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Questões Oportunas

Jorge Bateira e o Euro
17-01-2020 - Jorge Bateira

Um esclarecimento quanto à minha posição sobre o euro.

Hoje reconheço que não há condições políticas – quero dizer, apoio popular interno e correlação de forças na UE - para defender a saída unilateral do euro. As esquerdas demitiram-se da sua função de liderar o povo e não fazem a necessária pedagogia para construir esse apoio, apenas declarações esporádicas.

O que hoje defendo - já o fiz no meu debate com Rui Tavares no podcast de Daniel Oliveira - é um governo de salvação nacional, uma coligação entre todas as forças e personalidades democráticas convocadas para executar uma política de desenvolvimento; uma política económica de justiça social, redução drástica das desigualdades, e reindustrialização do país no quadro de uma transição energética.

Isso significa explorar até ao limite as margens de manobra política inscritas nos Tratados, incluindo uma diplomacia de 'cadeira vazia' à maneira de De Gaulle, e litigância no Tribunal de Justiça da UE, mas também implica recuar na estrita medida do indispensável para evitar um confronto final. É preciso saber esperar pela conjuntura favorável.

Há que governar a favor do povo contra as regras da UE, gerindo as tensões com Bruxelas-Frankfurt por forma a ganhar tempo, até que as forças políticas anti-euro assumam a liderança num grande país, possivelmente a Itália. Há que esperar por uma conjuntura de grande fragilidade do inimigo que, infelizmente, será liderada pela extrema-direita porque o europeísmo lunático das esquerdas conduziu-as à irrelevância por essa Europa fora.

Entretanto, esse governo deveria ir preparando uma moeda paralela para ser introduzida (em tempo oportuno) como meio de pagamento do Estado aos fornecedores, na forma de mini-obrigações (5€, 10€ ...) que começariam a circular dado que também serviriam para pagar impostos. Isto permitiria reduzir as necessidades de financiamento do país nos mercados financeiros quando o BCE deixasse de comprar dívida portuguesa para fazer subir a taxa de juro.

Recordando o medo que foi instalado pelos media no confronto que subjugou a Grécia, e considerando a campanha de medo no Reino Unido por causa do Brexit, é evidente que os soberanistas têm de avaliar bem a relação de forças e adaptar o seu discurso tático. Quando o inimigo é muito mais forte, a opção mais sensata não é a do confronto directo, como irresponsavelmente fizeram Tsipras-Varoufakis; neste momento, a guerrilha, o desgaste do adversário, é a opção mais adequada. A UE acabará por implodir, como sucedeu com a URSS.

Jorge Bateira

 

 

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