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Reflexão sobre "musealização do sagrado" sábado no Museu Diocesano de Santarém

24-04-2015 - Lusa

Especialistas em arte e musealização vão estar em Santarém no próximo sábado para uma reflexão sobre como pode o objeto religioso em museu transmitir a função litúrgica, devocional e imaterial que lhe é intrínseca.

Personalidades como a artista plástica Emília Nadal e os historiadores e investigadores Dalila Rodrigues, António Filipe Pimentel, antiga e atual diretor do Museu Nacional de Arte Antiga, e Maria Isabel Roque, autora da tese "Musealização do Sagrado -- práticas religiosas em torno de objetos do culto católico" e que conduzirá o debate, serão os oradores da segunda edição das Conversas sobre Arte, organizadas pelo Secretariado Nacional para os Bens Culturais da Igreja (SNBCI).

Esta segunda edição, sobre "Musealizar o Sagrado", vai decorrer no Museu Diocesano de Santarém, acompanhando o lançamento de mais uma edição (a 10.ª) da revista Invenire, publicação semestral do SNBCI.

Joaquim Ganhão, diretor do Museu Diocesano de Santarém e responsável pela Comissão Diocesana para os Bens Culturais da Igreja, disse hoje à Lusa que a questão da musealização de objetos religiosos "é um desafio grande", pelo que é com expectativa que espera ouvir os especialistas convidados.

"Questionamo-nos sobre o que significa musealizar: subtrair o objeto ao seu uso originário ou recolocá-lo à fruição de todos, crentes e não crentes, num desafio ao contacto com uma das vias de ligação ao sagrado que é a beleza e a arte", disse à Lusa.

O SNBCI explica a escolha do tema para esta sessão com a discussão atual sobre "de que forma pode o discurso museológico transmitir a função litúrgica ou devocional do património religioso", tendo em conta que "a transferência do objeto religioso para o museu faz-se, em regra, através da valorização artística e da anulação da imaterialidade que lhe era intrínseca".

A conversa será antecedida pela atuação da Schola Cantorum da Catedral de Santarém, uma escola de música sacra para jovens entre os seis e os 18 anos fundada em agosto de 2012 que se assume como "uma instituição única em Portugal, protagonista na reativação da prática de música litúrgica de qualidade", tanto na Catedral de Santarém como em concertos e missas cantadas em Portugal e no estrangeiro.

À atuação do coro seguir-se-á a apresentação, pelo historiador João Carlos Brigola, da mais recente edição da Invenire, que inclui, nomeadamente, um portfolio temático dedicado aos Açores, uma entrevista ao Prémio Pessoa Henrique Leitão e um caderno especial sobre Museus da Igreja.

"É uma alegria acolher esta iniciativa e é até um desafio para criar espaços destes no âmbito do museu", disse Joaquim Ganhão.

Inserido no projeto Rota das Catedrais, o Museu Diocesano de Santarém foi criado no âmbito da "profunda intervenção" realizada na Sé de Santarém e da "refuncionalização" de diversos espaços pertencentes ao antigo Colégio da Companhia de Jesus, dando sequência à conservação e restauro de centenas de obras de arte religiosa da Diocese de Santarém.

O museu foi recentemente galardoado com o Prémio Vasco Vilalva, atribuído pela Fundação Calouste Gulbenkian.

 

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