 
AR DE ROCK  [1980]
Tanto já foi dito e escrito sobre o disco que a revista  Blitz  considerou o melhor álbum português dos anos de 1980 que o melhor é mesmo ouvi-lo de fio a pavio. As letras são de Carlos Tê e a acompanhar Rui Veloso está a Banda Sonora, ou seja, Zé Nabo e Ramon Galarza. É o disco de sucessos instantâneos como  Chico Fininho ,  A Rapariguinha do Shopping  e  Bairro do Oriente .
 
FORA DE MODA [1982]
Blues   e mais  blues  no segundo longa duração de Rui Veloso, sucessor de um single de grande sucesso chamado  Um Café e um Bagaço .  Sayago Blues ,  A Gente não Lê ,  Estrela de Rock and Roll  e  A minha namorada até fala estrangeiro  confirmam o génio da dupla Rui Veloso/Carlos Tê, acompanhada por uma Banda Sonora renovada, com Mano Zé e António Pinho Vargas. Uma das curiosidades do disco é o tema  Bucólica , com Rui Veloso a musicar um poema de Miguel Torga.
 
GUARDADOR DE MARGENS [1983]
O terceiro álbum de Rui Veloso é marcado por um tema anti-militarista muito tocado nas rádios:  Máquina Zero . Mas este é mais um disco repleto de grandes canções, com a cidade do Porto como pano de fundo. Destaque para Elegia Sanjoanina ,  A Ilha  e o tema que dá título ao álbum.
 
RUI VELOSO [1986]
O sucesso da primeira faixa do álbum homónimo colocou no mapa uma pequena terra do litoral alentejano chamada Porto Côvo. O tema com o mesmo nome rodou muito nas rádios, e vendeu ainda mais. Mas o disco tem ainda  Porto Sentido , uma das mais belas canções sobre a cidade da foz do Douro, e uma balada irrepreensível chamada  Cavaleiro Andante . Foi um fenómeno de vendas e garantiu a independência financeira que conduziria à concretização de um sonho antigo...
 
MINGOS & OS SAMURAIS [1990]
“Um disco de lenhas e de lumes, de nomes e lugares-comuns”, escrevem Rui e Tê, em jeito de apresentação para o duplo álbum concetual que a dupla andava a imaginar desde 1982. 22 temas contam a história de uma banda de província entre 1963 e os primeiros anos da década de 1970. Divertido, comovente e muito, muito inspirado, é um dos grandes discos da música portuguesa dos últimos 25 anos.  Não há estrelas no céu  e  A Paixão (segundo Nicolau da Viola)  são ainda hoje cantadas de cor por quase todos. Foi por seis vezes disco de platina.
 
AUTO DA PIMENTA [1991]
Ainda meio mundo trauteava os grandes sucessos de  Mingos e os Samurais  e já Rui e Tê aceitavam uma encomenda da Comissão para as Comemorações dos Descobrimentos Portugueses para a conceção de um duplo álbum dedicado ao tema. Apesar de se ter revelado um fracasso comercial e da frieza da crítica quanto ao resultado final, é um disco que vale a pena revisitar, e onde se encontram belos temas como  Praia das Lágrimas , Nativa   ou  Má Fortuna .
 
AVENIDAS [1998]
Sucessor de  Lado Lunar  (1995),  Avenidas  é o disco de um músico mais introspetivo e menos fervoroso do que no passado. Destaque para temas como  Jura  e  Todo o Tempo do Mundo . Algumas boas canções que figuram neste álbum serão mais tarde revisitadas em  Rui Veloso e Amigos  (2012), nomeadamente,  As Regras da Sensatez  e  Corações Periféricos . Rui Veloso só regressará aos álbuns de originais em 2005, com  A Espuma das Canções , precisamente o último até à data.

[ por Frederico Bernardino ]

6 nov/15

Meo Arena
Parque das Nações
1990-231 Lisboa

 

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