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EXPOSIÇÃO ‘VITRAIS E VIDROS: UM GOSTO DE D. FERNANDO II’

26-09-2014 - N.A.

Esquecida durante décadas, a mais eclética colecção de vitrais do país beneficiou de uma profunda campanha de restauro.

Depois de meses de trabalhos de conservação, restauro e reconstituição, a Parques de Sintra apresenta um notável conjunto de vitrais dos séculos XIV a XIX, no qual se inclui o mais antigo vitral conhecido em Portugal. A excepcionalidade da ocasião motivou ainda a reorganização da colecção de vidros do Palácio da Pena que, por se tratar de uma das mais representativas colecções da história do vidro europeu existente no nosso país, está exposta na Sala dos Veados juntamente com os vitrais. Esta mostra dá a conhecer ao grande público a diversidade e excelência de duas colecções até hoje negligenciadas e, ao mesmo tempo, disponibiliza-as à comunidade científica internacional para que possam beneficiar de futuros trabalhos de investigação.

Segundo o Director do Palácio da Pena:

“Para as Necessidades o rei escolheu os painéis mais antigos, engrossando assim a sua vasta colecção de obras de arte antiga que acumulava naquele palácio.

Para a Pena, preferiu os painéis com temas mais adequados ao espírito revivalista do edifício. Nas janelas do Salão Nobre colocou painéis inspirados na produção dos séculos XVII e XVIII, bem como uma janela dedicada a figuras históricas medievais. Já para a Capela, D. Fernando encomendou aos vitralistas Kellner, de Nuremberga uma grande janela neo-gótica em homenagem ao Convento da Pena. Aqui podemos observar representações de Nossa Senhora da Pena e D. Manuel I, bem como a esfera armilar, a cruz de Cristo e as armas de Saxe-Coburgo e Gotha.

Os vitrais só ganham vida quando expostos à luz. As cores brilhantes enriquecem os espaços, mas são também os seus temas que adquirem particular importância. Daí se terem exposto os vitrais que não estavam integrados em janelas em vitrinas iluminadas que, adequando-se à curvatura da sala cilíndrica onde se encontram, criam reflexos mútuos num enorme efeito de caleidoscópio.

Em 2013 a Parques de Sintra estabeleceu um protocolo com a Direcção Geral do Património Cultural com o objectivo de trazer algumas peças que pertenceram à Colecção de vidros do rei D. Fernando II das reservas do Museu Nacional de Arte Antiga para integrarem a exposição “Vitrais e Vidros: um gosto de D. Fernando II”, patente no Palácio da Pena. Assim, foram incluídas na exposição mais 12 peças de vidro europeu de elevadíssima qualidade, produzidas entre os séculos XV e XVIII, que podem agora ser novamente admiradas pelo público, depois de muitos anos afastados do olhar.

Este protocolo surgiu no seguimento da investigação que vem sendo realizada pela Parques de Sintra sobre a colecção de vitrais e vidros do rei D. Fernando II, e que tem procurado fomentar a divulgação sobre este importante conjunto de objectos. Em Setembro de 2012, os primeiros resultados desta investigação foram apresentados em Piran, na Eslovénia, no XIX Congresso da Associação Internacional para a História do Vidro. Em Novembro seguinte, a Parques de Sintra participou também na I Jornada do Vidro no Palácio Nacional da Ajuda. A investigação permitiu já identificar uma grande parte dos objectos que constituíam a Colecção de vidros que o rei D. Fernando juntou nos seus dois principais palácios: as Necessidades e a Pena, e que hoje estão dispersos por vários museus e palácios nacionais.

Este protocolo permitiu que uma selecção de objectos de vidro que o rei tinha no Palácio das Necessidades, agora nas reservas do Museu Nacional de Arte Antiga, pudesse ser exposta na Sala dos Veados do Palácio Nacional da Pena. O público pode, assim, conhecer melhor a esplêndida diversidade e qualidade da colecção de D. Fernando II.

Tratou-se portanto de uma adição de um conjunto de 12 peças venezianas e centro europeias, que vem complementar a exposição de vitrais e vidros aberta ao público desde Setembro de 2011 e que tem registado um enorme interesse não só por parte dos visitantes em geral como também de especialistas nacionais e internacionais (como foi o caso do Comité para a Conservação do ICOM, e do comité português do Corpus Vitrearum). Entre estas novas peças, merecem particular destaque uma taça veneziana com decoração esmaltada do século XV, um copo de Nuremberga do século XVII com uma paisagem pintada a negro e dois grandes cálices com tampa, um deles coroado com uma imponente águia bicéfala.”

A exposição é inteiramente gratuita e é uma experiência óptima para toda a família ou para uma tarde romântica fora do comum.

 

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