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Maria Callas se fosse viva teria feito 90 anos no dia 2 de Dezembro

06-12-2013 - NA

35 anos depois de sua morte Maria Callas ainda nos fascina

Há 35 anos, no dia 16 de Setembro de 1977, uma sexta-feira, morria, no seu luxuoso apartamento na Avenida Georges Mandel, perto do Arco do Triunfo, em Paris, Maria Callas, um dos maiores mitos da cena da ópera do século XX.

Callas continua fascinando, mesmo tendo se despedido da cena lírica há mais de 45 anos. Muito deste fascínio vem de, além de um canto de rara beleza e de uma emoção incomparável, por sua trágica historia pessoal e de seu indomável temperamento.

Nascida em Nova Iorque em 1923, filha de pais gregos, com pouca idade revelava seus dotes musicais. Seu nome completo era Maria Cecilia Sofia Anna Kalogeropoulou. Em 1937 parte para a Grécia com sua mãe, com quem sempre teve uma relação extremamente difícil. Curiosamente sua mãe e sua irmã, que falaram sempre coisas horríveis da cantora, ficaram milionárias ao herdar a maior parte de sua herança.

Foi na Grécia que Callas começou a estudar música de forma séria. Cantou algumas vezes em seu país, mas sua glória internacional começou na Itália. Em 1948 despontava, em Florença, uma cantora excepcional, sobretudo como intérprete de papéis altamente dramáticos, como a Norma de Bellini.

Sua base musical extremamente sólida permitiu que ela aprendesse diversos papéis em pouquíssimo tempo. Sua versatilidade vocal a fazia ter facilidade para cantar papeis dramáticos, como a personagem título de A Valquíria de Wagner (que ela cantava em italiano), e um papel extremamente leve e ágil como o de Elvira, da ópera I Puritani de Bellini, na mesma semana. Logo se tornaria a grande estrela do teatro de ópera mais importante da Itália, o La Scala de Milão. O que mais fascinava o público italiano, e posteriormente outras plateias na Europa e nos Estados Unidos, era o fato de que Maria Callas não era apenas uma grande cantora. Era também uma grande actriz. Seu comprometimento dramático era tal, que ao final de cada espectáculo estava completamente esgotada.

Callas era muito exigente consigo mesma. Estudava muitas horas, e quando estava ofegante começava a vocalizar. Seus anos dourados vão de 1950 até 1958. Daí em diante sua carreira entra em declínio, quando abandona sua forte disciplina ao conhecer e se apaixonar pelo milionário grego Aristóteles Onassis. Sua paixão a fez reduzir consideravelmente suas apresentações, e praticamente não acrescentou nenhum papel novo em seu reportório. Sua voz no inicio dos anos 60 era extremamente irregular, apesar de que seu empenho dramático continuou intacto. Depois de morar anos em Itália, muda-se para a França na década de 60, e fixa-se em Paris até sua morte. Em 1964 Callas teve seu último êxito num palco de ópera, quando no Covent Garden, em Londres, actuou num de seus papéis favoritos, Tosca de Puccini. Suas ultimas apresentações na Ópera de Paris, com a Norma de Bellini , em 1965, foram calamitosas, e nunca mais se apresentou em uma encenação de ópera.

Sua tristeza pessoal arruinou a sua vida artística, e podemos resumir esta tristeza com dois fatos marcantes: o facto de Onassis ter casado com Jaqueline Kennedy, e o facto de ela ter perdido um filho de Onassis. Os seus últimos anos a viram-na, de forma esporádica, como professora na Julliard School, em Nova Iorque, e como actriz na Medeia de Pasolini, e em 1974 voltou aos palcos em recitais por diversas partes do mundo, junto ao tenor Giuseppe di Stefano, recitais estes que foram infelizmente gravados, gravações estas que mostram o estado deplorável de sua voz. Isolada, deprimida acabou falecendo aos 54 anos, de um enfarto fulminante.

Morreu só.

 

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